significado fur elise : Für Elise sigifica literalmente "Para Elisa" em Alemão. Falamos desta peça aqui. Na verdade completando a informação dada na altura é pouco provável que Elise alguma vez tenha existido, ou melhor que se tenha chamado Elisa. Mais provavelmente esta obra é dedicada a Teresa Malfatti. Na verdade o mito de Elise surgiu do trabalho de um historiador que se baseou num manuscrito entretanto desaparecido. Como o manuscrito não foi nunca encontrado surgiram várias explicações. Primeiro que na verdade Elise era Terese e que devido à má ortografia de Beethoven as duas coisas teriam sido confundidas. Explicação um pouco forçada. Segundo que na verdade o que estaria escrito era efectivamente Elise que seria na altura uma designação genérica de "bem amada" um pouco como se hoje disséssemos "A minha Maria". Muito pouco provável também sobretudo conhecendo a forma como Beethoven dedicava as suas obras. Em suma não sabemos o verdadeiro significado desta expressão e/ou se tão pouco ela é verdadeira.
nona sinfonia Chopin: Não . Isto não existe. Aliás brincando um pouco (não me leve a mal o leitor que terá procurado por esta coisa) obviamente isto lembra-me o concerto para violino de Chopin que um famoso politico da nossa praça (portuguesa - leitores brasileiros estejam descansados que a ignorância foi de um dos nossos :-)) ouviu. Eu estou ainda hoje persuadido que houve algum tipo de comunicação transcendental ... Bom chega de brincadeira. Agora mais a sério Chopin nunca compôs uma sinfonia sequer. Os únicos trabalhos orquestrais de relevo são dois concertos para piano de que falamos aqui e que aliás são muitas vezes criticados precisamente pela falta de dimensão orquestral. Injusto talvez. A verdade é que Chopin é por excelência um compositor para piano (além de fabuloso interprete) e por isso e por ter morrido bastante jovem nunca chegou a amadurecer a sua técnica de composição para Orquestra. Provavelmente nunca teria composto uma sinfonia mas certamente que alguns outros concertos para piano e orquestra teria feito e nesse género se tivesse tido tempo talvez tivesse chegado aos nove.
letra abendrot: Uma das quatro ultimas canções de Richard Strauss com base no Poema de Joseph Eichendorff de que falamos aqui e em que pode ouvir a interpretação de Elisabeth Schwarzkopf. A letra ou melhor o poema traduzido a partir do inglês (não domino suficientemente bem o alemão para arriscar a partir do original):
Im Abendrot "No Brilho do Entardecer"
Através de preocupações e alegrias nós
andamos mão na mão;
Podemos agora descansar dos nossos passeios sem rumo
por cima do calmo campo
Os vales fogem à nossa volta
e o céu já escurece
apenas um par de cotovias sobem
sonhando no ar cheio de odores
Vem até aqui e deixa-os voar
porque em breve será altura de dormir
E não podemos perder o nosso caminho
nesta solidão
Oh paz larga e feliz
Tão profunda no brilho do pôr do sol
Tão exaustos que estamos com a nossa caminhada -
Pode isto ser a morte ?
vengerov 2008 fim de carreira : Bem não exactamente o fim. Por agora anunciou que vai deixar de tocar durante uns tempos para abraçar outros projectos. Dirigir orquestras, a sua escola de música, ... Mas também afirma que voltará a tocar. Leiam este artigo do Times para uma informação mais completa. Afirma também que sabe que voltará a tocar (o violino diz ele é a a sua língua materna) simplesmente também não sabe quando.
Sergej Bolkhovets : Violinista Russo nascido em São Petersburgo aluno de vários professores famosos entre os quais Zakhar Bron e um já solista notável. Por nossa sorte podemos ouvi-lo frequentemente já que é regularmente concertino e solista com a Orquestra do Algarve.
grandes violinistas : Sigam a lista aqui. Vai sendo regularmente actualizada até termos para cada um dos violinistas presentes na mesma uma verdadeira biografia.
grandes maestros : Sigam a lista aqui. Também a iremos actualizando aos poucos.
fabricante de violoncelos capela : Já tínhamos falado deste Luthier português aqui. Está cada vez a apetecer-me mais fazer um especial sobre os actuais artesãos em Portugal mas tenho receio de não conseguir informação suficiente. Pessoalmente conheço três mas deve haver mais. Algum leitor sabe por onde poderia começar? E no Brasil ? Alguém sabe ?
quem foi beethoven o flautista: Bem juntamente com a nona sinfonia de Chopin esta ganha o prémio "Perplexidade da Semana". Não faço a mínima ideia ... Quereria o autor da pesquisa encontrar obras de Beethoven para flauta ?
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
domingo, 26 de outubro de 2008
Arthur Grumiaux (1921–1986)
Arthur Grumiaux nasceu a 21 de Março de 1921 em Villers-Perwin. Começou a estudar música com apenas 4 anos. Conta o site oficial a descoberta do "ouvido absoluto" que se dizia possuir pelo seu avô que lhe deu as primeiras lições até à idade de 6 anos. Oiçam aqui Grumiaux contar a história da descoberta desse dom. Depois até aos onze anos aprendeu piano e violino no conservatório de Charleroi onde não é exagero afirmar que ganhou todos os prémios possíveis (desde o violino ao piano) .
Com apenas 11 anos considerou-se que seria altura de escolher um instrumento - violino ou piano. O seu avô numa sábia decisão afirma então que dado existirem mais pianistas que violinistas o violino é preferível. Assim sendo Grumiaux vai para Bruxelas onde irá estudar com o professor Alfred Dubois, pedagogo notável e que seria para Grumiaux uma inspiração, e penso eu, um modelo de vida.
Entre 1932 e 1941 no conservatório de Bruxelas Grumiaux acumulou prémios tanto de violino como de composição. Ainda quando no conservatório de Bruxelas tem a oportunidade de estudar em Paris com Enescu (notável professor e notável violinista). Embora num primeiro tempo Grumiaux não fique muito entusiasmado com a experiência mais tarde viria a afirmar "Passado dois anos apercebi-me que estava a evoluir no sentido que ele me havia proposto e observei-me a tornar minhas as frases que ele então me havia dito". Sem dúvida uma singela homenagem ao grande professor que Enescu sempre foi.
Em 1936 (portanto com 15 anos na altura) estreia-se em concerto fora do conservatório precisamente em Charleroi quando toca com o seu professor Charles Dubois o concerto de Bach para dois violinos. Em 1939 Grumiaux vence o prémio Vieuxtemps e interpreta publicamente o concerto de Mendelssohn em Bruxelas sobre a direcção de Marcel Cuvelier. A sua carreira parecia lançada mas Grumiaux era Belga e a guerra estava prestes a ser declarada.
Durante a guerra Grumiaux recusou-se, embora de forma sempre astuciosa a colaborar com os ocupantes e quando em 1943 foi "convidado" a ser concertino numa cidade como Dresden ou equivalente passou à clandestinidade. Em 1949 o seu professor Dubois faleceu o que o deixou na verdade musicalmente órfão . Era o seu mentor, o seu amigo. Convidado a substituí-lo no Conservatório de Bruxelas aceita mas humildemente reconhece que lhe faltam muitas qualidades para chegar à altura do seu mestre.
Uns anos mais tarde em 1953 o destino iria felizmente encarregar-se de lhe fazer conhecer aquela que se iria tornar uma espécie de alma gémea musical. Na verdade em Junho de 1953 é convidado por Casals para participar no seu festival de Prades. Nesse festival iria conhecer Clara Haskil com quem viria a gravar várias peças e sobretudo criar uma parceria. Na verdade curiosamente Clara tinha aprendido violino na sua infância pelo que por vezes os dois músicos trocavam de instrumentos para um melhor entendimento comum. Quando Clara morreu num acidente numa estação em Bruxelas quando vinha ao encontro de Grumiaux para um concerto será escusado referir o sentimento de perda que o músico Belga sentiu. Oiçam aqui a sonata de Beethoven "Primavera" com Haskil ao piano e Grumiaux no violino.
A história de Grumiaux a seguir à guerra é uma história de gravações e concertos de elevadíssima qualidade e onde se afirma em especial como grande especialista de Bach e de Mozart. Em 1973 o Rei da Bélgica concede-lhe o titulo de barão pelos seus serviços à musica. Em 1977 a sua gravação da "Gavotte en Rondeau" da terceira partita de Bach faz parte do famoso disco dourado colocado a bordo da nave Voyager. As gravações de Grumiaux das obras de Bach permanecem um exemplo de musicalidade e da forma de interpretação que estas peças merecem. Oiçam aqui a Chaconne da segunda partita de Bach. Quanto a Mozart proponho-vos também uma interpretação ao vivo com Haskil do segundo andamento da sonata em Mi Bemol, aqui.
Grumiaux faleceu em Bruxelas a 16 de Outubro de 1986 vitima de um ataque cardíaco resultante de várias complicações decorrentes da sua condição de diabético.
Com apenas 11 anos considerou-se que seria altura de escolher um instrumento - violino ou piano. O seu avô numa sábia decisão afirma então que dado existirem mais pianistas que violinistas o violino é preferível. Assim sendo Grumiaux vai para Bruxelas onde irá estudar com o professor Alfred Dubois, pedagogo notável e que seria para Grumiaux uma inspiração, e penso eu, um modelo de vida.
Entre 1932 e 1941 no conservatório de Bruxelas Grumiaux acumulou prémios tanto de violino como de composição. Ainda quando no conservatório de Bruxelas tem a oportunidade de estudar em Paris com Enescu (notável professor e notável violinista). Embora num primeiro tempo Grumiaux não fique muito entusiasmado com a experiência mais tarde viria a afirmar "Passado dois anos apercebi-me que estava a evoluir no sentido que ele me havia proposto e observei-me a tornar minhas as frases que ele então me havia dito". Sem dúvida uma singela homenagem ao grande professor que Enescu sempre foi.
Em 1936 (portanto com 15 anos na altura) estreia-se em concerto fora do conservatório precisamente em Charleroi quando toca com o seu professor Charles Dubois o concerto de Bach para dois violinos. Em 1939 Grumiaux vence o prémio Vieuxtemps e interpreta publicamente o concerto de Mendelssohn em Bruxelas sobre a direcção de Marcel Cuvelier. A sua carreira parecia lançada mas Grumiaux era Belga e a guerra estava prestes a ser declarada.
Durante a guerra Grumiaux recusou-se, embora de forma sempre astuciosa a colaborar com os ocupantes e quando em 1943 foi "convidado" a ser concertino numa cidade como Dresden ou equivalente passou à clandestinidade. Em 1949 o seu professor Dubois faleceu o que o deixou na verdade musicalmente órfão . Era o seu mentor, o seu amigo. Convidado a substituí-lo no Conservatório de Bruxelas aceita mas humildemente reconhece que lhe faltam muitas qualidades para chegar à altura do seu mestre.
Uns anos mais tarde em 1953 o destino iria felizmente encarregar-se de lhe fazer conhecer aquela que se iria tornar uma espécie de alma gémea musical. Na verdade em Junho de 1953 é convidado por Casals para participar no seu festival de Prades. Nesse festival iria conhecer Clara Haskil com quem viria a gravar várias peças e sobretudo criar uma parceria. Na verdade curiosamente Clara tinha aprendido violino na sua infância pelo que por vezes os dois músicos trocavam de instrumentos para um melhor entendimento comum. Quando Clara morreu num acidente numa estação em Bruxelas quando vinha ao encontro de Grumiaux para um concerto será escusado referir o sentimento de perda que o músico Belga sentiu. Oiçam aqui a sonata de Beethoven "Primavera" com Haskil ao piano e Grumiaux no violino.
A história de Grumiaux a seguir à guerra é uma história de gravações e concertos de elevadíssima qualidade e onde se afirma em especial como grande especialista de Bach e de Mozart. Em 1973 o Rei da Bélgica concede-lhe o titulo de barão pelos seus serviços à musica. Em 1977 a sua gravação da "Gavotte en Rondeau" da terceira partita de Bach faz parte do famoso disco dourado colocado a bordo da nave Voyager. As gravações de Grumiaux das obras de Bach permanecem um exemplo de musicalidade e da forma de interpretação que estas peças merecem. Oiçam aqui a Chaconne da segunda partita de Bach. Quanto a Mozart proponho-vos também uma interpretação ao vivo com Haskil do segundo andamento da sonata em Mi Bemol, aqui.
Grumiaux faleceu em Bruxelas a 16 de Outubro de 1986 vitima de um ataque cardíaco resultante de várias complicações decorrentes da sua condição de diabético.
James Galway
Deveria hoje publicar o especial prometido referente à nossa ultima votação. Porém infelizmente não estou satisfeito com o post que escrevi e por isso vou pedir-vos um pouco mais de paciência (especialmente a quem votou em James Galway). Estou à espera da autobiografia que o famoso flautista escreveu para completar o post com alguns elementos que creio são fundamentais para entenderem o homem e o artista.
Claro que existe muita informação na net inclusivamente o seu site oficial aqui mas para o fim que pretendo não é suficiente.
No entretanto fiquem com este teste a 16 flautas que tinha descoberto através do blog "O Flautista" onde poderão encontrar muitas outras referências a Sir James Galway.
Claro que existe muita informação na net inclusivamente o seu site oficial aqui mas para o fim que pretendo não é suficiente.
No entretanto fiquem com este teste a 16 flautas que tinha descoberto através do blog "O Flautista" onde poderão encontrar muitas outras referências a Sir James Galway.
Subscrever:
Mensagens (Atom)