Hoje é 25 de Abril. Há 36 anos atrás havia uma revolução nas ruas. Ou melhor várias revoluções. É difícil para muitos dos que entretanto nasceram e tiveram apenas conhecimento indirecto do Portugal de então perceber mesmo todas as dimensões da mudança.
Não vou certamente conseguir explica-la aqui. Mas digo-vos que uma Festa da Música nesse Portugal bafiento e fechado utilizando uma campanha de publicidade em voga, até poderia ter existido mas não teria sido com toda a certeza a mesma coisa.
Teríamos talvez mais "vison" e menos ganga, mais pérolas e menos juventude, mais controlo e menos espontaneidade. Mas focar nessas diferenças seria uma concentração no não essencial. O essencial mesmo é a liberdade de escolha, a liberdade de expressão.
Ontem como vos disse fui à Festa da Música. Para além das escolas nos espaços livres tive oportunidade de ouvir três concertos. O Jorge Moyano com a Orquestra de Câmara Portuguesa no segundo concerto para piano e Orquestra de Chopin e sobretudo a Orquestra Metropolitana de Lisboa (penso que adicionada de alguns membros da Académica Metropolitana e alguns alunos da mesma escola) que interpretou a Sinfonia Fantástica de Berlioz. Posso dizer-vos que foi uma interpretação absolutamente arrebatadora. Fantástica como a sinfonia.
Hoje (aliás daqui a pouco) vou voltar para o CCB. Para quem esteja perto sugiro uma visita, não conheço melhor forma de festejar a liberdade.
25 de Abril Sempre.