sábado, 2 de março de 2013

Recital de Violino no Palácio Foz - Para memória futura

Na passada Segunda-Feira fiz-vos uma recomendação de no fim da tarde irem ver um recital de violino no Palácio Foz. Durante a semana não tive tempo de vos falar sobre o recital e portanto ficou adiada essa conversa até agora.

O recital ... Já agora permitam-me um parênteses relativamente a este termo. Na introdução ao mesmo foi-nos referido pela apresentadora que na verdade se deveria chamar concerto dado que as peças a executar eram todas Concertos, mais precisamente os primeiros andamentos de cinco dos concertos mais conhecidos do reportório violinistico. Bom é verdade que a natureza original das obras interpretadas é essa, porem as versões que ouvimos embora a parte do solista seja praticamente a mesma da versão da orquestra e a noção clássica e romântica de concerto tenha uma predominância tal no solista que esta é a parte mais relevante do "concerto" (existem excepções claro sobretudo no período romântico) a verdade é que quando se retira a orquestra para a substituir por uma transcrição de piano para mim estamos mais perto de um recital do que de um concerto, mas é uma opinião pessoal.

Ouvimos portanto cinco primeiros andamentos de cinco concertos dos mais relevantes do reportório. Começamos com Mozart, o concerto nº4 em Ré Maior que vos deixo aqui com uma interpretação de Henryk Szeryng com a New Philarmonia Orchetra dirigida por Sir Alexander Gibson  e que no nosso recital foi interpretado por David Duarte.



Depois avançamos para o coração do período romântico com Mendelssohn e o seu Concerto em Mi Menor de que vos proponho uma interpretação de  Hilary Hahn com a orquestra da Rádio de Frankfourt dirigida por Paavo Jarvi . No recital este concerto foi interpretado por Francisco Henriques.



O terceiro concerto para os mais distraídos era o menos conhecido do conjunto. Podemos ouvir o concerto nº2 em Ré Maior de Wieniawski. Escolhi uma interpretação de Shlomo Mintz com a Orquestra do Sudoeste da Alemanha dirigida por Myung-Whun Chung . No recital foi excelentemente interpretado por Filipe Abreu.



O quarto concerto que ouvimos já tem de ser classificado como pós-romântico. Este é o único concerto que gravei (por razões que espero sejam óbvias) e de forma bastante amadora (as minhas desculpas) mas que ainda assim partilho convosco. Concerto em Ré Maior de Aram Kachaturian (e não Khachatryan como estava no programa - erro que é compreensível dado que este outro nome também é arménio e por acaso nome de um violinista arménio da actualidade bastante conhecido) por Miguel Vasconcelos.



Por fim o quinto concerto de Sibelius em Ré Menor (e não em Ré Maior como está no programa) de que vos proponho uma interpretação de Maxim Vengerov com a Orquestra Sinfónica de Chicago dirigida por Daniel Barenboim. No recital foi magnificamente interpretado por Manuel de Almeida Ferrer.

Violinhos no CCB com Carlos do Carmo

Ok, eu sei que hoje há manifestação. De qualquer forma não estaria na mesma e para quem como eu também não estaria aqui fica uma recomendação rápida. Ás 16h no CCB os Violinhos no CCB no seu habitual concerto desta vez com Carlos do Carmo. Eu vou lá estar.

A propósito não é que não ache a manifestação legitima ou importante. É legitima e é importante. Não estaria porque continuo sem concordar com uma grande parte dos pressupostos da mesma. Espero que tal como a anterior se paute pelo civismo, porque nesse caso, concorde-se ou não a verdade é que é uma lição de democracia.

Já agora para quem critica a manifestação dizendo que a democracia é na urnas também tenho de vos dizer uma coisa. A democracia não se esgota no voto. A democracia exige uma cidadania avançada e a participação e atenção de todos. Esta manifestação concorde-se ou não é uma demonstração dessa cidadania. Recusa-la, diminui-la, fazer de conta que não existe ou questionar a sua bondade é questionar a essência da democracia: a participação.

Oportunidades na Amazon