sábado, 2 de abril de 2011

Igor Stravinsky (1882 - 1971)

Igor Stravinsky é considerado por muitos o maior compositor do século XX. Não sei se será o maior, no que diz respeito a rankings de arte tenho sempre a percepção de que há alguma subjectividade envolvida mas que é um dos mais influentes e mais representativos compositores do Século XX não existe qualquer dúvida.

Nasceu em Orianenbaum a 17 de Junho de 1882 tendo sido criado em S. Petersburgo. Foi aí que conheceu Rimsky Korsakov na Universidade. Apesar da família ter antecedentes musicais, o pai era cantor no Teatro Mariinsky em São Petersburgo e dele ter recebido formação musical e um grande conhecimento do folclore russo Stravinsky era destinado a uma carreira de advogado ... Porém o encontro com Rimsky Korsakov de que acabou por ser aluno e a vontade do próprio Stravinsky acabou por mudar tudo.

As suas primeiras peças conhecidas incluídas no que se convencionou chamar Período Russo (de 1908 até 1918 aproximadamente) são caracterizados por uma Orquestração poderosa para orquestras de grande dimensão. A primeira destas obras Fogo de Artificio (Op. 4 de 1907) teve o dom de atrair a atenção de Diaghilev dos Ballets Russes que acabou por se revelar uma peça crucial na música do século XX ao encomendar a Stravinsky vários bailados. Primeiro Pássaro de Fogo (1910) depois Petrushka (1911) e por fim o revolucionário Sagração da Primavera de 1913. esta ultima obra quer pela sua recepção na estreia mas sobretudo pelo romper com muitos dos arquétipos então prevalecentes na música ocidental estabelece - goste-se ou não um marco fundamental da música do século XX.

Com o inicio da segunda guerra mundial Stravinsky muda-se para a Suiça e desenvolve um estilo neo-clássico em que utiliza formas clássica revisitando obras de compositores como Bach ou Pergolesi. Este período decorre de 1920 até 1954 destacando-se Pulcinella (1920) - inspirada em Pergolesi, as três sinfonias Sinfonia dos Salmos (1930) - inspirada em Bach, Sinfonia em Dó (1940) e Sinfonia em Três Movimentos (1945). Stravinsky adquiriu cidadania francesa em 1934 mas com a Segunda Guerra Mundial emigra para os Estados Unidos acabando por se tornar cidadão americano em 1945. Foi nesta altura também que em virtude dos compromissos familiares crescentes iniciou uma carreira enquanto Maestro e Solista.

O periodo serialista inicia-se em 1954 depois de uma crise criativa que apenas ultrapassou quando encontrou  Robert Craft seu assistente e que o guiou numa adaptação pessoal e progressiva da teoria de Schoenberg. Note-se que os dois artistas estavam em campos radicalmente opostos da criação artística pelo que esta aproximação de Stravinsky é muito reveladora da sua total abertura de espírito. Threni (1957) e The Flood (1962) são duas das composições mais relevantes deste período.

Stravinsky continuou a compor já com mais de 80 anos tendo falecido em 6 de Abril de 1971 em Nova Iorque tendo sido enterrado em Veneza considerada a sua cidade espiritual.

Stravinsky tem algumas das mais interessantes ideias sobre música não só através do que compôs mas também através do que disse. Por exemplo é ele que em 1936 afirma:

"For I consider that music is, by its very nature, essentially powerless to express anything at all, whether a feeling, an attitude of mind, a psychological mood, a phenomenon of nature, etc. Expression has never been an inherent property of music. That is by no means the purpose of its existence. If, as is nearly always the case, music appears to express something, this is only an illusion and not a reality. It is simply an additional attribute which, by tacit and inveterate agreement, we have lent it, thrust upon it, as a label, a convention – in short, an aspect which, unconsciously or by force of habit, we have come to confuse with its essential being."

Tendo sido mais interpretado completou algumas décadas mais tarde esta afirmação explicando:

"The over-publicized bit about expression (or non-expression) was simply a way of saying that music is supra-personal and super-real and as such beyond verbal meanings and verbal descriptions. It was aimed against the notion that a piece of music is in reality a transcendental idea "expressed in terms of" music, with the reductio ad absurdum implication that exact sets of correlatives must exist between a composer's feelings and his notation. It was offhand and annoyingly incomplete, but even the stupider critics could have seen that it did not deny musical expressivity, but only the validity of a type of verbal statement about musical expressivity. I stand by the remark, incidentally, though today I would put it the other way around: music expresses itself."

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