Este tema estava também prometido. Conforme perceberam estamos hoje a cumprir algumas promessas antigas, muitas têm a ver com temas que não estando directamente dentro do tópico deste blog, fazem parte das minhas referências culturais e por isso faço aqui um parênteses para eles (elas).
Jacques Brel é para mim um dos maiores poetas de sempre. O que ele escreveu, como escreveu e como cantou, a forma como interpretava fazem dele uma figura única na história da literatura e da música. Dirão alguns que estou a exagerar, que manifestem e fundamentem a sua opinião ...
É dificil escolher apenas algumas canções de Brel por isso vou tentar fazer isto de uma outra forma ...
A minha infância passou como a do Poeta, embora com poucos nevoeiros e muitas batalhas. Era sempre indío e sempre certo que os meus tios me haviam roubado o far west (Mon Enfance). E se contrariamente a Brel o meu país tem montanhas não deixa de ser verdade que também nós sofremos com o vento Norte (Le Plat Pays) como rapidamente aprendemos na escola e em comum o amor da terra que nos viu nascer. Do tango da Rosa tive uma breve introdução, um ano de Latim chegou para perceber que essa não era a minha vocação (Rosa).
Do amor diria que se nunca conheci nenhuma Marieke conheci com toda a certeza a mesma estúpida (e adorável) esperança de conquistar uma Madeleine e de sofrer com o regresso de uma tal de Mathilde. Porém como todos em algum momento da nossa vida pedimos ou desejamos pedir que não nos deixem (Ne me quitte pas).
E se no amor somos irmãos na contestação somos soldados no mesmo exército sem armas (Quand on n´a que l´amour). Dificilmente pode haver canção mais subversiva que Au Suivant .
Posso nunca ter estado em Bruxelas nem agora nem no inicio do século mas é como se lá estivesse estado Au temps ou Bruxelles Bruxellait. Tão pouco estive em Amsterdão mas não é dificil imaginar o porto e os marinheiros, mesmo sem imagens (Amsterdam) e também não nos é difícil imaginar assim o gosto da aventura, da liberdade.
Se Brel exprimiu de forma brilhante a aventura também o fez relativamente à amizade. Quem não gostaria de ter um amigo como Brel em Jeff , quem não sentiu que na verdade haverá poucas coisas piores que ver um amigo chorar (Voir un ami pleurer).
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
sábado, 13 de setembro de 2008
Os compositores de Edith Piaf
Não é bem música clássica, eu sei. Mas esta é uma das vozes, uma das interpretes, para as quais sempre disse que abriria aqui tantas excepções quantas as necessárias. Só não é clássico por definição porque de resto. Oiçam estas canções e digam-me se não é impossível não sentir que é arte, que transcendem a natureza humana, que exprimem o indizível ... Perguntava um dos nossos leitores quais os compositores de Edith Piaf.
Teríamos de começar por Marguerite Monnot (1903-1961) que teve a mais longa relação com Edith Piaf . Mais de 22 anos de associação e algumas das mais famosas canções de Edith Piaf entre as quais Milord por exemplo (Letra de Moustaki). Vejam aqui Edith Piaf a interpretar esta canção. La Vie en Rose também é desta autora embora os créditos não lhe sejam normalmente atribuídos.
As duas mulheres acabam por se zangar por causa de um dos outros grandes sucessos de Edith Piaf. Na verdade "Non Je ne regrette rien" tem música de Charles Dumont (1929-). Depois desta colaboração Charles Dumont torna-se o compositor preferido de Piaf tendo composto para ela dezenas de outras canções entre as quais podemos destacar Mon Dieu (que devo confessar é uma das minhas canções preferidas, uma intensidade dramática verdadeiramente notável).
Sem ser destes dois compositores que foram sem dúvida aqueles que foram estruturantes da sua interpretação Edith Piaf cantou algumas canções de outros compositores algumas das quais fazem parte da lista de canções inesqueciveis da "môme". Entre esses compositores não podemos deixar de destacar Norbert Glanzberg (1910-2001) a quem devemos Padam, Padam (extraordinário não?) e Mon Manège à Moi , Hubert Giraud (1920-) a quem se deve Sous le ciel de Paris (do filme com o mesmo nome), Michel Emer (1906-1984) que compôs A Quoi ça sert l´amour (nesta interpretação podem vê-la em duo com o seu ultimo marido Théo Sarapo em 1962 cerca de um ano antes do seu falecimento).
Finalmente o compositor da sua ultima canção "L´homme de Berlin" Francis Lai (1932-) e o ultimo compositor com quem Edith Piaf trabalhou e a quem se deve para além da canção já referida por exemplo Emporte-moi.
Claro que não poderíamos também esquecer as canções de Charles Aznavour Plus Bleu que Tes Yeux e Jezzbel escritas, dedicadas e inspiradas pela relação entre os dois. Aliás também nesse particular Edith Piaf foi um autêntico vendaval na música de expressão françesa dado que para além de Aznavour lhe devemos Yves Montand e Moustaki por exemplo.
Teríamos de começar por Marguerite Monnot (1903-1961) que teve a mais longa relação com Edith Piaf . Mais de 22 anos de associação e algumas das mais famosas canções de Edith Piaf entre as quais Milord por exemplo (Letra de Moustaki). Vejam aqui Edith Piaf a interpretar esta canção. La Vie en Rose também é desta autora embora os créditos não lhe sejam normalmente atribuídos.
As duas mulheres acabam por se zangar por causa de um dos outros grandes sucessos de Edith Piaf. Na verdade "Non Je ne regrette rien" tem música de Charles Dumont (1929-). Depois desta colaboração Charles Dumont torna-se o compositor preferido de Piaf tendo composto para ela dezenas de outras canções entre as quais podemos destacar Mon Dieu (que devo confessar é uma das minhas canções preferidas, uma intensidade dramática verdadeiramente notável).
Sem ser destes dois compositores que foram sem dúvida aqueles que foram estruturantes da sua interpretação Edith Piaf cantou algumas canções de outros compositores algumas das quais fazem parte da lista de canções inesqueciveis da "môme". Entre esses compositores não podemos deixar de destacar Norbert Glanzberg (1910-2001) a quem devemos Padam, Padam (extraordinário não?) e Mon Manège à Moi , Hubert Giraud (1920-) a quem se deve Sous le ciel de Paris (do filme com o mesmo nome), Michel Emer (1906-1984) que compôs A Quoi ça sert l´amour (nesta interpretação podem vê-la em duo com o seu ultimo marido Théo Sarapo em 1962 cerca de um ano antes do seu falecimento).
Finalmente o compositor da sua ultima canção "L´homme de Berlin" Francis Lai (1932-) e o ultimo compositor com quem Edith Piaf trabalhou e a quem se deve para além da canção já referida por exemplo Emporte-moi.
Claro que não poderíamos também esquecer as canções de Charles Aznavour Plus Bleu que Tes Yeux e Jezzbel escritas, dedicadas e inspiradas pela relação entre os dois. Aliás também nesse particular Edith Piaf foi um autêntico vendaval na música de expressão françesa dado que para além de Aznavour lhe devemos Yves Montand e Moustaki por exemplo.
Nova Actualização da Lista de Maestros
Adicionamos mais alguns links para interpretações históricas na lista dos grandes maestros do século XX. Leia aqui a lista actualizada.
Subscrever:
Mensagens (Atom)