Dizem que não existe lugar para a música. Sim comecemos a produzir que nem uns loucos bens de consumo inúteis que ninguém poderá comprar, serviços de que ninguém poderá usufruir mas produza-se sempre mais. Vamos fazer crescer a economia até ao sol. Façamos como Ícaro mesmo e esqueçamos que as coisas têm propósitos e pressupostos. Esqueçamos o bom senso e a própria razão de existir ao som dos soundbytes de um crescimento abstracto e que nos levará apenas a uma repartição de riqueza mais injusta.
Deixemos que a música volte a ser o privilégio de alguns que nós não precisamos dela. Não há lugar para orquestras e músicos, cigarras e outros artistas. É só produzir o que precisamos. Mais e mais produtos. Não ousem perguntar para quem ou porquê porque serão de imediato considerados perigosos esquerdistas revolucionários. Não o que fazem bem em fazer é retorquir de imediato: Abaixo esses malandros que vivem à conta dos nossos impostos sem fazerem nada a não ser rasparem uns arcos numas cordas. Isso sim garante-vos popularidade.
Não tenho a certeza como já disse aqui que um modelo totalmente subsidiado para as orquestras seja a solução. Tenho até bastantes dúvidas. Porém uma coisa é certa. Que é pungente este ultimo concerto lá isso é. Da mesma forma que não tenho certeza relativamente ao modelo que referia também abomino a justificação simplista que ironicamente enfatizava.
Will that be all ?