Há uns meses atrás mais precisamente aqui tinha-vos referido que iria contar uma história acompanhado ao violino pelo meu filho por ocasião do primeiro aniversário da Cinemateca Júnior.
Tinha-vos dito então que um dia faria uma versão multimédia. Melhor do que isso vou mostrar-vos uma gravação do que se passou nessa manhã. Prometam apenas que não vão gozar muito ...
A história conforme perceberão é uma mistura de um conto tradicional e de uma história do Kipling e da alguma adaptação poética para dar um pouco de ritmo à história.
Vejam a primeira parte aqui e a segunda parte aqui. Divirtam-se que eu e o meu filho também nos divertimos bastante a fazer isto ... Uma palavra de agradecimento a cinemateca por ter proporcionado a tantos jovens a oportunidade para ver como se fazia "cinema" antes mesmo de haver imagem em movimento.
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Schubert - "Winterreise" - Die Nebensonnen (Os Sois Fantasmas)
A tradução original do poema é de Eduardo Gabarra que poderão encontrar aqui. Fizemos ligeiras alterações à tradução que apontamos em azul. A ilustração é da grande voz Lotte Lehmann. Também são dela as principais indicações que damos quanto a esta canção provenientes do livro "Eightheen Song Cycles - Studies in Their Interpretation". Não deixem também de ler o artigo sobre este conjunto de canções aqui.
O momento de coragem da anterior canção desaparece tão depressa como tinha aparecido. Em breve estamos de novo consumidos num horror que nos parece pior que a própria morte. Diz Lotte que lhe perguntam muitas vezes o que significam os três sois.
Numa explicação poética ela refere que para um músico poderiam significar a Fé, Esperança e o Amor e destes apenas um o ultimo não desaparece. Porém poderá ser esta interpretação um pouco romântica demais mesmo para o período em que estamos inseridos. Mais racionalmente, poderá ser uma miragem motivada pelo nevoeiro, cansaço ou pelas lágrimas que se acumulam nos nossos olhos.
Oiçam aqui o nosso barítono de referência, Dietrich Fischer-Dieskau, interpretar esta canção.
Os Sóis Fantasmas
Vi três sóis no horizonte,
com o olhar firme, longamente;
e eles estavam lá tão imóveis
como se nunca fossem me deixar.
Ah, não são esses meus sóis,
que vão encarar outras faces !
Faz pouco eu tinha três outros
mas os dois melhores se foram.
Se o terceiro também se fosse
eu me sentiria melhor no escuro.
O momento de coragem da anterior canção desaparece tão depressa como tinha aparecido. Em breve estamos de novo consumidos num horror que nos parece pior que a própria morte. Diz Lotte que lhe perguntam muitas vezes o que significam os três sois.
Numa explicação poética ela refere que para um músico poderiam significar a Fé, Esperança e o Amor e destes apenas um o ultimo não desaparece. Porém poderá ser esta interpretação um pouco romântica demais mesmo para o período em que estamos inseridos. Mais racionalmente, poderá ser uma miragem motivada pelo nevoeiro, cansaço ou pelas lágrimas que se acumulam nos nossos olhos.
Oiçam aqui o nosso barítono de referência, Dietrich Fischer-Dieskau, interpretar esta canção.
Os Sóis Fantasmas
Vi três sóis no horizonte,
com o olhar firme, longamente;
e eles estavam lá tão imóveis
como se nunca fossem me deixar.
Ah, não são esses meus sóis,
que vão encarar outras faces !
Faz pouco eu tinha três outros
mas os dois melhores se foram.
Se o terceiro também se fosse
eu me sentiria melhor no escuro.
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