quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A música (clássica) é para todos

Na timeline de uma amiga no Facebook pude ver e ouvir  recentemente um video de uma pessoa de idade a tocar uma piano na rua de uma cidade. Interpretava uma música de sua autoria dizia-se; daquele piano eram mais que notas que saiam, saía o reflexo de uma alma sofrida certamente mas uma alma que se queria também dar a todos.

Aqui fica o video "original"  (o que despertou a vontade de escrever esta história).

Não pude obviamente deixar de tentar descobrir mais e felizmente nos comentários dos vídeos encontrei a informação que necessitava. A pianista e compositora chama-se Natalie Trayling e a cidade é Melbourne.  Neste artigo poderão ler a história completa da sua dramática vida. Mãe de quatro filhos dos quais dois faleceram ainda jovens, divorciada do marido acabou por viver algumas temporadas na rua. Vive hoje num quarto de um hotel desde 2004 onde toca regularmente para os hóspedes.

Foi ideia do seu ex-marido comprar-lhe o piano com que a ouvimos tocar no primeiro vídeo. Dizia ele que seria melhor para ela tocar para mais pessoas. E nós concordamos e subscrevemos inteiramente as suas palavras quando diz:

"As crianças vêm ter comigo e pessoas de todos os extractos sociais e formas de vida. Amo estar na rua e sentir que eles devem ouvir a minha música. O que eu sinto quando toco e o que sinto quando estou no meio deles faz-me sentir bem. É algo que não teria numa sala de concertos porque apenas algumas pessoas podem ir até lá. Esta música é para todos".

E é mesmo. A música, clássica ou não, é mesmo para todos. Sem limites. E por isso hoje só posso deixar-vos com um outro amador, um qualquer escolhido ao acaso no You Tube. Um das várias centenas que interpreta uma música de que gosto, de que provavelmente muitos de nós gostamos.

Comptine d´un autre été

Porque a música é para todos, de todos para todos, sem fronteiras e sem limites. Sem embalagens, e sem plástico. Sem industria e sem mediação obrigatória. Ali. Nas ruas de Melbourne, nas nossas ruas mas sobretudo nas nossas almas.

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