Continuando a cumprir as promessas hoje vamos oferecer-vos a tradução da única ária existente , agora na sua letra completa. Podem ouvir aqui este tema interpretado por Kathleen Ferrier.
Lasciatemi morire!
E chi volete voi che mi conforte
in così dura sorte,
in così gran martire?
Lasciatemi morire!
Deixai-me morrer!
O que quereis que me console
numa sorte assim tão cruel,
Em tão grande martírio?
Deixai-me morrer!
O Teseo, o Teseo mio,
sì che mio ti vo’ dir,
chè mio pur sei,
benché t’involi, ahi crudo!
a gli occhi miei.
Oh Teseo, oh Teseo meu
Ainda te quero chamar meu,
oh cruel,
ainda que fujas dos meus olhos
Volgiti, Teseo mio,
volgiti, Teseo, o Dio!
Volgiti indietro a rimirar colei
che lasciato ha per te
la patria e il regno,
e’n queste arene ancora,
cibo di fere dispietate e crude,
lascierà l’ossa ignude.
Volta Teseo
Volta Teseo, oh Deus meu,
Volta para dentro para veres
quem por ti traiu os seus
a pátria e o Reino
e que deixará apenas os seus ossos
como repasto de animais selvagens
O Teseo, o Teseo mio,
se tu sapessi, o Dio!
Se tu sapessi, ohimè!, come s’affanna
la povera Arianna,
forsi forsi pentito
rivolgeresti ancor la prora al lito.
Ma, con l’aure serene
tu te ne vai felice,
et io qui piango.
A te prepara Atene
liete pompe superbe,
et io rimango
cibo di fere in solitarie arene.
Te l’uno e l’altro tuo vecchio parente
stringeran lieti,
et io più non vedrovi,
o madre, o padre mio!
Oh Teseo
Oh meu Teseo
Se tu soubesses, oh meu Deus
o terrível medo que a pobre Ariana sofre
talvez te arrependesses e apontasses teu barco
de volta à costa
Porém partes com alegria,
Enquanto eu me lamento aqui.
Atenas prepara alegres
cerimónias para ti
enquanto eu permaneço
comida para feras ferozes
nestas areias
beijo feliz os teus velhos pais
mas pai!, mãe!
Será que vos voltarei a ver ?
Dove, dove è la fede,
che tanto mi giuravi?
Così ne l’alta sede
tu mi ripon de gli avi?
Son queste le corone
onde m’adorni il crine?
Questi gli scettri sono,
queste le gemme e gl’ori?
Lasciarmi in abbondono
a fera che mi strazi e mi divori?
Ah Teseo, a Teseo mio,
lascierai tu morire,
in van piangendo,
in van gridando aita,
la misera Arianna
che a te fidossi e ti diè gloria e vita?
Onde, onde está a lealdade
que tanto juraste ?
É assim que me colocas no alto trono dos teus antecessores ?
São estas as coroas e as joias com que me adornas ?
deixar-me assim abandonada
repasto de bestas ferozes?
Ah Teseus vais deixar assim só e abandonada
para morrer,
chorando e pedindo em vão auxilio
a pobre Ariana ?
que confiou em ti, te deu glória e salvou a tua vida?
Ahi, che non pur risponde!
Ahi, che più d’aspe è sordo a’miei lamenti!
O nembi, o turbi, o venti,
sommergetelo voi dentr’a quell’onde!
Correte, orche e balene,
e delle membra immonde
empiete le voragini profonde!
Che parlo, ahi! Che vaneggio?
Misera, ohimè! Che chieggio?
O Teseo, o Teseo mio,
non son, non son quell’io,
non son quell’io che i feri detti sciolse:
Parlò l’affanno mio, parlò il dolore;
Parlò la lingua sì, ma non già ‘l core
Mas nem sequer responde,
É mais surdo que uma serpente aos meus pedidos
Oh tempestade, oh ventos, oh mares,
enterrai-o debaixo vossas vagas.
despachai-vos monstros dos mares
Mas que estou eu a dizer?
Não, não sou eu que disse tais palavras terríveis,
Era o meu medo que estava a falar
A minha língua não o meu coração.