domingo, 4 de novembro de 2007

Jean Baptiste Lully

Temos falado até agora neste período barroco de compositores Alemães e Italianos. Ainda não terminamos Telemann mas hoje vamos fazer uma pausa porque reparei que na realidade ainda não falamos (vergonha) dos franceses.

Dos três compositores franceses do barroco de que iremos falar (Couperin, Lully e Rameau) vamos começar precisamente por aquele que mais apreciaria ser chamado françês.

Na realidade Lully nasceu em Florença a 28 de Novembro de 1632. Filho do povo, sem grande educação musical cedo mostrou talento para tocar Violino e dançar. Foi por isso trazido por um nobre francês para a corte de Luís XIV onde acabou por ganhar os favores do rei, sobretudo através da dança (em que ele próprio e o rei dançavam).

Lully foi extremamente inovador não só na música como na sua ligação com outras formas de arte (não é que não se fizesse até aí mas a forma em que Lully as uniu foi na verdade única). Oiçam aqui uma peça que fazia parte da comédia "Bourgeois Gentilhomme" de Moliére com quem Lully criou um novo formato de entretenimento que perdurou até aos nossos dias: A Comédia Musical.



Na época obviamente a música enquadrada nas peças de Molière seria ouvida de forma diferente abafada pelas gargalhadas do público como reacção ao resto do entretenimento um pouco como o mostra o filme sobre a vida de Lully (mas note-se fazia parte deste novo género criado por dois génios - um no teatro e um na música e bailado).



E note-se quando falamos em génio estamos a medir bem o que dizemos. Lully para além das peças para teatro criou a ópera francesa e se dúvidas existissem sobre a sua genialidade a obra Miserere (criada para o funeral do ministro Seguier) removeriam todas as dúvidas.

Felizmente a inclusão de uma composição de Lully no método de ensino Suzuki contribuiu para minorar o esquecimento do compositor.



A morte de Lully, um pouco à imagem da sua vida teatral e sempre intensa (e diz-se moralmente pouco recomendável) foi também ela dramática. Lully morreu de gangrena por se ter recusado a amputar um pé depois de um dedo ter infectado na sequência de um acidente com um bastão quando marcava o tempo do "Te deum" do rei. Na altura não havia vídeo mas o filme sobre a vida de Lully de que já vos falamos encena o que terá acontecido.



Por tudo isto Lully é possivelmente um dos compositores mais injustamente ignorados ou menosprezados de toda a história da música. Faleceu a 22 de Março de 1687.

3 comentários:

  1. Interessante comentário!

    Não sabia que Lully fora tão esquecido modernamente. Isto é observado também na França?

    A "Marche pour la cérémonie des Turcs" inicia o CD-Rom Le Louvre, que comprei há uma década.

    Neste museu, já que toquei no assunto, uma das três alas de acesso ao conteúdo, homenageia o compositor recendo seu nome.

    Parabéns pelo blog!

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  2. Boar tarde a todos.
    Gostava de começar por agradecer pela existência deste blog que me fez descobrir a música classica.
    Gostaria de deixar uma pergunta, pois após algumas tentativas não tenho obtido respostas convincentes.
    As Folies D'Espagne são de Lully ou Marin Maris?

    Lúcia Coelho

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  3. Bom é uma boa pergunta efectivamente . Eu estava convencido que eram de Lully e na verdade fazem parte do catálogo de obras editadas de Lully LWV 48 de 1672. Na verdade há uma obra de Marin Marais com o mesmo nome mas não consegui ainda encontrar o catálogo de obras publicadas deste outro compositor.

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