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A tradução original do poema é de Eduardo Gabarra que poderão encontrar aqui. Fizemos ligeiras alterações à tradução que apontamos em azul. A ilustração é da grande voz Lotte Lehmann. Também são dela as principais indicações que damos quanto a esta canção provenientes do livro "Eightheen Song Cycles - Studies in Their Interpretation". Não deixem também de ler o artigo sobre este conjunto de canções aqui.
Na verdade por mais que nos esforcemos andamos sempre em círculos. A memória da bem amada que nos traiu traz-nos de volta ao portão e à tília à sombra da qual tantas vezes nos sentamos e namoramos. Sentamo-nos então e uma espécie de paz acolhe os nossos pensamentos por um momento. Mas de novo a angústia da separação nos invade e voltamos a prometer que partiremos para sempre.
A Tília
Junto ao poço do portão
ergue-se uma tília;
quantos sonhos doces
embalei à sua sombra.
Em seu tronco gravei
muitas palavras de amor;
na dor e na alegria
para ela sempre corri.
Hoje passei por ela
no meio da noite profunda
e mesmo na escuridão
tive que fechar os olhos.
E seus galhos sussurravam
como se me chamassem:
"Venha para cá, amigo,
aqui encontrará a paz".
Os ventos frios sopravam
na minha face,
o chapéu voou-me da cabeça,
mas não me voltei para trás.
Agora estou a muitas horas
de distância daquele lugar
mas continuo a ouvir o sussurro:
"Aqui você encontrará a paz !"
Neste caso temos uma interpretação convencional e uma interpretação "alternativa" que escolhi porque apesar de existirem variações sensíveis à melodia composta por Schubert a voz de Nana Mouskouri é tão doce que eu simplesmente não resisti. Oiçam assim Nana Mouskouri a interpretar aqui Der Lindenbaum. No que diz respeito à interpretação clássica sugerimos o habitual Dietrich Fischer-Dieskau aqui.