A única obra de Ruggero Leoncavallo (1857-1919) ainda interpretada nos nossos dias. Hoje aqui invocada por aquilo que se passou algures num campo de futebol na Alemanha onde um pseudo-arbitro ajudado por um jovem que estava junto à linha e que simpaticamente vou chamar de palhaço resolveu ajudar os amigos Russos da Gazprom que por acaso do destino patrocinam a equipa alemã.
Lembrei-me do epíteto palhaço por ser aquele que me autorizo neste blog ... e bom para que fique tudo dentro da música e da santa paz deixo-vos com a minha ária preferida da referida ópera - também para que nos reconciliemos com os palhaços que não têm culpa nenhuma. E sim melhor teria feito a equipa de arbitragem de vestir o traje adequado ...
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Delibes - Lakmé
Delibes (1836-1891) é um compositor francês que se destingiu essencialmente em obras para bailado ou ópera. Além da obra de que hoje falaremos Delibes é essencialmente conhecido pelo seu bailado Copélia.
Lakmé foi composta entre 1881 e 1882 e estreada no ano seguinte a 14 de Abril pela Ópera Comique na sala Favart em Paris. O libretto de Edmond Godinet e Philippe Gille é baseado em duas obras "Les babouches du Brahamane" de Théodore Pavie e do conto "Le Mariage de Loti" de Pierre Loti. Como era moda na altura a obra centra-se no Oriente trazendo um tema que não é propriamente original: Uma jovem nativa apaixona-se por um oficial que acaba por a abandonar - com o fim trágico que se pode facilmente adivinhar. Mas a banalidade do tema acaba precisamente neste curto resumo porque o resto, tanto o libreto como a música são tudo menos isso.
A ópera foi desde a sua estreia um sucesso imenso para Delibes tendo atingido mais de 1000 interpretações antes do inicio da Segunda Guerra Mundial.
Poderão estar a pensar: Não conheço. Enganam-se. Esta ópera em três actos contem pelo menos duas passagens que é impossível não terem ouvido já uma boa centena de vezes, no mínimo. Vamos começar por vos falar do "dueto da flores" que irão certamente reconhecer e que neste caso vos proponho numa versão não encenada de Anna Netrebko e Elina Garanca.
Para quem não domina o francês o suficiente para conseguir perceber o poema aqui fica uma tradução livre (e felizmente isenta da necessidade de métrica) de uma parte do mesmo.
Sobre a espessa cobertura
onde o branco jasmim
se entrelaça à rosa
na margem em flor
rindo pela manhã
Vem! desceremos juntos.
docemente
[...]
A outra ária mais conhecida, a "Canção dos Sinos" é uma referência no que diz respeito ao canto lírico. Desta vez iremos escolher uma gravação histórica da grande Callas.
Onde vai a rapariga índia
filha dos Párias
quando a lua brinca
entre as grandes mimosas
Ela corre no musgo
e não se lembra
que em todo o lado se rejeitam
as filhas dos Párias
[...]
Mas verdadeiramente o que espanta nesta ópera para aqueles de vós que após terem ouvido estes dois excertos tenham essa curiosidade, o que verdadeiramente espanta dizia é a enorme quantidade de melodias que nos parecem absolutamente deliciosas. Obviamente uma obra que se recomenda na sua totalidade.
Lakmé foi composta entre 1881 e 1882 e estreada no ano seguinte a 14 de Abril pela Ópera Comique na sala Favart em Paris. O libretto de Edmond Godinet e Philippe Gille é baseado em duas obras "Les babouches du Brahamane" de Théodore Pavie e do conto "Le Mariage de Loti" de Pierre Loti. Como era moda na altura a obra centra-se no Oriente trazendo um tema que não é propriamente original: Uma jovem nativa apaixona-se por um oficial que acaba por a abandonar - com o fim trágico que se pode facilmente adivinhar. Mas a banalidade do tema acaba precisamente neste curto resumo porque o resto, tanto o libreto como a música são tudo menos isso.
A ópera foi desde a sua estreia um sucesso imenso para Delibes tendo atingido mais de 1000 interpretações antes do inicio da Segunda Guerra Mundial.
Poderão estar a pensar: Não conheço. Enganam-se. Esta ópera em três actos contem pelo menos duas passagens que é impossível não terem ouvido já uma boa centena de vezes, no mínimo. Vamos começar por vos falar do "dueto da flores" que irão certamente reconhecer e que neste caso vos proponho numa versão não encenada de Anna Netrebko e Elina Garanca.
Para quem não domina o francês o suficiente para conseguir perceber o poema aqui fica uma tradução livre (e felizmente isenta da necessidade de métrica) de uma parte do mesmo.
Sobre a espessa cobertura
onde o branco jasmim
se entrelaça à rosa
na margem em flor
rindo pela manhã
Vem! desceremos juntos.
docemente
[...]
A outra ária mais conhecida, a "Canção dos Sinos" é uma referência no que diz respeito ao canto lírico. Desta vez iremos escolher uma gravação histórica da grande Callas.
Onde vai a rapariga índia
filha dos Párias
quando a lua brinca
entre as grandes mimosas
Ela corre no musgo
e não se lembra
que em todo o lado se rejeitam
as filhas dos Párias
[...]
Mas verdadeiramente o que espanta nesta ópera para aqueles de vós que após terem ouvido estes dois excertos tenham essa curiosidade, o que verdadeiramente espanta dizia é a enorme quantidade de melodias que nos parecem absolutamente deliciosas. Obviamente uma obra que se recomenda na sua totalidade.
Subscrever:
Mensagens (Atom)