Esta é a segunda parte da biografia de Brahms que começamos há cerca de uma semana, aqui.
Tínhamos deixado esta biografia com o famoso artigo de Schumann. É claro que Schumann apreciava Brahms como um filho espiritual porém dado o seu anterior entusiasmo por outros músicos que nunca se afirmaram muitos não tomaram a sério a sua recomendação. Pior ainda tornaram esse seu cepticismo uma arma de arremesso. É este antagonismo que marca o início da carreira de Brahms que pode explicar em parte o extraordinário cuidado que Brahms colocava no inicio da sua carreira e em parte dos seus complexos.
Mas pior do que isso a amizade entre os dois homens viria a ser brutalmente terminada apenas um ano após a publicação do referido artigo com a loucura e posterior morte de Schumann. Brahms tornou-se então um grande amigo de Clara Schumann ajudando-a em todas as dimensões. Esta amizade permaneceria até ao fim da sua vida.
Entre a morte de Schumann e 1859 a data da estreia do seu primeiro concerto para piano teve oportunidade de tocar por duas vezes com a Gewandaus de Leipzig (sim a orquestra de que falámos no Domingo a propósito da Guilhermina Suggia). Esse primeiro concerto para piano provavelmente por causa do já exposto foi muito mal recebido pela crítica e dissuadiu Brahms de voltar a repetir o género durante largos anos.
Em 1662 visita Viena onde acaba por fixar residência tendo obtido o lugar de director na Singacademie. É recebido com frieza pela sociedade musical vienense que tal como Leipzig tem dificuldade em entender o novo conceito que Brahms procura. A sua obra parece demasiado clássica e logo passada, conservadora não se encaixando nas expectativas grandiloquentes da época.
Em 1866 dá-se a morte da sua mãe a quem é dedicado (este facto não é certo, trata-se de uma especulação) o Deutsche Requiem, uma obra que fica na história da música e possivelmente a obra que afirma Brahms (1868) como um compositor notável. Note-se que Brahms tem nesta altura 35 anos e as obras que hoje conhecemos ainda estão por compor ...