Este é um dos compositores de que me tardava mais falar porque está naquela categoria de músicos que tem pelo uma obra que me faz literalmente viajar à volta do mundo. Além de que como muitos outros é um compositor muitas vezes subestimado. Uma das obras que me serve de referência considera-o por exemplo inferior a Smetana ...
Dvorak nasceu a 8 de Setembro de 1841 em Nelahozeves perto de Praga. O pai era músico (embora não profissional) desejava que ele seguisse a sua profissão (talhante) embora lhe permitisse seguir estudos musicais que cedo revelaram uma aptidão fora do comum.
Dvorak vai então estudar para Praga para a escola de órgão a única que para além do instrumento também tinha aulas de composição que Dvorak segue (esta terá sido talvez a única formação formal do compositor o que apenas torna mais notável a sua obra). Com 18 anos Dvorak é já um músico a tempo inteiro compondo essencialmente música de câmara e ganhando a vida tocando Viola de Arco e Violino em Orquestras ligeiras. Tem no entanto dificuldade em sobreviver com o parco salário. Por essa razão acaba também por dar aulas de piano actividade em que acaba por conhecer a irmã daquela que viria a ser sua mulher e com quem teria nove filhos.
Entre 1892 e 1895 Dvorak viveu nos estados Unidos mais precisamente em Nova Iorque onde foi director do Conservatório Nacional de Música (uma ideia dum filantropo que acabaria por não ter grande sucesso em termos de duração embora tenha desempenhado um papel interessante na criação de uma identidade americana na música).
De volta à Europa Dvorak concentra-se na música de câmara e sobretudo na Ópera e direcção do conservatório de Praga a partir de 1901. Dvorak faleceu em Praga a 1 de Maio de 1904 de falha cardíaca.
No que diz respeito à sua obra musical claramente a sua obra Sinfónica está entre a mais conhecida quer pelas sinfonias propriamente ditas em particular a Nº9 "From the New World" quer pelos seus poemas sinfónicos de que podemos destacar Water Goblin inspirado no poema Vodnik do poeta checo Karel Erben (1853). Dvorak notabilizou-se também na produção de música de câmara da qual podemos destacar o Op. 90 o famoso Trio Dumky de que propomos uma interpretação por um notável trio consistindo de Yo-Yo Ma no violoncelo, Perlman no violino e Rudolf Firkusny no Piano (se preferirem podem ouvir não menos notável o Beaux Arts Trio - constituido por Menahem Pressler (Piano), Hope (Violino) e António Meneses (Violoncelo)).
Embora fosse crente e muito possivelmente uma grande parte da sua "formação" musical se desse nas igrejas da sua boémia natal Dvorak compôs relativamente pouca música sacra. Porém a bem da verdade o seu Stabat Matter foi possivelmente a razão da sua enorme popularidade em Inglaterra onde rivaliza nesse aspecto com Haydn.
Guardamos para o fim deste post sobre Dvorak os seus três concertos. Se o de piano é geralmente considerado uma das suas obras menores tanto o Concerto para Violino e Orquestra em Lá Menor Op. 53 como o Concerto para Violoncelo e Orquestra em Si Menor Op. 104 são absolutamente notáveis. Para o primeiro escolhemos uma interpretação de Josef Suk neto do compositor de mesmo nome que se casou com a filha mais velha de Dvorak e um dos seus discípulos. Este violinista é portanto bisneto de Dvorak. Acreditamos que a escolha não poderia ser mais apropriada. Para o concerto de violoncelo escolhemos uma interpretação de Jacqueline de Pré.