quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Grieg - Peer Gynt

Na nossa lista de 100 obras colocamos duas obras de Grieg. Da primeira já falamos, o famoso concerto para Piano e Orquestra. Hoje vamos falar do poema sinfónico Peer Gynt.

Esta obra tem um inicio que é muito próximo do que poderia acontecer nos nossos dias com um filme por exemplo. Na verdade a obra nasce de um pedido do escritor e encenador Henrik Ibsen que tinha alguns anos antes escrito uma obra com o mesmo nome cujo objectivo era poder ser um poema épico nacionalista.

Foi convencido a transformar esse poema numa obra teatral tarefa para a qual convidou Grieg a compor a música. A peça estreou em Christiana (hoje chamada Oslo).  a 24 de Fevereiro de 1876. As partituras desta obra (Op. 23) só foram editadas já no século XX um ano depois da morte de Grieg por Johan Halvorsen compositor, maestro e violinista Norueguês.

Grieg no entanto ainda em vida extraiu da sua obra duas suites Orquestrais sendo essas que são hoje em dia mais vezes executadas. São na verdade duas suites cada uma contendo quatro andamentos das partituras iniciais.

A Suite Nº1 (Op. 46) inclui (coloquei entre parênteses a localização na suite original)

Prelúdio - O Amanhecer (Acto IV) - No Quarto Acto Peer Gynt viaja fruto da sua expulsão da terra natal e do seu comportamento nada correcto. Não que a viagem lhe traga melhorias dado que no inicio desta acto temos conhecimento das suas actividades ilegais e moralmente repreensíveis. Uma melodia que evoca esse espírito de aventura e uma melodia que é das mais facilmente reconhecíveis e que certamente já terão ouvido.



A Morte de Ase (Acto III) - No terceiro acto a mãe de Peer Gynt morre. O filho que entretanto tinha sido obrigado a fugir fruto do rapto da sua própria noiva volta a tempo de ver a mãe falecer. É difícil nesta obra não nos emocionarmos com o profundo lamento que exala da melodia desta música.



A Dança de Anitra (Acto IV) - Mais um relato das aventuras de Peer Gynt que agora se apaixona pela filha do chefe de uma aldeia que acaba por o roubar ...



No antro do Rei da Montanha (Acto II) - Todo este segundo acto decorre provavelmente no sonho de Peer Gynt na ressaca da bebedeira contraída ao raptar a sua noiva e a encontrar dessa forma a desgraça e o exílio. A música descreve o sonho de Peer Gynt no antro do rei dos Trolls.


Notem que a ordem de execução não segue forçosamente a ordem da peça - na segunda suite isso por acaso acontece mas é provável que se trate de um acaso - dado que Grieg ao retirar as peças da sua componente de música incidental preferia que a mesma fosse considerada de forma mais livre e não forçosamente com uma interpretação tão fechada como a que tem quando incluída na peça teatral. Grieg não teria assim provavelmente gostado desta descrição mas considerem-na como uma enunciação de um estado de espirito mais do que uma expressão literal.

A Suite Nº 2 (Op. 55) - Esta parte do post seguirá amanhã por hoje deixo-vos assimilar esta música fantástica. Se a ouvirem antes de dormir cuidado com os sonhos, cuidado com os sonhos ...

O Rapto da Noiva (Acto II)
Dança Árabe (Acto IV)
O Regresso de Peer Gynt (Acto V)
A Canção de Solveig (Acto V)

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