quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A História do Soldado - Stravinsky

Representação no teatro da Cornucópia
Esta obra foi composta em 1918 nos meses que antecederam o fim da guerra e conta a história de um soldado russo que volta a casa (a Rússia como sabemos retirou-se da primeira guerra mundial em 1917 na sequência da revolução).

A obra foi estreada em Lausanne a 28 de Setembro desse mesmo ano tendo sido dedicada a Werner Reinhart filantropo Suiço grande apoiante de Stravinsky e diz-se responsável pelo facto da opereta ter duas versões para ensembles . A primeira para um trio pouca vezes interpretada mas a primeira a ser composta precisamente para piano, violino e clarinete o que poderá ser um piscar de olho adicional a Werner ele próprio um excelente clarinetista amador. Esta primeira suite em 5 partes foi estreada em 1919. A segunda suite muito mais próxima do original data de 1920.

A história é muito interessante já que o regresso do soldado a casa é interrompido pelo Diabo (garantia de uma história pelo menos movimentada) que o convence a trocar o seu violino (a sua alma) pelo livro onde está escrito o futuro (representando o materialismo).

Esta obra é como todas as que estão nesta lista uma excelente forma de introdução à música clássica neste caso de um compositor relativamente recente (já sei que se utilizo a palavra contemporâneo vamos ter polémico) e se puderem assistir a uma versão representada recomendo fortemente para uma sessão passada em família (para maiores de 6 anos diria) já que a duração - aproximadamente uma hora é conveniente para esse efeito.

Não podendo aqui fica uma versão completa.


E a moral da história? Bem felizmente o autor esclarece as coisas ...

Il ne faut pas vouloir ajouter 
A ce qu'on a ce qu'on avait, 
On ne peut pas être à la fois 
Qui on est et qui on était 

Il faut savoir choisir; 
On n'a pas le droit de tout avoir: 
C'est défendu. Un bonheur est tout le bonheur; 
Deux, c'est comme s'ils n'existaient plus.

Numa tradução aproximada fica assim:

Não devemos querer juntar
ao que temos aquilo que tínhamos
Não podemos ser em simultâneo
o que somos e o que eramos

Temos de saber escolher
Não temos o direito de tudo ter

É proíbido. Uma felicidade é toda a felicidade
Duas é como se não existissem.

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