segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Mensagem de Natal

Bem para hoje tenho uma proposta diferente embora enquadrada no tempo Natalicio que vivemos e no tema que temos vindo a percorrer nestes ultimos dias. Na verdade desde que me apercebi que neste dia estariamos a falar de Haydn houve de imediato uma obra que me veio à memória, "A Criação".



Neste dia de véspera de Natal deixo-vos com este pequeno presente músical e também com um poema de David Mourão-Ferreira.

NATAL À BEIRA-RIO


É o braço do abeto a bater na vidraça?

E o ponteiro pequeno a caminho da meta!

Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,

A trazer-me da água a infância ressurrecta.

Da casa onde nasci via-se perto o rio.

Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!

E o Menino nascia a bordo de um navio

Que ficava, no cais, à noite iluminado...

Ó noite de Natal, que travo a maresia!

Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.

E quanto mais na terra a terra me envolvia

E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.

Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me

À beira desse cais onde Jesus nascia...

Serei dos que afinal, errando em terra firme,

Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?

David Mourão-Ferreira, Obra Poética 1948-1988

Lisboa, Editorial Presença, 1988

Padre José Maurício Nunes Garcia

Um nosso leitor brasileiro (grande obrigado ao Renato) sugeriu-nos este compositor - o Padre José Mauricio Nunes Garcia (1767-1830) e uma composição que infelizmente não consegui encontrar. Porém como gosto de vos dar a conhecer talentos que, pelo menos eu, desconhecia, aqui fica para já um exemplo de um Requiem infelizmente incompleto.

Fica também a promessa que este compositor nos merecerá algures em 2008, quem sabe se no aniversário do seu nascimento, uma atenção mais prolongada. Por agora ouçam esta interpretação muito interessante.

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