Mas dizia é estranho este titulo mas vão perceber que existe alguma lógica ainda que difusa. Perguntava-me a Ematejoca se lhe tinha perdoado o comentário que fez sobre o post de Clara Schumann . Ora não há nada a perdoar e por duas razões. Primeiro já sabem que considero os vossos comentários quer sejam de concordância quer de discordância, quer de correcção quer de complemento, de critica ou de louvor parte integrante deste blog. Eu não faço absolutamente censura nenhuma e publico todos os comentários que tenham minimamente a ver com o assunto de que se fala aqui e não fico zangado quando me contrariam ... até gosto do desafio. Em segundo lugar na verdade neste caso as nossas fontes diferem. A biografia que consulto indica que efectivamente clara Schumann visitou o marido uns dois dias antes da sua morte mas não o pode ver e que o voltou a fazer no dia em que ele faleceu tendo nessa altura conseguido estar com ele. Essa mesma biografia também indica que possivelmente o afastamento de Clara foi motivado por indicações do próprio Schumann e dos seus amigos. Copio aqui a ultima parte da minha referência o dicionário Grove Online:
Clara had little inkling of the severity of her husband’s dementia. Alerted by Bettina von Arnim in May 1855 to a regressive turn in Schumann’s condition, she subsequently received reassuring reports from Joachim and also from Richarz, whom she met in Brühl. But when she learnt from Brahms in June 1856 that Schumann had not left his bed for several weeks, she decided to investigate for herself. Twice prevented from seeing him by Richarz and Brahms (during visits to Endenich on 14 and 23 July), she was finally admitted to his sickroom on 27 July. Now in the throes of pneumonia and barely conscious, Schumann mustered the strength to embrace her and mumble a few words of recognition. At 4 p.m. on 29 July, he died, quietly and alone; Clara had gone to the railway station to meet Joachim. Two days later he was buried in a cemetery near the Sternentor in Bonn. Among the mourners at the simple service were Brahms, Joachim, Dietrich, Wasielewski and Hiller. According to Klaus Groth, the small cortège attracted a crowd of onlookers, who came ‘flooding from every street and lane as if to watch a prince pass by’.
Como digo mesmo que tenhamos percepções diferentes e talvez sobretudo se as tivermos é isto que nos enriquece e que contribui para que este blog seja uma melhor leitura para todos. Por isso, perdoada? Mais do que perdoada, eu agradeço é a discordância ...
Quanto a Alban Berg, não, na verdade não gosto ... Como já expliquei não consigo relacionar-me com esse tipo de música, lamento. Já tentei várias vezes mas até agora sem qualquer sucesso. A propósito disto li ontem uma história sobre Mahler no blog Unquiet Thoughts de que vos falei e que pode ser utilizada como anedota ilustrativa do que sinto sobre esse tipo de música.
Conta a anedota que estando Mahler num hotel em Nova Iorque um jovem compositor aparece e pede-lhe para que ouça a sua mais recente ópera. Mahler educadamente instala o jovem ao piano e este começa a mostrar a sua composição que contava a história de seres supra-humanos. Mahler ouvo um bom bocado mas fica cada vez mais nervoso. Quando a composição chega ao ponto onde se iria repetir o tema inicial Mahler bate nos ombros do jovem diz-lhe causticamente: "Essa música sobre seres supra-humanos necessidade de ouvidos supra-humanos para a apreciarem" e sai da sala ...