A Orquestra Metropolitana de Lisboa Junior realizou o seu já habitual workshop de Verão pela primeira vez fora de Lisboa. Os participante estiveram uma semana em Montalegre utilizando as excelentes instalações do multiusos sendo que a minha primeira nota é para a Câmara Municipal de Montalegre. Por várias razões todas elas positivas.
Em primeiro lugar por ter entendido que acolher esta iniciativa era bom para a vila de Montalegre. Posso dizer-vos que pelo menos umas três ou quatro centenas de fãs em que me incluo estão conquistadas.
Em segundo lugar porque num multiusos pensar de raiz um auditório com a qualidade daquele em que decorreu o primeiro concerto é pouco frequente e uma aposta de felicitar (mesmo que ainda não completamente finalizado).
Em resumo e quanto a Montalegre só vos posso dar um conselho: Visitem a vila e a região que vale a pena.
No que diz respeito à música como tem sido costume ouve quatro agrupamentos diferentes: Percussão, Sopros, Cordas (iniciação) e Orquestra Sinfónica (que englobava os alunos de cordas mais avançados e alguns sopros e percussão).
Quando achamos que não há mais progressão possível a equipa que idealiza estes concertos acaba sempre por conseguir a surpresa. Não vos vou falar muito da Orquestra de Sopros ou da Iniciação porque estas continuam um progresso seguro. Nos sopros a última composição interpretada Sinfonia nº2 "A Odisseia" - 1º andamento "A Ilíada" de Robert W. Smith foi especialmente interessante e os mais jovens levaram a sala ao delírio com um Medley dos Abba.
Mas o que foi mesmo fantástico neste workshop foi a interpretação do Pedro e do Lobo apoiado num sensacional filme de animação de Suzi Templeton que foi exibido enquanto a Orquestra literalmente fazia o acompanhamento ao vivo (como no filme de animação que podem ver aqui uma parte). Confesso que em Montalegre esqueci-me completamente que estava a ouvir uma orquestra de estudantes tal o poder do conjunto. Acho que melhor elogio é impossível. Naquela sala criou-se um ambiente único, fez-se, desculpem a expressão talvez um tanto excessiva, arte.
Face a isso a interpretação da abertura "Finlândia" de Sibelius de que tanto gosto foi quase um anti-climax. Quase, dizia, porque mais uma vez o poderoso final recolocou a magia.
Mas voltando ao Pedro e o Lobo vejam esta foto para terem uma ideia do clima criado na sala ...
Na Vila da Feira, no auditório do Europarque, repetiu-se o concerto no dia seguinte, excelente na mesma mas talvez porque a sala era maior, talvez por estarmos fora do território do Lobo não houve a mesma magia. O momento de Montalegre foi para mim único, vos garanto.