No Dia Internacional da Mulher resolvi continuar a minha viagem pelos compositores portugueses do século XX e claro que nessa viagem hoje só poderia escolher uma mulher e nessas condições Constança Capdeville foi a nossa escolha por várias razões mas fundamentalmente por ter sido indiscutivelmente um dos grandes vultos da música portuguesa do século XX.
Constança Capdeville nasceu em Barcelona a 16 de Março de 1937, faria portanto anos dentro de dias - uma razão adicional para esta escolha se alguma mais fosse necessária. Iniciou os estudos musicais em Barcelona tendo vivido em Portugal (Caxias) enquanto criança apenas se estabeleceu definitivamente em Portugal em 1951. Estudou então piano no Conservatório Nacional com Varela Cid e composição com José Cronner de Vasconcelos.
O seu primeiro grande momento enquanto compositora foi certamente a participação no festival de Música da Gulbenkian com a obra "Diferenças sobre um Intervalo". Creio não errar muito se disser que a principal contribuição de Constança Capdeville foi conseguir aproximar a composição musical do espaço cénico tanto teatral como do bailado. O grupo de teatro que formou Colecviva é um desses projectos mas muito outros houve como por exemplo as suas múltiplas colaborações com o Ballet Gulbenkian (faltam-me aqui referências, se me puderem ajudar agradeço) ou com o jovem compositor António Sousa Dias a música para o bailado de Margarida Bettencourt "Io so una picolla bambinna".
Constança Capdeville distinguiu-se também como notável pedagoga tendo proposto vários projectos de reformulação do ensino artístico e tendo leccionado na Academia de Música de Santa Cecilia na Escola Superior de Música de Lisboa e na Faculdade de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa.
Não poderiamos claro acabar este post sem música. Quem me conhece sabe que a música de Constança Capdeville não é propriamente "a minha chávena de chá". Estive no entanto a ouvir algumas das suas obras para poder recomendar uma. Escolhi como é óbvio uma obra ao meu gosto, não tem que ser forçosamente a mais relevante mas é uma obra que posso dizer com sinceridade que gostava que a ouvissem. Trata-se da obra Libera-me. Já agora fica por ultimo uma frase da própria compositora sobre a sua obra:
"Ao compor Libera me, situava-me no centro da terra enquanto que durante a composição de Que mon chant ne soit plus d’oiseau sentia-me num ponto central do espaço sideral"
Constança Capdeville faleceu a 5 de Fevereiro de 1992 em Caxias perto de Lisboa.
Não conhecia a compositora, mas não é para admirar, que sei pouco sobre música - clássica ou outra! Só sei se gosto, quando oiço e depois lá se vai a memória do artista ou do título do tema, salvo raríssimas excepções.
ResponderEliminarMas gosto de toda a música de um modo geral, só a de câmara e o rap (se é que se pode chamar música) é que não me convencem muito! ;)
Não conhecia Constança, vou procurar mais composições dela!
ResponderEliminarate mais!
http://artegrotesca.blogspot.com
O seu blog foi o achado mais incrível da minha manhã!!!
ResponderEliminarParabéns.
Adorei o espaço e farei daqui o meu refúgio, sempre!
Abraço apimentado,
Cápsula de Pimenta (a única Pimenta Violinista)
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http://capsuladepimenta.blogspot.com
@Teté : Tudo se pode chamar música esse é o problema ... Câmara - não é propriamente um género há tanta diversidade entre por exemplo uma Sonata de Beethoven e um Quarteto de Shostakovich que de certeza haverá alguma de que goste ... Rap, hum ...
ResponderEliminar@Rart og Grotesk : Faça isso. Não é como disse o género que prefiro mas ...
@ Cápsula de Pimenta: Muito obrigado e boa sorte com o Violino ...
É uma sensação nova nao sei explicar o que senti muito estranho.
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