Já não é (felizmente) novidade para a maioria dos portugueses mas o Fado foi votado na madrugada de Sábado para Domingo (hora de Lisboa) - Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Não poderíamos deixar de por um lado dar os parabéns à equipa que trabalhou a proposta e em particular ao seu líder o musicólogo Rui Vieira Nery e por outro lado festejar. Os festejos já sabem que aqui é sempre com música e por isso escolhi para vós alguns fados de que gosto particularmente, pela música, pelo interprete ou pelo poema. Dirão que não é música clássica. Não será, mas é Fado e nos momentos que vos mostro creio que atinge o sublime ...
Em primeiro lugar Amália cantando Ary dos Santos ... Meu Amor, Meu Amor, meu corpo em movimento ...
Depois também de Ary dos Santos mas agora cantado por Carlos do Carmo Um Homem na Cidade
E porque não o Fado Falado pelo inesquecível João Villaret?
Ou para não nos esquecermos O Fado do Campo Grande com música do grande compositor português Maestro António Vitorino d´Almeida (Letra de Ary dos Santos)
Ou ainda Amália cantando Camões
E será com o poema de Camões que vos deixo porque há pouco mais para acrescentar. Vale pouco a nomeação, talvez. Vale certamente muito se nos ajudar a lembrar e a manter a memória de todos estes (e outros) artistas.
Com que voz chorarei meu triste fado,
que em tão dura paixão me sepultou.
que mor não seja a dor que me deixou
o tempo,
de meu bem desenganado.
Mas chorar não estima neste estado
aonde suspirar nunca aproveitou.
triste quero viver, poi se mudou
em tristeza
a alegria do passado.
Assim a vida passo descontente,
ao som nesta prisão do grilhão
duro
que lastima ao pé que a sofre e sente.
De tanto mal, a causa é amor puro,
devido a quem de mim tenho ausente,
por quem a vida e bens dele aventuro.
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
domingo, 27 de novembro de 2011
A Paz - Albert Schweitzer (1875-1965)
Este post foi também publicado ainda que de forma ligeiramente diferente aqui: Por Um Mundo Melhor (Facebook). Desculpem mas não sei fazer links para o Facebook, que desgraça de ignorância.
Este conjunto de posts será sobre a Paz sempre com um músico um musicólogo um melómano ou simplesmente música como razão ou pretexto. Resultou de um desafio que o Raul me fez para publicar uma vez por semana uma música relacionada com a Paz na referida página do Facebook. Confesso que tenho falhado miseravelmente a esse pedido. De facto até agora fiz apenas um único post. Comecei bem é certo com a nona de Beethoven mas depois secou a inspiração ou venceu um dos pecados mortais: a preguiça !
Secou até hoje em que me lembrei que há pessoas ligadas à música e que personificam de forma quase exemplar a paz. E isso dá-me agora razão para pelo menos uma dúzia de posts. Fico contente por poder falar de tantos e tantos músicos (ou melómanos) para quem a paz ou o amor do próximo (não será a mesma coisa?) fazia parte integrante da sua vida. Penso que o Raul não se importará que este texto seja também um post no meu blog, é que me apetece mesmo fazer esta série ...
Vou começar esta sequência com a pessoa que me fez pensar nela: Albert Schweitzer. Teólogo, Médico, Filósofo, Humanista, Musicólogo e Músico. Albert tornou-se conhecido ao abandonar a sua carreira enquanto médico e investigador para criar em África antes da primeira Guerra Mundial um hospital. Tentou uma primeira vez e falhou mas não desistiu. Voltou à Europa e durante vários anos procurou angariar fundos para a reconstrução do projecto agora num outro local mais adequado. E voltou a África onde acabou por falecer em 1965. A sua actividade humanitária salvou milhares de vidas. Foi justamente Prémio Nobel da Paz em 1952.
Enquanto músico notabilizou-se pelos seus estudos e interpretações de Bach sobretudo no que diz respeito ao órgão relativo ao qual publicou diversas obras e inventou mesmo técnicas de interpretação e de gravação. Poderia perfeitamente ter seguido uma carreira na música de tal forma o seu trabalho foi considerado.
Para terminar com música só poderia mesmo ser Bach e graças à Internet e ao You Tube posso mesmo mostrar-vos o próprio Albert Schweitzer a interpretar Bach.
Podem ouvir Liebster Jesu, wir sind hier, BWV 731 (Querido Jesus estamos aqui numa tradução à letra). A gravação é de 1936! Notem apesar disso a qualidade da mesma ...
Este conjunto de posts será sobre a Paz sempre com um músico um musicólogo um melómano ou simplesmente música como razão ou pretexto. Resultou de um desafio que o Raul me fez para publicar uma vez por semana uma música relacionada com a Paz na referida página do Facebook. Confesso que tenho falhado miseravelmente a esse pedido. De facto até agora fiz apenas um único post. Comecei bem é certo com a nona de Beethoven mas depois secou a inspiração ou venceu um dos pecados mortais: a preguiça !
Secou até hoje em que me lembrei que há pessoas ligadas à música e que personificam de forma quase exemplar a paz. E isso dá-me agora razão para pelo menos uma dúzia de posts. Fico contente por poder falar de tantos e tantos músicos (ou melómanos) para quem a paz ou o amor do próximo (não será a mesma coisa?) fazia parte integrante da sua vida. Penso que o Raul não se importará que este texto seja também um post no meu blog, é que me apetece mesmo fazer esta série ...
Vou começar esta sequência com a pessoa que me fez pensar nela: Albert Schweitzer. Teólogo, Médico, Filósofo, Humanista, Musicólogo e Músico. Albert tornou-se conhecido ao abandonar a sua carreira enquanto médico e investigador para criar em África antes da primeira Guerra Mundial um hospital. Tentou uma primeira vez e falhou mas não desistiu. Voltou à Europa e durante vários anos procurou angariar fundos para a reconstrução do projecto agora num outro local mais adequado. E voltou a África onde acabou por falecer em 1965. A sua actividade humanitária salvou milhares de vidas. Foi justamente Prémio Nobel da Paz em 1952.
Enquanto músico notabilizou-se pelos seus estudos e interpretações de Bach sobretudo no que diz respeito ao órgão relativo ao qual publicou diversas obras e inventou mesmo técnicas de interpretação e de gravação. Poderia perfeitamente ter seguido uma carreira na música de tal forma o seu trabalho foi considerado.
Para terminar com música só poderia mesmo ser Bach e graças à Internet e ao You Tube posso mesmo mostrar-vos o próprio Albert Schweitzer a interpretar Bach.
Podem ouvir Liebster Jesu, wir sind hier, BWV 731 (Querido Jesus estamos aqui numa tradução à letra). A gravação é de 1936! Notem apesar disso a qualidade da mesma ...
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