Se a Sonata nº 1 é uma obra pouco representativa do carácter de Chopin e do estilo de composição que tanto admiramos já a segunda sonata (Op. 35 em Si Bemol Menor) está na categoria das composições geniais, muito embora a obra tenha pouca "unidade", isto é os andamentos não estão relacionados uns com os outros, em linguagem popular e simples diríamos exagerando um pouco que é "uma manta de retalhos".
Na verdade Schumann disse desta obra quase pior : "Chopin juntou aqui quatro dos seus filhos loucos". Schmann pensava na verdade que o terceiro andamento não "pertencia" a esta obra e este na verdade foi composto antes dos restantes. Esta composição é sobretudo conhecida precisamente pelo terceiro andamento que contém a famosa Marcha Fúnebre. Chopin dizia defendendo-se da falta de unidade que o quarto andamento começava com o murmúrio das pessoas discutindo o terceiro andamento. Concedemos até que esse argumento possa ser válido mas então e a ligação entre os dois primeiros e os dois últimos ?
Pessoalmente cremos que nos devemos talvez abstrair de uma unidade construída com base na técnica de composição para nos centrarmos na possível unidade dos sentimentos que são expressos e aí a unidade existe, pensamos nós. Uma unidade bastante sombria mas não obstante uma unidade. Mas não julgue pelo que dizemos. Desta vez vamos mostrar os quatro andamentos e em todos temos pianistas de eleição para a sua interpretação.
1. Grave; Doppio movimento : Por Witold Malcuzynski aqui.
2. Scherzo: Por Rachmaninoff aqui.
3. Marcha Funebre (Lento) : Por Arturo Benedetti Michelangeli (1920-1995) aqui.
4. Finale: Presto : Por Vladimir Horowitz aqui.