Na verdade em termos de ordem de composição esta segunda sinfonia seria a terceira dado que a Sinfonia nº4 de que falaremos em breve a antecedeu. Porém Schumann iria fazer uma revisão profunda dessa obra e pelo seu conceito de composição e maturidade considerou que esta deveria ser considerada uma obra nova. Desta forma a sinfonia em Dó ficou assim a segunda sinfonia publicada, com data de publicação de 1847.
Os primeiros esboços datam de 1845 mas por causa da depressão e fraco estado de saúde apenas foi completada em 1846. É uma obra notável (a mais longa das sinfonias de Schumann) numa forma clássica em quatro andamentos apesar de da ordem do Scherzo estar trocada com o Adagio. O ouvinte vê-se facilmente envolvido pela atmosfera de grandeza e pelas imagens musicais originais e sempre sempre surpreendentes. É uma obra que tem uma característica bastante introspectiva. Segundo Alan Gilbert esta sinfonia contém algumas das mais melodias escritas. Nota-se também sempre um eterno conflito presente nas obras sinfónicas de Schumann entre a procura de uma forma de expressão nova e a incapacidade de dominar de forma completa as possibilidades de uma Orquestra Sinfónica.
O primeiro andamento (Sostenuto assai — Allegro, ma non troppo) na forma de sonata abre com uma introdução formidável e um desenvolvimento bastante difuso na sua natureza. Podem ouvir aqui a primeira parte desse andamento.
O segundo andamento (Scherzo: Allegro vivace) é excepcionalmente longo e como foi costume em grande parte das sinfonias do século XIX é um Scherzo com dois trios. Podem ouvir aqui uma parte deste segundo andamento.
O terceiro andamento (Adagio espressivo) é um adagio profundamente emocional e na opinião de alguns melómanos o melhor dos andamentos lentos de Schumann (opinião que partilho). Podem ouvir aqui uma parte deste andamento.
O quarto andamento (Allegro molto vivace) é um verdadeiro hino triunfal também na forma de sonata (embora com variações formais) de grande vigor cortado por alguns momentos de aparente calma que de forma perfeita ajudam a criar o clima de tensão resolvido pelo fulgor orquestral. Podem ouvir aqui uma parte deste quarto andamento.
Nota: A Orquestra escolhida está longe de ser a melhor interpretação possível ainda procurarei melhorar a ilustração sonora ... esta sinfonia nomeadamente o terceiro andamento merece melhor sorte. Por exemplo podem ouvir aqui a mesma sinfonia interpretada pela Filarmónica de Viena dirigida por Bernstein só para verem a diferença que uma boa orquestra e condução significam.