sábado, 15 de março de 2008

Beethoven - Sinfonia nº 7 em Lá maior (op. 92) - Segunda parte

Como dissemos no primeiro post a Sinfonia nº7 em Lá Maior Op. 92 foi estreada em Viena em 8 de Dezembro de 1813 sendo dedicada ao conde Moritz von Fries.

Curiosamente como muitas das sinfonias de Beethoven também esta está ligada à história de Napoleão dado que a referida estreia foi um concerto de beneficência para os soldados austríacos feridos na batalha de Hanau.

Esta sinfonia é composta de quatro andamentos. Como acontece nas sinfonias 1, 2 e 4 o primeiro andamento (Vivace) é iniciado com uma introdução onde segundo Berlioz a melodia, as modulações e a orquestração disputam-se sucessivamente a atenção. O andamento propriamente dito é caracterizado por um tema fortemente ritmado (que aliás segundo o mesmo Berlioz teria valido a Beethoven várias criticas amargas, ainda hoje alguns acusando-o de ser demasiado "naif"). Vejam uma parte deste andamento com o maestro Fritz Reiner aqui.

O segundo andamento (allegreto) é o mais "consensual" nesta obra sendo considerado umas das obras primas do compositor como já referimos. Este andamento também é como o primeiro fortemente marcado por um ritmo. Berlioz gostaria que acreditássemos que Beethoven cria que esta fosse uma dança de camponeses. George Grove no seu livro Beethoven e as nove sinfonias discorda. Wagner chama a toda esta sinfonia "a apoteose da dança" precisamente por causa do seu aspecto fortemente ritmado. Oiçam aqui Vladimir Ashkenazy aqui interpretando este segundo andamento.

O terceiro andamento (presto) é constituído por um Scherzo e um trio e também aqui existe uma forte figura rítmica presente ao longo de todo o andamento. Para este terceiro andamento escolhi o maestro de que vos falei quando introduzi esta sinfonia, Carlos Kleiber que podem ouvir aqui.

O quarto andamento (Allegro con brio) não é menos rico ritmicamente que os anteriores andamentos. Entre a tensão provocada pelas mudanças de tonalidade e a coda que é absolutamente fantástica estamos com Berlioz quando ele afirma que Beethoven não fazia música para os olhos ... referindo-se ele ao facto das técnicas empregues não serem utilizadas para ficarem bem nas partituras ou na análise mas sim para despertarem as emoções dos ouvintes ... E que despertam, despertam ! Oiçam Karl Bohm neste andamento final aqui .

Finalmente para aqueles que se perguntam o que faz um maestro vejam este vídeo de um maestro consagrado com uma orquestra de estudantes de Leicester ... com a sétima de Beethoven. Vejam aqui para terem a ideia do que é o trabalho de um maestro. Claro que com músicos profissionais os "problemas" são outros, mas dá-vos uma ideia ...

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