sexta-feira, 14 de junho de 2013

A semana passada foi semana de Diapason

Desta vez o tema de capa é uma interessantíssima entrevista com Nikolaus Harnoncourt o famoso maestro e musicólogo fundador do ensemble Consentus Musicus e pai (ou pelo menos um dos progenitores) da música de época ou interpretada em instrumentos de época.

Da entrevista - que é uma revisão da vida do maestro - gostaria de realçar alguns pontos que achei especialmente interessantes. O primeiro tem a ver com o complemento que o maestro fornece da sua famosa frase "a música barroca fala a música romântica pinta". Diz ele que sim ainda pensa assim mas que mais importante para ele é que as coisas nunca são "claras". Tudo se mistura, tudo muda. termina a resposta dizendo que quando "retoma" uma obra nunca a retoma verdadeiramente é sempre como se fosse a primeira vez.

A outra frase que achei interessante está relacionado com a Quinta de Beethoven que por acaos tenho ouvido muitas vezes ultimamente. Diz Harnoncourt que esta é a única obra de Beethoven que tem verdadeiramente alguma coisa a ver com politica. A este propósito proponho-vos um ensaio da Quinta com o maestro e a Simon Bolivar, reparem na atitude de Dudamel já agora.



O outro assunto interessante abordado pelo maestro é precisamente o facto de achar que é necessário explicar aos músicos o que estão a tocar porque senão não vale a pena. Não basta tocar bem é preciso perceber para interpretar. Se ouvirem toda a master class anterior podem perceber totalmente a importância que o maestro dá a esse aspecto.

Por fim sem mais comentários uma frase que subscrevo inteiramente e que reproduzo o mais fielmente que consigo: " Hoje não se ensina às crianças o esforço de se tornarem humanos. Ensinamos-lhe apenas a ganhar dinheiro. Ganhar, Tomar, Ter. Isso chega."

Para terminar este post com música teria de ser Bach claramente e o seu Concentus Musicus (atenção que a afinação é mesmo diferente, os mais habituados podem estranhar).


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