Isto sem falar claro do facto desta obra ter sido encomendada em segredo (um segredo mal guardado mas não obstante um segredo) e de existirem muitos historiadores que consideram que Mozart estaria ciente da sua morte eminente. O Requiem seria assim para ele e não para a esposa do conde Walsegg-Stuppach que terá encomendado a obra. No entanto segundo a enciclopédia Grove Music esta interpretação é pouco plausível tendo em conta algumas cartas existentes datando do período de composição do Requiem que pelo seu tom não fundamentam esta teoria.
O que é bom de compreender é que o Requiem é infelizmente na sua essência uma obra inacabada. Dizemos infelizmente porque o que se conhece e é originalmente de Mozart fazia prever uma obra absolutamente notável. O Requiem está dividido em 14 ou 15 andamentos (a diferença situa-se no ultimo Comunhão que por vez é dividido em dois). A verde colocamos o que é certamente e totalmente de Mozart, em vários tons de laranja o que sendo de Mozart em parte está incompleto (faltam vozes ou faltam compassos) e a vermelho o que foi completado a seguir à morte de Mozart sem que exista certeza do que realmente Mozart tenha feito (esta história vamos contá-la num post à parte ... ).
- Introitus (Requiem aeternam)
- Kyrie (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
- Sequence
- Dies irae (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
- Tuba mirum (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
- Rex tremendae (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
- Recordare (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
- Confutatis (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
- Lacrimosa (apenas os oito primeiros compassos)
- Offertory
- Domine Jesu Christe (apenas as partes vocais e o baixo continuo e algumas partes instrumentais mais relevantes)
- Hostias (apenas as partes vocais e o baixo continuo e algumas partes instrumentais mais relevantes)
- Sanctus (Composto por Sussmayr sem aparentes indicações de Mozart)
- Benedictus (Composto por Sussmayr sem aparentes indicações de Mozart)
- Agnus Dei (Composto por Sussmayr mas aqui existem razões que levam a crer que existiam esboços de Mozart.
- Communion (Lux aeterna) - Reutilização de materiais ajustados por Sussmayr. Pode ou não ter sido indicado por Mozart.
Para que possam escolher a vossa interpretação preferida escolhi quatro versões diferentes, todas elas conduzidas por maestros excepcionais (admito que há batota num deles porque as solistas são ... bem vão ver ... ). A minha preferida é a segunda pese a minha absoluta paixão por Bernstein neste caso tenho de dar o braço a torcer.
Primeira versão : Direcção de Claudio Abbado (1999) . Interpretação em memória de Karajan na Catedral de Salzburgo com a Filarmonica de Berlim e o Coro da Rádio da Suécia.
Segunda versão: Direcção de Georg Solti com a Filarmónica de Viena e coro de Viena. Catedral de S. Estevão a 5 de dezembro de 1991 por ocasião do 200º aniversário do falecimento do compositor. Os solistas eram Arleen Auger (Soprano), Cecilia Bartoli (Mezo), Vinson (Cole Tenor)
Rene Pape (Bass).
A terceira versão também com a Filarmonica de Viena mas agora dirigida por Karl Bohm e com outros solistas.
Finalmente a quarta versão , infelizmente para que a comparação fosse real teria de ser da mesma parte mas não encontrei ... por isso aqui fica um pouco do Dies Irae conduzido por Bernstein.