terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Jules Massenet (1842 - 1912)

Tendo terminado a nossa visita a Tchaikovsky (falta a biografia final mas essa apenas a vou conseguir escrever no fim de semana) e antes de começar no próximo "monstro" do período romântico vamos hoje falar brevemente de um compositor francês deste período, relativamente pouco conhecido embora tivesse conhecido bastante sucesso em vida.

Estamos a falar de Jules Massenet que nasceu em St. Etienne. a 12 de Maio de 1842. Teve uma vida bastante difícil pois embora a família se tenha mudado para Paris para que ele pudesse estudar no conservatório a doença do pai obriga-o a estudar para suportar os estudos.

Os seus professores, o mais notável dos quais foi Ambroise Thomas (1811-1896), pareciam não acreditar especialmente no talento do jovem o que viria a mudar quando em 1863 Massenet vence o Grande Prémio de Roma que lhe permite ir estudar para Itália.

Em nota de rodapé o Grande Prémio de Roma apesar do seu nome foi um prémio que existiu entre 1663 e 1968 - abolido aliás por André Malraux então ministro da cultura francesa - e que atribuía bolsas de estudo a jovens artistas com potencial.

A sua estadia em Itália acabaria por ser determinante na sua vida dado que foi aí que se deixou influenciar pelo lirismo Italiano e por Liszt que conheceu e que aliás lhe apresentou a sua futura esposa. A sua primeira ópera Grande-Tante de 1867 foi um sucesso relativo.

Em 1878 o seu antigo professor Ambroise Thomas convida-o para professor no Conservatório de Paris cargo que aceita com grande satisfacção vindo a tornar-se um dos mais relevantes professores da escola e influenciando toda uma geração de compositores entre os quais Charpentier ou Hahn.

As suas obras mais conhecidas são 3 das 25 óperas que compôs Manon (1884), Werther (1892) e Thaïs (1894) - basaeada numa obra de Anathole France. Desta ultima ópera a peça para violino e orquestra Meditation, que ilustra o dilema da heroína da obra, faz parte do reportório violinistico normalmente interpretado especialmente por fazer parte dos métodos de ensino do instrumento. Vejam aqui uma interpretação desta peça.

Além das óperas Massenet escreveu ainda bailados e várias suites sinfónicas e sobretudo mais de 200 canções entre as quais provavelmente o primeiro ciclo francês de canções intitulado "Poéme d´Avril" e uma canção razoavelmente conhecida e frequentemente interpretada "Ouvre tes yeux bleus" que podem ouvir aqui interpretada por Alfredo Kraus.

Deixo-vos também o poema de Paul Robiquet em Francês (a tradução para português é minha).

Abre os teus olhos azuis, minha querida:
Eis o dia!
Já canta o Rouxinol
uma canção de amor.
A madrugada desabrocha a rosa:
Vem comigo
Colher a margarida que desperta.
Acorda! Acorda!
Abre os teus olhos azuis, minha querida:
Eis o dia !
Para que serve contemplar a terra
e a sua beleza ?
O amor é um mistério mais doce
que um dia de verão;
É em mim que um pássaro canta
uma canção de vitória,
e o grande sol que nos queima
está no meu coração

Ouvre tes yeux bleus, ma mignonne:
Voici le jour!
Déjà la fauvette fredonne
Un chant d'amour.
L'aurore épanuit la rose:
Viens avec moi
Cueillir la marguerite éclose.
Réveille-toi! Réveille-toi!
Ouvre tes yeux bleus, ma mignonne:
Voici le jour!
A quoi bon contempler la terre
Et sa beauté?
L'amour est un plus doux mystère
Qu'un jour d'été;
C'est un moi que l'oiseau module
Un chant vainqueur,
Et le grand soleil qui nous brûle
Est dans mon coeur

Jules Massenet faleceu em Paris a 13 de Agosto de 1912.

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