quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Fazes hoje 49 Anos

O ano passado escrevia-te assim, dizia-te o que gostaria de te ter dito o que gostaria de ter mudado. Haveria (há) certamente muito a acrescentar. Passado um ano, o tempo que parece mudar tudo mas que pouco toca à substância das coisas, faz-me ter vontade de voltar a escrever-te. Tinha é verdade este texto em rascunho desde de manhã mas não sabendo ao certo explicar porquê não me decidia a carregar no botão publicar.

Agora depois da nossa missa, do momento em que todos os meses me sinto ao mesmo tempo mais perto e mais longe de ti, desse momento de paz é verdade mas em simultâneo de saudade, tanta saudade, percebo a razão pela qual não conseguia publicar o texto.

Faltava-me dizer-te duas coisas que sempre foram tão importantes para nós. Em primeiro lugar a nossa vontade de viver no presente. Por isso mudei o tempo verbal deste post. Fazes hoje 49 anos. Para mim, para o Miguel - o nosso filho - o teu grande amor. Para todos nós. Fazes e farás sempre anos neste dia não porque pretenda viver na memória do passado, isso também me ensinaste, mas porque precisamente percebi que estarás sempre comigo.

Percebi-o hoje quando me fizeram uma pergunta sobre este projecto de post. A tua luz, a tua alma se passou um pouco (muito pouco) para mim está integra na alma do Miguel; incondicional e pura. Encontro conforto em saber que isso tu sabias porque disso falamos tantas vezes.

Partilhamos os três muitos momentos juntos e desses muitos envolviam música claro. Clássica em alguns casos noutros nem tanto. Porque neste blog há quase sempre música pareceu-me que fazia sentido partilhar contigo, convosco uma canção que nos uniu musicalmente. Não deverias ter mais de 10/11 anos quando começamos a ouvir contigo Sérgio Godinho. E lembro-me do sorriso da tua mãe quando percebeu o quanto gostavas de algumas canções. Uma delas lembro-me em particular porque rindo nos interrogamos se entenderias totalmente. Como ainda por cima se aplicaria à nossa história ficamos por aqui ...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Carl Orff - Carmina Burana

Há obras de que nunca nos esquecemos a primeira vez que a ouvimos. No caso de Carmina Burana não devia ter mais de 7 ou  8 anos e na sala o meu pai gravava uma emissão de rádio (na altura pasme-se era das poucas formas de podermos voltar a ouvir o que gostávamos) e o que estava a tocar era precisamente esta obra. Lembro-me mais tarde de já na adolescência haver um disco com esta obra que ouvi vezes sem conta.

Há uns anos esta obra foi escolhida pela Filarmónica de Berlim para o seu habitual concerto de Ano Novo. No fim após os aplausos o maestro Sir Simon Rattle dirige-se à audiência e diz que depois do poder emocional transmitido por Carmina Burana seria difícil escolher um encore, acabou por o fazer mas acreditem que não me lembro. Se nunca ouviram Carmina Burana - como invejo o sentimento de descoberta que vão ter - preparem-se para uma autentica montanha russa de emoções. Façam-me um favor, oiçam-na numa versão original não numa daquelas empacotadas estilo pop-clássico.

Aliás podemos começar a história desta composição precisamente pela sua origem. Contrariamente ao que podem pensar alguns na verdade a música desta obra é relativamente recente. Carl Orff compôs esta obra em 1937 procurando é verdade imitar embora "modernizando-a" as formas musicais utilizadas na altura presumível de concepção ou utilização dos textos.

Há quem veja nesta obra uma imitação de Stravinsky no que diz respeito à temática do "poder da terra" e de um certo anti-clericalismo de alguns versos acrescidos pelo carácter quase erótico de outros reforçados por uma música que transmite certamente o culto da potência e da juventude.

Por outro lado a questão da relação de Carl Orff com o regime nazi e em particular o facto desta obra se ter tornado quase um hino não nos deve afastar da mesma já que o seu conteúdo se alguma coisa pode representar será a liberdade e a festa quase até ao extremo do deboche e logo muito pouco relacionada com a triste e cinzenta falsa moral nacional-socialista. Aliás não é caso único dado que a propaganda Nazi e a sua censura pareciam mais sensíveis a quem as fazia do que o que diziam propriamente dito. Assim sendo poderemos continuar a questionar o compositor mas à obra, a essa nada se pode apontar no que diz respeito a qualquer paralelismo com a referida e hedionda doutrina Nazi.

Já relativamente ao compositor isso é assunto para um outro post, já que a história está longe de ser linear e cruza-se com algumas outros temas que creio poderão ter interesse discutir aqui. Fica a promessa.

Carl Orff para compor esta obra seleccionou 25 textos que dividiu em cinco partes. O conceito geral da obra é o de uma roda do destino. Num mesmo momento (num mesmo movimento) quando a roda gira o nosso destino pode seguir um trajecto totalmente diferente da alegria à tristeza ou vice-versa.

Os cinco movimentos que contêm textos (partes)  relacionados com o tema  são:
  1. Fortuna (destino, sorte) - A dona (imperadora) do mundo
  2. A Primavera 
  3. Nos Campos
  4. Na Taberna
  5. O Amor


Se o sucesso da obra não nos garante qualidade também não nos deve ao contrário afastar. A popularidade não é sinal de falta de qualidade e o facto de existirem versões verdadeiramente más tão pouco é culpa do compositor ... Fiquem em cima com uma versão completa pela Filarmónica de Berlim dirigida por Seiji Osawa, uma garantia de qualidade.

sábado, 24 de novembro de 2012

O Top 25 dos Posts deste Blog

Dada a história já longa deste blog e o facto da estrutura de um blog tender a fazer esquecer alguns posts mais antigos resolvi fazer uma lista dos posts com mais visualizações deste blog. Espero que se divirtam com esta lista pelo menos tanto quanto eu me diverti a recordar alguns deles.

No total estes 25 posts representam mais de 65.000 visualizações de páginas o que representa aproximadamente um terço de todos os posts vistos individualmente.
  1. Lista dos Melhores Violinistas do Século XIX e XX .... 9.926 
  2. As 100 músicas clássicas que recomendo para começar .. 8.815 
  3. O que é a Música Clássica ............................ 6.250 
  4. Biografia de Vivaldi ................................. 5.763 
  5. As Quatro Estações de Vivaldi ........................ 4.298 
  6. Biografia de Cláudio Monteverdi ...................... 3.658 
  7. As 25 Melhores Sinfonias ............................. 3.654 
  8. Lista dos Grandes Maestros ........................... 3.246 
  9. Biografia de Bach .................................... 3.142 
  10. Biografia de Chopin .................................. 2.129 
  11. Biografia de Henry Purcell ........................... 2.007 
  12. Biografia de Clara Schumann .......................... 2.051 
  13. Índice Temático dos posts sobre Mozart ............... 1.620 
  14. Sétima Sinfonia de Beethoven ......................... 1.588 
  15. A Truta de Schubert .................................. 1.563 
  16. Biografia Paganini ................................... 1.492 
  17. Biografica de Tchaikovsky (Índice) ................... 1.389 
  18. Terceira Sinfonia de Beethoven ....................... 1.325 
  19. Biografia de Herbert von Karajan ..................... 1.324 
  20. As Dez melhores Obras do Barroco ..................... 1.256 
  21. Avé Maria de Bach/Gounod  ............................ 1.242 
  22. As Dez melhores Músicas Clássicas .................... 1.237 
  23. Os Concertos de Brandenburg (Bach) ................... 1.179 
  24. Biografia de Carlos Seixas ........................... 1.157 
  25. Rui Paiva interpreta Buxtehude ....................... 1.102 


Votação da Obra de Piano Preferida (Actualização)


Três semanas de votação 172 votos (+15 que a semana passada - só mais 15 caros leitores? ) e portanto muito menos (muito mesmo) votos nesta segunda semana do que na primeira (82 votos).  Não se esqueçam que temos um guia de audição para poderem votar em consciência, o nosso Guia das 25 Obras Preferidas

Continuamos com os nocturnos de Chopin muito destacados, a bem dizer com mais do dobro dos votos o que começa a ser uma vantagem significativa pese embora o tempo que ainda falta para o final da votação. Nas surpresa negativas Mozart em 19º parece-me um pouco injusto demais ... Destaca-se do ponto de vista positivo a subida de Beethoven para o pódio.

  1. Chopin - Nocturnos .........................23 (+5)
  2. Debussy - Suite Bergamasque ................10 (+1)
  3. Beethoven - Ultimas Sonatas ................10 (+3)
  4. Satié - Gnossienes, Gymnopédies .............9 (+1)
  5. Beethoven - Patética, Appassionata, Ao Luar .9 (+2)
  6. Bach - Variações Goldberg ...................8 (0)
  7. Schumann - Carnaval .........................8 (0)
  8. Chopin - Polonaises .........................8 (0)
  9. Liszt - Rapsódias Húngaras ..................8 (+1)
  10. Albeniz - Ibéria ............................8 (+1)
  11. Brahms - Intermezzi .........................8 (+1)
  12. Bach - Fugas e Tocattas .....................7 (0)
  13. Mendelssohn - Canções sem palavras ..........7 (0)
  14. Scarlatti - Sonatas para Teclas .............7 (0)
  15. Rachmaninoff - Sonatas ......................6 (0)
  16. Chopin - Valsas e Mazurkas ..................5 (0)
  17. Liszt - Sonatas .............................5 (0)
  18. Schostakovich - 24 Prelúdios e Fugas ........4 (0)
  19. Mozart - Sonatas para Piano .................4 (0)
  20. Bach - Cravo bem Temperado ..................4 (0)
  21. Prokofiev - Sonatas nº 6 e nº 7 .............3 (0)
  22. Beethoven - Hammerklavier ...................3 (0)
  23. Schubert - Sonatas para Piano ...............3 (0)
  24. Chopin - Études .............................3 (0)
  25. Chopin - Sonatas ............................2 (0)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sagração da Primavera - Stravinsky

Em 29 de Maio de 2013 celebrar-se-ão 100 anos sobre a estreia desta obra em Paris ao seu tempo polémica ao ponto de ter provocado motins na sala. Sim leram bem, na altura, as salas da música que hoje chamamos clássica e que na nossa imaginação sempre foram calmas e ordeiras, despertavam paixões tais que mais parecia estarmos num estádio de futebol por exemplo.

Porque razão isso mudou, se é ou não um indicador positivo, é algo que transcende este post. Tal como também transcende este post a discussão da influência que a obra teve na história da música embora seja claro que as inovações que experimentou (não pela primeira vez já que outros compositores da época nomeadamente Debussy o haviam feito) e a respectiva polémica associada sejam absolutamente marcantes.

Não discutiremos também as várias influências que se cruzam na obra, as da Russia pagã e as de uma França - em particular Paris, na altura certamente justificando o titulo de cidade Luz - urbana e vanguardista.

Igualmente não falaremos da superioridade da versão para concerto sobre a versão para bailado, nem tão pouco abordaremos a história das várias revisões e re-edições que a obra conheceu (e conheceu muitas) nem tão pouco vos diremos se existe entre essas alguma que seja "a verdadeira".

Preferimos ao invés falar-vos e sobretudo mostrar-vos a música e a dança e garantir-vos que se nunca assistiram ao vivo a um concerto ou ballet com esta obra estão a perder uma ocasião única. É por essa razão que antecipo este post já que é certo (ou pelo menos previsível  que venham a existir perto de cada um de vós performances da obra - não percam mesmo.

A Obra está divida em duas grandes partes - A Adoração da Terra e o Sacrifício cada uma delas subdividida em episódios num total de 13 (6 na primeira parte, 7 na segunda parte). Podem ouvir aqui a versão para Orquestra , e aqui uma parte do bailado numa encenação de Pina Bausch exactamente a mesma parte - a abertura da peça para Orquestra e a primeira cena do bailado.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Edições Musicais AVA

Hoje em especial para os músicos profissionais, mas não só, também para os estudantes e aspirantes fica a recomendação da visita a um site que proponho que conheçam de cor.

Diz-se na página inicial desse site:

"A AvA tem como objectivo a divulgação e promoção da Música Portuguesa. 

O nosso catálogo abrange repertório que vai desde o século XVIII até à produção contemporânea. Privilegiamos uma abrangência de géneros instrumentais abarcando formações desde o Instrumento Solista, Música de Câmara, Coral e Orquestral, incluindo Ópera, Música Concertante e Música Sinfónica. 

Sugerimos a subscrição do nosso boletim informativo, onde serão actualizadas novas entradas de catálogo e notícias de eventos musicais relacionados com a AvA Musical Editions"

Nós também sugerimos  e só não obrigamos porque não podemos. Este é um daqueles poucos casos em que da obrigação não resultaria nenhum mal ...

domingo, 18 de novembro de 2012

Antoine Sibertin-Blanc (1930-2012) - In Memoriam

Antoine Sibertin-Blanc que era desde 1965 o organista titular da Sé Patriarcal de Lisboa faleceu na madrugada de Sexta para Sábado vitima de doença prolongada. Nascido em 1930 em Paris estudou na escola Cesar Franck enquanto simultaneamente seguia o curso do Conservatório de Paris.

Em 1961 vem para o nosso país para ensinar no recém criado Instituto Gregoriano o que só por si já demonstra a sua devoção à causa do ensino e claro a sua coragem. Vir para Portugal em 1961 não era aventura para todos, há que ter noção disso.

Em 1965 torna-se organista titular da Sé Patriarcal posição que guardará até à sua morte. durante estes todos estes anos no nosso país distinguiu-se pela sua energia e enorme vontade em dar-nos a descobrir a beleza do canto gregoriano (e não só) e do órgão. Fez por esses objectivos mais do que alguma vez lhe pudemos agradecer. Foi também professor na Escola Superior de Música de Lisboa onde terá certamente formado dezenas de músicos.

Colaborou literalmente com centenas de coros em projetos de natureza variada sempre no intuito de promover a música.

Gravou no nosso país alguns discos (menos do que gostaríamos) de que destacamos este com obras inéditas de Handel (leiam mais para o fim do blog a descrição da história do CD que é muito interessante)

Felizmente pudemos, enquanto nação, dizer-lhe em vida o que tinha feito pela cultura no nosso país. Antoine Sibertin-Blanc era desde 1999 Comendador da Ordem de Santiago da Espada condecoração atribuída pelo Presidente da Republica Portuguesa, Jorge Sampaio.


Infelizmente existe no You tube pouca música interpretada por este excepcional organista tendo escolhido um vídeo com o Coro da Catedral de Lisboa do CD editado pela Paulus Editora.

sábado, 17 de novembro de 2012

Votação - Obra de Piano Preferida (actualização)

Duas semanas de votação 157 votos (+75 que a semana passada) e portanto ligeiramente menos votos nesta segunda semana do que na primeira (82 votos).  Não se esqueçam que temos um guia de audição para poderem votar em consciência, o nosso Guia das 25 Obras Preferidas

Continuamos com os nocturnos de Chopin muito destacados, a bem dizer com o dobro dos votos o que começa a ser uma vantagem significativa pese embora o tempo que ainda falta para o final da votação.

  1. Chopin - Nocturnos .........................18
  2. Debussy - Suite Bergamasque .................9
  3. Bach - Variações Goldberg ...................8
  4. Satié - Gnossienes, Gymnopédies .............8
  5. Schumann - Carnaval .........................8
  6. Chopin - Polonaises .........................8
  7. Liszt - Rapsódias Húngaras ..................7
  8. Albeniz - Ibéria ............................7
  9. Beethoven - Ultimas Sonatas .................7
  10. Beethoven - Patética, Appassionata, Ao Luar .7
  11. Bach - Fugas e Tocattas .....................7
  12. Mendelssohn - Canções sem palavras ..........7
  13. Brahms - Intermezzi .........................7
  14. Scarlatti - Sonatas para Teclas .............7
  15. Rachmaninoff - Sonatas ......................6
  16. Chopin - Valsas e Mazurkas ..................5
  17. Liszt - Sonatas .............................5
  18. Schostakovich - 24 Prelúdios e Fugas ........4
  19. Mozart - Sonatas para Piano .................4
  20. Bach - Cravo bem Temperado ..................4
  21. Prokofiev - Sonatas nº 6 e nº 7 .............3
  22. Beethoven - Hammerklavier ...................3
  23. Schubert - Sonatas para Piano ...............3
  24. Chopin - Études .............................3
  25. Chopin - Sonatas ............................2



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Uma "nova" compositora portuguesa

De vez em quando sabem que vos recomendo outros blogs. Menos vezes do que gostaria devo dizer-vos, o tempo não dá para tudo. Hoje no entanto chamou-me a atenção o blog da Anne Vitorino de Almeida sobretudo porque podem ouvir as suas composições.


Invistam algum do vosso tempo a ouvir, garanto-vos que vale a pena.

A propósito das aspas no "nova" vou ser sincero. Resulta da minha indecisão entre não lhe conceder o epíteto e de certa forma ser pouco cavalheiro, envelhecendo-a involuntariamente e por outro lado a colocação da palavra de certa forma já ultrapassada pela obra publicada. Ficam assim as aspas para chamar a atenção para esta agradável dualidade.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Richard Strauss sem mais palavras

No dia de hoje este blog tem uma faixa preta virtual e invisível. Virtual e invisível porque a Alemanha não é Merckl da mesma forma que Portugal não é Passos nem outros. Para mim a Alemanha é mais Willy Brandt e Portugal mais Sá Carneiro só para dar o exemplo de quem nos faz falta;  A nós e aos alemães. Porque se nós estamos órfãos de verdadeiros lideres eles (os alemães) não o estão menos.

Quanto a música sem mais palavras, Richard Strauss Assim Falava Zarathustra porque na verdade são recorrentes os eventos e é aparentemente escassa a memória humana ...



sábado, 10 de novembro de 2012

Obra de piano solo preferida - Resultados provisórios

Temos com uma semana decorrida de votação 82 votos repartidos da seguinte forma: 

  1. Chopin - Nocturnos .........................10
  2. Bach - Variações Goldberg ...................5
  3. Satié - Gnossienes, Gymnopédies .............5
  4. Schumann - Carnaval .........................5
  5. Chopin - Polonaises .........................4
  6. Debussy - Suite Bergamasque .................4
  7. Liszt - Rapsódias Húngaras ..................4
  8. Albeniz - Ibéria ............................4
  9. Beethoven - Ultimas Sonatas .................3
  10. Beethoven - Patética, Appassionata, Ao Luar .3
  11. Bach - Fugas e Tocattas .....................3
  12. Chopin - Valsas e Mazurkas ..................3
  13. Mendelssohn - Canções sem palavras ..........3
  14. Schostakovich - 24 Prelúdios e Fugas ........3
  15. Brahms - Intermezzi .........................3
  16. Rachmaninoff - Sonatas ......................3
  17. Liszt - Sonatas .............................3
  18. Scarlatti - Sonatas para Teclas .............3
  19. Prokofiev - Sonatas nº 6 e nº 7 .............3
  20. Mozart - Sonatas para Piano .................2
  21. Bach - Cravo bem Temperado ..................2
  22. Beethoven - Hammerklavier ...................2
  23. Schubert - Sonatas para Piano ...............1
  24. Chopin - Études .............................1
  25. Chopin - Sonatas ............................0
Por enquanto tudo ainda muito igual embora os Nocturnos estejam a destacar-se de forma substancial. Bem sei que ainda falta muito tempo para terminar a votação mas participem desde já !

Para um guia de votação não se esqueçam de ler o post sobre a lista das 25 preferidas.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Um Recital no Conservatório - Recomendação para o fim de semana

Uma amiga chamou-me a atenção para um recital de piano e violoncelo que vai ter lugar no Conservatório Nacional no próximo Sábado às 19h. E se o post da Diapason não estava realmente relacionado de todo com o tema pianistico que nos tem dominado nestes últimos tempos ao ler o programa não pude deixar de reparar que vai ser interpretada uma obra que está na nossa Lista das 25 Obras Preferidas para Piano Solo, mais concretamente a Sonata Op. 110 de Beethoven.

Uma oportunidade para ouvir música ao vivo e esta obra em particular é para não perder, obviamente! Já conhecem o meu conselho. Deixem as pantufas em casa (podem vir de pantufas mas não se recomenda) porque ao vivo é outra coisa.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dia da Diapason

Desta vez o tema de capa não tem nada a ver com os temas de que temos andado a falar. Não podemos ter sempre essa sorte. Não deixa de ser interessante com muita ópera e muita paixão. Indispensável para quem quer conhecer Massenet (incluindo o disco que acompanha a revista, obviamente!)

Obviamente depois conto-vos mais sobre alguns dos artigos !

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Elliott Carter (1908-2012) in memoriam

Faleceu ontem em Nova Iorque o compositor americano Elliott Carter um pouco antes de completar o seu 104º aniversário. Não posso em rigor dizer-vos que é dos meus compositores preferidos mas a verdade é que apesar de ter optado por uma escrita totalmente atonal não deixa sempre de manifestar grande lirismo. Pelo menos em algumas peças que ouvi assim parece.

Em memória do compositor deixo-vos com Enchanted Preludes para Flauta e Violoncelo uma das que apreciei. A titulo de curiosidade saliente-se que Elliott Carter nasceu no mesmo dia que Manoel de Oliveira pelo que devemos acreditar que este dia tem algo de mágico em termos de genialidade adicionada à longevidade. 104 anos e ainda compunha , mais de 100 e ainda faz filmes ...

Uma revelação - Marta Hugon

De vez em quando neste blog por uma razão ou outra, sempre boas razões, fazemos algumas incursões em outros tipos de música. Neste caso a Marta Hugon foi uma daquelas revelações em que nos perguntamos porquê, mas porquê não a ouvimos antes ? Porquê na verdade ...


Foi um presente de anos de uma amiga. E que presente. Há três faixas neste novo disco A Different Time que gostava de partilhar convosco. A primeira "Hide and Seek" pela música e pela poesia ...



Depois a maravilhosa versão da canção dos Beatles, nas palavras de uma outra canção "won me over or good", For no One chama-se a canção mas na verdade penso que é mesmo para todos.


E por fim a canção do Bernardo Sassetti "Forget Paris".



Paris, até posso esquecer mas este disco, esta voz e estas interpretações certamente que não.  E pronto eu já tenho o meu exemplar agora só faltam os meus caros leitores repetirem a boa acção ... No que me diz respeito vou comprar os outros todos ... Tender Trap e Story Teller, se os encontrar claro está ... depois conto-vos.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

As 25 Melhores Obras de Piano Solo

As 25 Melhores Obras de para Piano Solo 

Segue-se a lista das 25 melhores obras para piano solo ordenada pela vossa votação com um pequeno comentário para cada uma assim como propostas especificas de audição. Nesta segunda fase de votação iremos eleger as 10 melhores que ficarão nas nossas listas dos Top 10.

Conforme foi salientado por alguns votantes existem muitas obras nesta lista que são na verdade conjuntos bastante vastos enquanto outras são obras "únicas" e por vezes agrupadas por critérios subjectivos de minha lavra. Procurei não obstante esta diferença na latitude das obras que existisse alguma unidade e de certa forma auxiliar a vossa escolha ao propor-vos nos conjuntos mais vastos exemplos particularmente relevantes. Não esqueçam no entanto que se estão nesta lista como conjuntos é porque sinceramente penso que valem a pena serem escutados enquanto tal.

1. Chopin (1810-1849) - Nocturnos
Este conjunto de obras nunca foi publicado por Chopin como um conjunto sendo constituído por obras publicadas ao longo da sua curta vida mas que partilham um carácter comum. Foram todos publicados em vida com excepção de um. Fizemos neste blog uma longa série de posts sobre estas obras pelo que não iremos aqui repetir esse conteúdo. Todos os posts contêm links de audição para as obras respectivas : Op. 9 (Nocturnos nº1 a nº3), Op. 15 (Nocturnos nº4 a nº6), Op. 27 (Nocturnos nº7 e nº8), Op. 32 (Nocturnos nº9 e nº10), Op. 37 (Nocturnos nº11 e nº12), Op. 48 (Nocturnos nº13 e nº14), Op 55 (Nocturnos nº15 e nº16), Op. 62 (Nocturnos nº17 e nº18) os últimos a serem publicados em vida do compositor. Op. 72 nº 19 (póstumo), nº 20 e nº 21 (póstumos) . Para terem um link directo para um único nocturno atrevo-me a sugerir o nº1 por Rubinstein.

2. Beethoven(1770-1827) - Ultimas sonatas op.109 a op.111 
As ultimas sonatas de Beethoven foram a seguir aos Nocturnos as obras mais votadas o que é notável tendo em consideração que são obras muito menos conhecidas. A Sonata nº 30 (op. 109) distingue-se pela sua inovação. Muito embora mantendo a forma de três andamentos o primeiro e o segundo estão ligados sendo que o terceiro o verdadeiro andamento lento constitui cerca de metade da duração da obra. Podem ouvir Glenn Gould na interpretação da primeira parte da sonata. A Sonata nº 31 (Op. 110) embora comece de forma bem mais clássica deixa para o fim as grandes inovações com a utilização de fugas e contraponto não como formas de simples estética mas sim como elementos de construção dramática, característica tão própria do romantismo. Proponho que oiçam Rudolf Serkin na interpretação do inicio da Sonata. Por fim a sonata nº 32 (Op.111) em apenas dois andamentos muito contrastantes. Segundo muitos pianistas esta obra constitui um dos expoentes da produção de piano de Beethoven no que diz respeito à sua expressividade. Proponho uma interpretação de Alfred Brendel do ultimo andamento. Notem que este conjunto apesar de ser constituído por obras que nunca foram publicadas enquanto conjunto pelo compositor justifica-se pela sua unidade quer expressiva quer na utilização de técnicas que aproximaram muito Beethoven da composição do período romântico.

3. Beethoven (1770-1827) - Patética, "Ao Luar", Appassionata
Estas três sonatas são frequentemente editadas em conjunto dado o seu carácter emocional para que muito contribuem os seus nomes que - verdade seja dita - não são propriamente uma escolha do compositor. A Sonata Patética (Op. 13) foi composta em 1798 é essencialmente uma obra clássica no seu formato embora a utilização de um motivo único ao longo da mesma já seja um prenuncio do que há de vir em termos de coerência da obra. O segundo andamento contém uma das melodias mais conhecidas da música clássica e por isso escolhemos para representar esta obra numa interpretação de Daniel Barenboim. A Sonata "Ao Luar" (Op. 27) também é uma das obras para piano mais conhecidas. Composta em 1801/1802 dificilmente não a terão ouvido pelo menos uma vez. E se ouviram certamente nunca mais a esqueceram. Escolhi para este caso a interpretação do pianista brasileiro Nelson Freire. Por fim a sonata Appassionata (op. 53) de que escolhemos o terceiro andamento é uma obra composta em 1854 que marca o reconhecimento do compositor da inexorabilidade da sua surdês e talvez por isso seja uma das suas obras que acaba num tom verdadeiramente trágico a adicionar ao carácter tempestuoso da obra. Para esta obra escolhemos uma interpretação de Barenboim.

4. Bach (1685-1750) - Variações Glodberg
Aqui está outra obra incontornável e neste caso não tenho grande dúvida de vos propor para ouvirem a interpretação de Glenn Gould na sua gravação de 1982. Conseguem ouvir o pianista no seu habitual cantarolar não aceitável para alguns mas de que sinceramente gosto. Este conjunto de obras (BWV 988) composto em 1741 é baseado num único tema e 30 variações sobre o mesmo devendo provavelmente o seu nome ao seu primeiro interprete Johann Gottliebe Goldberg.

5. Mozart (1756-1791) - Sonatas para piano 
Dado o extenso número de obras de Mozart neste formato (Mozart escreveu 18 sonatas para piano) teremos de escolher algumas para ilustrar o conjunto. Seguindo um critério um pouco populista mas procurando para cada obra dar-lhe a maior hipótese possível para seguir para a próxima fase decidi propor-vos um andamento (o terceiro) da Sonata K. 331, o famoso Rondo Alla Turca. Proponho-vos duas gravações diferentes a primeira por Rachmaninoff excelente mas com uma captação sonora que sofre da sua idade e uma segunda por Horowitz.  Outra das sonatas relativamente conhecida por ser muitas vezes utilizada na aprendizagem do instrumento é a sonata nº 16 (K. 545) também chamada "Sonata simples" - nome atribuído pelo próprio Mozart, numa interpretação de Claudio Arrau e por fim a ultima que compôs K. 576 por Mitsuko Uchida

6. Bach (1685-1750) - Cravo bem Temperado
Composto por dois livros cada um contendo 24 prelúdios e fugas num total de 48 peças deverá ser óbvio para todos os que lêem esta lista que esta obra sendo um dos expoentes máximos da cultura ocidental só pode ser um dos fortes candidatos à vitória. O primeiro livro data de 1722 e o segundo de 1742 cada um deles contendo 24 peças. O primeiro destes preludios é obviamente universalmente conhecido mas desafio-vos a ouvirem para além dele nesta interpretação completa por Glenn Gould. Reparem como Glenn Gould separa bem cada uma das notas (além de poderem ouvir o seu inimitável cantarolar) agora comparem com uma versão muito mais ligada de Richter.  haverá sem dúvida quem vos tentará convencer da superioridade de uma forma de interpretação em relação à outra. Eu não, prefiro concentrar-me na vantagem enorme que representa ter através de dois génios uma única música interpretada de forma tão diversa que nos permite usufruir da mesma em estados de espírito diferentes. Se tenho uma preferida? Tenho com toda a certeza, depende dos dias. Nos melancólicos como hoje tendo a preferir Richter nos mais alegres o meu coração está com Gould (passe o trocadilho com os nomes não intencional).

7. Bach (1685-1750) - Fugas e Tocattas (órgão) 
Se Bach dispensa apresentação, já o que diz respeito à ilustração do extenso conjunto de obras que esta linha condensa a dificuldade é imensa. Escolhemos a mais conhecida BWV 565 - Tocatta e Fuga em Ré Menor composta entre 1703 e 1707 (curiosamente numa altura em que Bach fez mais de 200 km a pé para visitar e aprender com Buxtehude, um compositor cuja obra recebeu exactamente um voto, para verem a injustiça da história). Notem que estas obras foram obviamente concebidas para um instrumento diferente como aliás é o caso de muitas outras nesta lista (para cravo por exemplo) mas ainda assim considero têm lugar nesta lista porque na verdade mesmo quando transcritas para um instrumento diferente mantêm a capacidade de exprimir senão a mesma dimensão emocional pelo menos uma muito semelhante. Escrevo este aviso nesta obra dado que é aqui que possivelmente mais se sente essa diferença. sente-se tanto que me vejo compelido a pelo menos conseguir dos organistas que estejam eventualmente a ler esta peça a desculpa incluindo também o original para órgão interpretado por Karl Richter.

8. Chopin (1810-1849) - Valsas e Mazurkas
Aqui está um outro conjunto numeroso. Valsas foram mais de 20 as compostas por Chopin a que se juntam mais de 40 Mazurkas. Obviamente este agrupamento faz sentido por se tratar de formas de dança estilizada mas coloca claramente uma dificuldade na ilustração e na vossa escolha. Nas valsas ainda consigo escolher algumas das mais conhecidas nomeadamente a Nº2 do Op. 64 aqui interpretada por Valentina Lisitsa. Posso ainda destacar o Op. 34 (Valse Brillante) tanto o nº 1 como o nº 2  (aqui por Rubinstein e de novo Lisitsa). A propósito o nº 1 do Op. 64 é a famosa Valsa Minuto que também pode ser mencionada por ser tão conhecida. Quanto às Mazurkas bem proponho-vos duas, a nº2 do Op. 68  por Michelangeli e a nº 1 do Op. 7 por Marjan Kiepura.

9. Beethoven (1770-1827) - Hammerklavier 
Esta obra precede as três ultimas sonatas que também estão a votação e neste conjunto de 25 obras para piano solo. Esta sonata a nº 29 da lista de Beethoven e Op. 106 é universalmente considerada uma das obras que apresenta um maior número de desafios de interpretação. A sua duração de mais de 40 minutos só por si constitui uma dificuldade física e de concentração além das dificuldades técnicas que fizeram com que esta obra apenas ganhasse popularidade no século XX. Propomos uma interpretação de Sviatoslav Richter para quem tenha coragem para a sonata inteira (vale a pena garanto). Para quem preferir um andamento apenas então tenho de vos propor o Adagio que ainda assim são 20 minutos por Glenn Gould que está na média entre os 16 minutos dos mais apressados e dos 25 dos mais resistentes ...

10. Chopin (1810-1849) - Polonaises
Estas obras, 23 no seu total nunca foram publicadas enquanto conjunto até porque a sua composição praticamente decorreu ao longo de toda a curta vida do compositor. Para ilustrar este conjunto a escolha não é fácil . A Grande Polonaise Brillante (música com que o filme "O Pianista" termina) pode-se destacar embora seja uma obra originalmente para piano e orquestra. Existe no entanto uma versão para piano solo de que vos proponho uma interpretação por Evgeny Kissin. Das restantes Polonaises podemos ainda destacar a Polonaise-Fantaisie (Op. 61) - que vos proponho sempre por Evgeny Kissin. Claro que deixamos para o fim a mais conhecida de todas, a Polonaise Heroique Op. 53 que neste caso é interpretada por Horowitz. Se estiverem num humor mais sombrio como é o meu caso poderão eventualmente encontrar eco na Polonaise Tragique Op. 44 , neste caso numa interpretação de Vladimir Ashkenazy.

11. Debussy (1862-1918) - Suite Bergamasque 
Debussy começou a compor esta suite em 1880 mas apenas a terminou já no século XX em 1905. A suite consiste em quatro movimentos dos quais o terceiro "Clair de Lune" é o mais conhecido. Os outros três a propósito são duas formas estilizadas de danças (Minuet e Clair de Lune) e um Prelúdio. Propomos uma interpretação de Angela Hewitt.

12. Mendelssohn (1809-1847) - Canções sem palavras 
Os oito volumes que perfazem esta colectânea foram escritos em fases diferentes da vida de Mendelssohn, o primeiro volume datando de 1829 e ultimo de 1845. Como todas as obras são de pequena dimensão e ao alcance (pelo menos aparente) de pianistas amadores estas obras viram injustamente o seu valor diminuído ao ponto de não ser fácil encontrar interpretações das mesmas por pianistas profissionais. Proponho-vos uma interpretação da Canção nº 6 do Op. 30 (segundo livro) por Daniel Barenboim.

13. Shostakovich (1906-1975) - 24 Preludios e fugas
Este ciclo de prelúdios e fugas foi composto entre 1950 e 1951 e publicado no ano seguinte. Tem a característica interessante de serem cada um deles composto numa tonalidade diferente maior e menor da escala cromática. A relação com um outro conjunto de peças, o Cravo bem Temperado também presente neste conjunto de obras é multiplo. Em primeiro lugar porque do ponto de vista musical segue a mesma lógica de progressão nas várias tonalidades mas também porque foi fonte de inspiração para Schostakovich. Aliás conta a história que foi depois de ter servido num juri na Alemanha de uma competição homenageando  Bach que Schostakovich retirou a vontade para  desenvolver esta obra. Este facto é de certa forma reforçado pela estreia da obra que teve lugar em Leninegrado a 23 de Dezembro de 1952 pela pianista Tatiana Nikolayeva a quem Schostakovich dedicou a obra e que tinha também sido a vencedora da competição de que falamos. Escolhemos para ilustrar este conjunto precisamente o Preludio e Fuga nº 1 (cada uma das 24 peças é composta pelo menos de um prelúdio e de uma fuga) interpretado pelo próprio compositor (Schostakovich era além de compositor um excelente pianista) e Tatiana Nikolayeva no Prelúdio e Fuga nº 24.

14. Liszt (1811-1886) - Rapsódias Húngaras
Conjunto de 19 peças de piano compostas por Liszt entre 1846 e 1853 baseadas no folclore húngaro. Dessas pequenas peças a Rapsódia nº 2 é sem dúvida a mais conhecida e a que escolhemos numa interpretação de Marc André Hamelin.

15.  Brahms (1833-1897) - Intermezzi (Op. 118)
Penúltima obras publicadas do compositor e dedicadas a Clara Schumann composta por seis belíssimas canções bastante introspectivas. Proponho-vos uma interpretação de Evegny Kissin que embora possa por vezes parecer um tanto exagerada no que me diz respeito revela bem o carácter intimista que acabei de vos revelar.

16. Schubert (1797-1828) - Sonatas para piano
Este é um dos casos nesta lista em que a dimensão da obra é considerável ao ponto de nos tornar um pouco difícil a selecção. Na verdade Schubert escreveu 21 sonatas para piano embora, como aliás era hábito do compositor muitas delas estejam incompletas ou particularmente cruas em termos de revisão. Há no entanto três sonatas, que não foram publicadas em vida do compositor, das ultimas obras que Schubert terá escrito que se destacam das demais, possivelmente em conjunto com a D. 894 composta em 1826 aqui numa interpretação de Sviatoslav Richter. Esta sonata é uma das poucas em que transparece uma certa paz. As três sonatas póstumas D. 958, D. 959 e D. 960 foram praticamente ignoradas devido em grande parte à fraca recepção que obtiveram quanto da sua estreia. esquecidas eram poucas vezes interpretados até que o centenário da morte de Schubert e as interpretações de Schnabel e Erdmann as tivessem voltado a colocar no mapa. É precisamente de Schnabel a interpretação que propomos para a D. 959. Oiçam bem a melodia e digam-me se não é uma pérola durante tanto tempo perdida ...

17. Satie (1866-1925) - Gnossienes, Gymnopedies
Dois conjuntos de obras de que falamos há muito pouco tempo e que por isso remetemos para os dois respectivos posts: Gnossienes e Gymnopedies. Uma interpretação excelente da Gymnopedies nº1 por Ciccolinni ou das Gnossiennes por Alessio Nanni são uma forma rápida de reconhecer estas obras que certamente já ouviu centenas de vezes.

18. Albeniz (1860-1909) - Iberia 
Uma das obras mais significativas da escola espanhola. Por ser um dos compositores e uma das obras menos conhecidas deste grupo falamos dela em detalhe no post Ibéria - Albeniz. Para ouvirem esta obra na sua totalidade proponho-vos tal como nesse post Alicia de Larrocha .

19. Chopin (1810-1849) - Études
Conjunto de três obras Op. 10, Op. 15 e Trois Nouvelles Études (sem número de opus). O primeiro conjunto é composto de 12 pequenas obras tendo sido publicado em 1833. É neste conjunto que está incluído o famoso "Estudo Revolucionário" composto na altura da insurreição polaca contra a Rússia tendo Chopin utilizado este estudo para exprimir a sua dor e revolta. Podem ouvir este Estudo Revolucionário por Richter. O conjunto total dos estudos que compõem este Op. 10 por Samson François. O op. 25  também é composto por 12 obras tendo sido composto em 1837. Podem ouvir uma interpretação integral por Sokolov. Para os "Trois Nouvelles Études" proponho-vos uma interpretação da pianista brasileira Guiomar de Novaes.

20. Rachmaninoff  (1873-1943) - Sonatas
Rachmaninoff compôs duas sonatas para piano. A primeira Op. 28 foi terminada em 1908 sendo uma das obras menos interpretadas do compositor. organizada numa estrutura típica do período clássico com a sequência andamento rápido - lento - rápido esta sonata foi recebida desde a sua estreia de forma pouco entusiastica. Propomos uma interpretação de Boris Berezovsky. A segunda sonata Op. 36 foi composta em 1916 e revista em 1931. Muitas vezes interpretada na versão editada e modificada por Horowitz que é precisamente a interpretação que vos propomos.


21. Schumann (1810-1856) - Carnaval 
Carnaval (op. 9) composto em 1834/1835 é uma das obras mais significativas de Schumann. Como é frequente em Schumann as notas são um criptograma musical sendo uma obra que se pode considerar de música programática dado que as 22 partes que a constituem descrevem um baile de mascaras na época de Carnaval precisamente. Proponho-vos uma interpretação de Claudio Arrau.

22. Liszt (1811-1886) Sonata para Piano em Si Menor
Possivelmente a obra para piano solo mais representativa do compositor do ponto de vista artístico  bem mais que as rapsódias húngaras que nesta primeira fase ficaram bem acima desta belíssima sonata composta entre 1849 e 1853 e publicada no ano seguinte. É particularmente distintiva por se apresentar num único longo andamento embora na verdade se possa igualmente considerar que são quatro andamentos interpretados sem interrupção. isto é possível pelo facto da sonata ter partes que podem fazer parte de várias construções, uma verdadeira montagem de arquitectura complexa e unificada  tão ao gosto do período romântico (e ao meu). Por essa razão proponho-vos uma interpretação completa da obra por Clifford Cruzon.

23. Chopin (1810-1849) Sonatas
Chopin escreveu "apenas" três sonatas para piano sendo a primeira composta em 1828 (Op. 4) e um dos primeiros trabalhos do compositor embora a sua edição seja póstuma (1851). É uma sonata numa forma perfeitamente clássica quando Chopin estudava com Joséf Elzner a quem aliás a sonata é dedicada. Proponho uma interpretação de Vladimir Ashkenazy. A Sonata nº2 foi composta em 1839 e é possivelmente a razão pela qual esta entrada está nesta lista em grande parte pelo conhecido terceiro andamento que é nem mais nem menos do que a conhecida Marcha Fúnebre. Proponho-vos precisamente esse andamento por Arthur Rubinstein. Por fim a Sonata nº3 (Op. 58) foi composta já perto do fim da vida de Chopin (1848) e é uma das obras de Chopin que prefiro, proponho-vos o primeiro andamento por Lang Lang.

24. Scarlatti (1685-1757) Sonatas para teclas
Domenico Scarlatti escreveu mais de 500 sonatas para piano (555 para ser exacto) e por isso a tarefa de vos propor um conjunto que possa ilustrar o mesmo é quase impossível. Por essa razão faço uma escolha não totalmente aleatória mas que escolho função da disponibilidade de interpretações diversas por grandes especialistas do compositor. A primeira é precisamente a K.1 interpretada por Ivo Pogorelich. Podem depois ouvir a K. 141 interpretada por Marta Argerich ou a K. 380 por Horowitz. Por fim proponho-vos um "compacto" de sete sonatas por Gilels K. 141 K. 518 K. 32 K. 466 K. 533 K. 27 K 125.

25. Prokofiev (1891-1953) - Sonata nº 6 e nº 7 
A sonata nº6 (Op. 82) em Lá Maior foi composta em 1940 sendo constituída por 4 andamentos. Apesar de indicarmos a tonalidade a verdade é que é uma obra marcada por flutuações na mesma ao ponto de poder ser considerada por vezes verdadeiramente atonal. Dos quatro andamentos proponho-vos que oiçam o terceiro andamento em tempo de valsa, numa interpretação de Richter. A sonata nº7 (Op. 83) composta  em 1942 e chamada por vezes Stalingrad (o que se dúvida fosse apreciado por Prokofiev)  em Si Bemol maior possui três andamentos e uma estrutura interessante dado que é vista muita vezes como uma evocação e gozo da própria forma de Sonata. Escolhemos de novo uma interpretação de Richter, desta vez do primeiro andamento (Allegro Inquieto).

sábado, 3 de novembro de 2012

Protestos na Alemanha

Sim também () há protestos na Alemanha contra os cortes no financiamento das Orquestras. Do blog The rest is Noise do Alex Ross seleccionamos três.

Ich War ein Orchester (Eu era uma orquestra)

Um dos vários cemitérios de orquestras que Alex Ross foi fotografando.

E por fim o protesto público antes do inicio de um concerto por um membro da orquestra e compositor.

Continuam a acreditar na receita - de corte em corte - até?

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Segunda Fase Iniciada - Obra de Piano Solo Preferida

Conforme poderão ter reparado já iniciamos a segunda fase da votação da nossa obra de piano preferida agora com apenas 25 obras para escolher. Ainda não publicamos o post que vos poderá ajudar a escolher entre estas 25 maravilhas mas isso está para breve!

Obra de Piano Solo - Resultado Final (Primeira Fase)

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a todos os votantes a participação. Fomos quase 80 a votar o que não sendo esmagador enfim é representativo. Espero que agora na segunda fase com uma escolha mais reduzida possamos ser ainda mais !

Os resultados finais da primeira fase da nossa votação estão assim apurados. Conforme vos expliquei fiz uma fusão entre a votação que tinha 69 votantes e que o meu pai me disponibilizou e a votação corrente. escolhi para cada peça o maior número de votos existentes. Entre parênteses está a diferença resultante (cerca de 29 votos o que à média de votos existente me diz que deveremos ter tido entre 76 a 78 votantes.

O corte para a segunda fase (as 25 obras nossas preferidas) ficou nos 6 votos. Não existindo nesses seis votos nenhuma diferença recente o meu critério de escolha entre Prokofiev, Liszt, Haydn e Rachmaninoff, Schubert e e Schumann foi em primeiro lugar assegurar a máxima variedade de compositores. Por este critério ficariam Prokofiev e Haydn. Como só tinha um lugar tive de utilizar um segundo critério e esse foi o da especificidade. As duas sonatas de Prokofiev são mais especificas do que toda a obra de Haydn para piano que é sobretudo valiosa pelo seu conjunto. Poderia ter facilmente utilizado outro critério e procurado equilibrar dentro do período o que me teria feito escolher Haydn (dado que o período romântico está muito mais representado), porém mesmo nesse critério Prokofiev é dos compositores mais recentes desta lista ... enfim era uma escolha difícil.

Agora a segunda fase irá começar dentro em breve estando a votação apenas aquelas que consideramos as 25 melhores obras (ou conjunto de obras) para piano solo.
  1. Chopin – Nocturnos .............................28 (+2) 
  2. Beethoven - Ultimas Sonatas ....................25 (+1)
  3. Beethoven - Patética, "Ao Luar", Appassionata ..23 (+2) 
  4. Bach - Variações Goldberg ......................22 (0) 
  5. Mozart - Sonatas para Piano ....................19 (+2) 
  6. Bach - Cravo bem Temperado .....................15 (+1) 
  7. Bach - Fugas e Tocattas ........................14 (+1) 
  8. Chopin - Valsas e Mazurkas .....................12 (0) 
  9. Beethoven – Hammerklavier ......................12 (+1) 
  10. Chopin – Polonaises ............................12 (+1) 
  11. Debussy - Suite Bergamasque ....................11 (0) 
  12. Mendelssohn - Canções sem Palavras .............11 (0) 
  13. Schostakovich - 24 Preludios e Fugas ...........11 (+1) 
  14. Liszt - Rapsódias Húngaras .....................11 (+2) 
  15. Brahms – Intermezzi ............................10 (0) 
  16. Schubert - Sonatas para Piano ..................10 (+2) 
  17. Satié - Gnossienes, Gymnopedies ................ 9 (+1) 
  18. Albeniz – Ibéria................................ 9 (+2) 
  19. Chopin – Études................................. 8 (0) 
  20. Rachmaninoff – Sonatas ......................... 8 (0) 
  21. Schumann – Carnaval ............................ 8 (+1) 
  22. Liszt – Sonatas ................................ 7 (0) 
  23. Chopin – Sonatas ............................... 7 (+1) 
  24. Scarlatti - Sonatas para Teclas ................ 7 (+1) 
  25. Prokofiev - Sonatas nº6 e nº7 .................. 6 (0) 
  26. Haydn - Sonatas para Teclas .................... 6 (0) 
  27. Liszt - Estudos Transcendentais ................ 6 (0) 
  28. Rachmaninoff – Etudes .......................... 6 (0) 
  29. Schubert - Fantasia em Dó Menor ................ 6 (0) 
  30. Schumann – Kreisleriana ........................ 6 (0) 
  31. Alkan - Grande Sonata .......................... 5 (0) 
  32. Ravel - Ma Mére L´Oye .......................... 5 (0) 
  33. Brahms - Sonatas para Piano .................... 5 (+1) 
  34. Debussy - Prelúdios, Etudes .................... 5 (+1) 
  35. Ravel – Miroirs ................................ 5 (+2) 
  36. Carlos Seixas – Tocattas ....................... 4 (0) 
  37. Fauré – Nocturnos .............................. 4 (0) 
  38. Schumann – Davidsbundlerdanze .................. 4 (0) 
  39. Bartok - Danças Romenas ........................ 4 (+1) 
  40. Rameau - Obras para Cravo ...................... 4 (+1) 
  41. Frescobaldi - Segundo Livro de tocattas ........ 3 (0) 
  42. Handel - Suites para Cravo ..................... 3 (0) 
  43. Stravisnky – Petrushka ......................... 3 (+1) 
  44. Balakariev – Islamey ........................... 2 (0) 
  45. Couperin - Vingt Sept ordres ................... 2 (0) 
  46. Grieg - Peças Líricas .......................... 2 (0)
  47. Ligeti – Etudes ................................ 2 (0)
  48. Messiaen - 20 Regards sur l´Enfant Jesus ....... 2 (+1) 
  49. Brahms – Klavierstucke ......................... 1 (0)
  50. Buxtehude - Obras para Órgão ................... 1 (0)
  51. Scriabin – Preludios ........................... 1 (0)
  52. Sweelinck - Obras para Órgão ................... 1 (0)
  53. Carl Bach - Sonatas para Teclas ................ 0 (0)
  54. Charles Ives - Sonata Concord .................. 0 (0)
  55. Franck - Obras para Órgão ...................... 0 (0)
  56. Schoenberg – Klavierstucke ..................... 0 (0)
  57. Szymanowski – Mazurkas ......................... 0 (0)

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