(Por razões pessoais este post foi escrito no dia 5 de dezembro mas só agora o estou a publicar). Assim os ontem referem-se obviamente ao dia 4 de Dezembro.
Confesso que neste momento tenho dois posts em rascunho que me estão a dar muito trabalho e que tenho muita vontade de vos mostrar mas que simplesmente ainda não estão prontos ... Um é sobre o segundo capitulo do Livro de Alex Ross e o outro sobre Joly Braga Santos - post este que faz parte da sequência que estou a fazer sobre compositores portugueses do fim do século XIX e do século XX. Ontem depois de ouvir o Maestro António Vitorino d´Almeida falar de Joly Braga Santos (de que foi aluno) fiquei ainda com mais vontade de acabar esse post. Veremos quando terei ocasião de o terminar.
Por agora queria falar-vos ainda que de forma bastante sucinta de Honegger e da sua obra "Le Roi David" que fui ver ontem ao grande auditório da Escola Superior de Música. Honegger foi um músico franco-suíço nascido na cidade de Le Havre em 1892 de pais suíços. Honegger viveu uma parte substancial da sua vida em Paris fazendo parte do "grupo dos seis", um grupo um pouco à imagem dos "cinco" russos e que foi responsável pela criação nesse inicio de século XX de uma linguagem musical francesa. Bem pelo menos foi responsável pela semente dado que o grupo manteve-se coeso relativamente pouco tempo.
Honegger após uma breve ligação com a soprano Claire Croiza foi casado durante o restante da sua vida com a pianista Andrée Vaurabourg. Curiosamente e porque Honegger necessitava de completa solidão para compor raramente viveram juntos. A obra de que vos falo aqui foi composta em 1921 sendo uma encomenda para um espectáculo de René Morax (director de um teatro Suiço). Honneger revê a obra posteriormente para a adaptar à forma de oratório com um recitador sendo esta a forma em que é hoje interpretada. Enquanto compositor Honneger sempre se revelou pelo seu grande sentido da estrutura. Foi esta obra que projectou em grande parte o compositor Suiço mas nascido em França (Le Havre) e tendo vivido uma larga parte da sua vida em Paris cidade onde nasceu e que amava mais do que qualquer outra.
Esta obra inicialmente composta como música incidental da referida peça de teatro e composta em apenas algumas semanas depois revista e orquestrada para Orquestra como referimos divide-se em três partes e 27 cânticos. Proponho que oiçam aqui uma parte desta obra pela Orquestra da Suiça Romande e coro da Igreja Nacional Vaudoise.
Fica prometido para mais tarde uma biografia completa do compositor tanto mais que amanhã no nosso post de Natal também teremos uma obra de Honneger.