Harvey Lavan ("Van") Cliburn nasceu em Shreveport a 12 de Julho de 1934. Começou a estudar piano aos 3 anos de idade com a mãe que conta a lenda terá detectado o seu talento por o ver imitar um aluno (a mãe era professora de piano e aluna de um dos alunos de Liszt). A Mãe foi o seu único professor até à sua entrada na Julliard onde entrou com 17 anos e estudou com Rosa Levhine que o treinou na tradição dos grandes pianistas românticos.
O evento que viria a tornar "Van" Cliburn conhecido no mundo inteiro foi o primeio Concurso Tchaikovski em Moscovo. este concurso, relembre-se que em 1958 estavamos em plena guerra fria tinha sido desenhado com a firme intenção de demonstrar a superioridade soviética ao mundo. Ora "Van" Cliburn veio a tornar-se o heroi improvável do Ocidente ao vencer esse concurso. Diz-se que o juri terá perguntado ao então presidente Russo o que fazer ao que Nikita Krutchev respondeu: "Ele é o melhor? Então dai-lhe o prémio! Em nota de rodapé que se note que o juri deste primeiro concurso Tchaikovski era ele mesmo um juri que só por si merecia um prémio. Faziam parte do Juri os pianistas Gilels, Richter e os compositores Kabalevsky, Arthur Bliss e Dmitri Shostakovich e por isso, fundamentalmente por isso, a vitória de Cliburn tem de ser apreciada para além do significado político que obviamente teve.
Depois desse concurso "Van" Cliburn foi recebido como um heroi tendo sido Capa da Time. Do ponto de vista artistico nesse mesmo ano ganhou um Grammy com a gravação do Concerto nº1 para piano de Tchaikovsky tendo sido o primeiro artista "clássico" a ser disco de platina.
Em 1978 após a morte do pai retirou-se dos palcos tendo depois voltado ocasionalmente sobretudo para concertos na Casa Branca. "Van" Cliburn foi já condecorado com as mais altas condecorações civis dos Estados Unidos e da Russia.
De Van Cliburn não se pode dizer que após esse feito tenha propriamente tido uma vida artistica marcante pesem as gravações absolutamente notáveis de alguns concertos como por exemplo o 4º e 5º de Beethoven ou o segundo de Prokofiev que para um talento da dimensão de "van" cliburn soam a muito pouco.
"Van" Cliburn continua a praticar todos os dias e para os jovens que nos lêm talvez o mais inspirador que este pianista nos pode deixar para além da sua música é o que ele diz da sua paixão (falando do estudo a meio da noite que aparentemente é o seu período preferido)
"Parece que estamos sozinhos e o mundo está a dormir e isso é muito inspirador. Nunca fui do tipo que precisasse do palco. Amo a música. Amo ouvir música. Mas quando apenas se ouve podes ser tu próprio a 100%. Quando tens de servir a música, tens de pensar nos outros não em ti mesmo"