Sendo hoje dia de Portugal tinha já feito um post sobre um compositor português. Estando agora a ler alguns blogs sobre música que visito com frequência (menor do que gostaria) encontrei em Arte no Tempo um destaque para uma entrevista do pianista António Rosado em Contemporâneas.
Recomendo claro a leitura da entrevista completa e também a visita ao blog Arte no Tempo. Sem ele esta entrevista ao António Rosado ter-me-ia passado completamente ao lado.
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Domingos Bomtempo (1775-1842)
Sendo hoje Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas não podíamos deixar de marcar esta data. Como temos falado muito pouco de compositores portugueses vamos hoje regressar ao período clássico através do compositor Domingos Bomtempo.
Domingos Bomtempo nasceu em Lisboa a 28 de Dezembro de 1775 filho de um oboísta italiano Francesco Saverio Bomtempo músico na corte de D. José e que seria naturalmente o seu primeiro professor e que viria a substituir com apenas 14 anos.
Em 1801 com 26 anos vai estudar para Paris iniciando então uma carreira notável como pianista ao mesmo tempo que compõe as suas primeiras obras naturalmente essencialmente para piano. O sucesso obtido garante a sua publicação pelas prestigiadas editoras Pleyel. Datam dessa época a Op.1 - Grande Sonata para Piano, 0 Op. 2 o Primeiro Concerto em Mi bemol para Piano e Orquestra Op. 2 e o Segundo Concerto para Piano, Op. 3.
Enquanto isso em Portugal as tropas Napoleónicas sofriam pesadas derrotas infligidas pela aliança Luso-Britânica pelo que a situação de Domingos Bomtempo em Paris era tudo menos confortável como se deve compreender forçando-o assim a mudar-se para Londres onde permanece entre 1810 e 1814. Durante essa estadia na capital Inglesa compõe entre outras obras a sua primeira Sinfonia e o Hino patriótico intitulado "Hino Lusitano" que celebrava a expulsão dos exércitos de Napoleão do território português.
Com o fim do domínio napoleónico e com o inicio de uma nova organização da Europa Bomtempo pode finalmente movimentar-se mais livremente entre Paris, Londres e Lisboa. Para celebrar a paz e uma nova europa compõe "A Paz da Europa". Ao chegar a Lisboa deparando-se com o desconhecimento cultural sonha com a criação de uma sociedade Filarmónica que pudesse organizar concertos regulares (estão a ver que os problemas já existem há muito tempo e têm pouco a ver com o que julgamos serem causas recentes). Em Londres edita os "Elementos de Música e Método para Tocar Piano Forte" Op. 19 , sem dúvida a sua principal obra de pedagogia que dedicou à Nação Portuguesa em mais um sinal da sua preocupação com o estado do ensino das artes em Portugal.
Em 1818 compõe aquela que é considerada a sua obra prima o Op. 23 um Requiem (em memória de Camões).
Porém João Domingos Bomtempo vê-se envolvido nas lutas entre liberais e absolutistas fruto das suas manifestas preferências pelos primeiros de que aliás os nomes de algumas obras desse período são testemunho como por exemplo a Missa em Homenagem á regeneração política portuguesa. A vitória temporária dos absolutistas coloca Bomtempo em perigo e impede-o de consolidar no imediato o sonho da sua sociedade Filarmónica que viria a fechar definitivamente as portas em 1928.
A própria vida de Domingos Bomtempo fica em perigo sendo este obrigado a refugiar-se no consulado da Rússia em Lisboa onde permanece exilado durante cinco anos até que D. Pedro e as suas forças liberais tomem Lisboa.
Na ultima fase da sua vida Bomtempo compõe a sua segunda sinfonia vindo a ser também o primeiro director do que se pode chamar o Conservatório Nacional. Na realidade em 1836 sobre a inspiração de Almeida Garrett é criado o Conservatório Geral de Arte Dramática sendo entregue a Bomtempo a Direcção da sua Escola de Música.
Mantém então até 1842 data do seu falecimento a 18 de Agosto de 1842 uma intensa actividade lectiva adoptando os métodos do seu grande amigo Clementi. Embora continuando a compor e havendo notas da composição de pelo menos três sinfonias estas encontram-se perdidas.
Musicalmente Domingos Bomtempo é um classicista na tradição germânica com fortíssimas influências de Mozart e Haydn e mais tarde de Beethoven. Infelizmente a sua obra é pouco conhecida sendo raramente interpretada (recentemente demo-vos conta aqui de uma interpretação do seu Requiem). Podem encontrar uma outra biografia de Bomtempo no nosso blog de referência Desnorte. Uma outra biografia interessante pode ser encontrada no Blog "De Viris Pulchris et Aliis...".
Uma das poucas gravações existentes a da Naxus inclui as sinfonias 1 e 2 interpretadas pela Orquestra do Algarve sobre a direcção de Alvaro Cassuto (se não encontrarem em formato físico esta gravação existem em formato digital legal no site EMusic). O Requiem em Memória de Camões também pode ser ouvido numa interpretação da Orquestra e Coro Gulbenkian num disco editado pela EMI. Este também pode ser adquirido em formato digital na ITunes.
Para vos dar uma ideia do estilo do compositor ouçam aqui pela Orquestra Sinfónica de Bamberg sob a direcção de Claudio Scimone o terceiro andamento da sua segunda sinfonia.
Pensamos que pela sua vida e pelas causas que subscreveu : A Paz, o Liberalismo (por oposição ao Absolutismo), a Carta Constitucional, o Patriotismo a preocupação pela educação e pela cultura Bomtempo é sem dúvida o compositor certo para evocar este dia de Portugal.
Domingos Bomtempo nasceu em Lisboa a 28 de Dezembro de 1775 filho de um oboísta italiano Francesco Saverio Bomtempo músico na corte de D. José e que seria naturalmente o seu primeiro professor e que viria a substituir com apenas 14 anos.
Em 1801 com 26 anos vai estudar para Paris iniciando então uma carreira notável como pianista ao mesmo tempo que compõe as suas primeiras obras naturalmente essencialmente para piano. O sucesso obtido garante a sua publicação pelas prestigiadas editoras Pleyel. Datam dessa época a Op.1 - Grande Sonata para Piano, 0 Op. 2 o Primeiro Concerto em Mi bemol para Piano e Orquestra Op. 2 e o Segundo Concerto para Piano, Op. 3.
Enquanto isso em Portugal as tropas Napoleónicas sofriam pesadas derrotas infligidas pela aliança Luso-Britânica pelo que a situação de Domingos Bomtempo em Paris era tudo menos confortável como se deve compreender forçando-o assim a mudar-se para Londres onde permanece entre 1810 e 1814. Durante essa estadia na capital Inglesa compõe entre outras obras a sua primeira Sinfonia e o Hino patriótico intitulado "Hino Lusitano" que celebrava a expulsão dos exércitos de Napoleão do território português.
Com o fim do domínio napoleónico e com o inicio de uma nova organização da Europa Bomtempo pode finalmente movimentar-se mais livremente entre Paris, Londres e Lisboa. Para celebrar a paz e uma nova europa compõe "A Paz da Europa". Ao chegar a Lisboa deparando-se com o desconhecimento cultural sonha com a criação de uma sociedade Filarmónica que pudesse organizar concertos regulares (estão a ver que os problemas já existem há muito tempo e têm pouco a ver com o que julgamos serem causas recentes). Em Londres edita os "Elementos de Música e Método para Tocar Piano Forte" Op. 19 , sem dúvida a sua principal obra de pedagogia que dedicou à Nação Portuguesa em mais um sinal da sua preocupação com o estado do ensino das artes em Portugal.
Em 1818 compõe aquela que é considerada a sua obra prima o Op. 23 um Requiem (em memória de Camões).
Porém João Domingos Bomtempo vê-se envolvido nas lutas entre liberais e absolutistas fruto das suas manifestas preferências pelos primeiros de que aliás os nomes de algumas obras desse período são testemunho como por exemplo a Missa em Homenagem á regeneração política portuguesa. A vitória temporária dos absolutistas coloca Bomtempo em perigo e impede-o de consolidar no imediato o sonho da sua sociedade Filarmónica que viria a fechar definitivamente as portas em 1928.
A própria vida de Domingos Bomtempo fica em perigo sendo este obrigado a refugiar-se no consulado da Rússia em Lisboa onde permanece exilado durante cinco anos até que D. Pedro e as suas forças liberais tomem Lisboa.
Na ultima fase da sua vida Bomtempo compõe a sua segunda sinfonia vindo a ser também o primeiro director do que se pode chamar o Conservatório Nacional. Na realidade em 1836 sobre a inspiração de Almeida Garrett é criado o Conservatório Geral de Arte Dramática sendo entregue a Bomtempo a Direcção da sua Escola de Música.
Mantém então até 1842 data do seu falecimento a 18 de Agosto de 1842 uma intensa actividade lectiva adoptando os métodos do seu grande amigo Clementi. Embora continuando a compor e havendo notas da composição de pelo menos três sinfonias estas encontram-se perdidas.
Musicalmente Domingos Bomtempo é um classicista na tradição germânica com fortíssimas influências de Mozart e Haydn e mais tarde de Beethoven. Infelizmente a sua obra é pouco conhecida sendo raramente interpretada (recentemente demo-vos conta aqui de uma interpretação do seu Requiem). Podem encontrar uma outra biografia de Bomtempo no nosso blog de referência Desnorte. Uma outra biografia interessante pode ser encontrada no Blog "De Viris Pulchris et Aliis...".
Uma das poucas gravações existentes a da Naxus inclui as sinfonias 1 e 2 interpretadas pela Orquestra do Algarve sobre a direcção de Alvaro Cassuto (se não encontrarem em formato físico esta gravação existem em formato digital legal no site EMusic). O Requiem em Memória de Camões também pode ser ouvido numa interpretação da Orquestra e Coro Gulbenkian num disco editado pela EMI. Este também pode ser adquirido em formato digital na ITunes.
Para vos dar uma ideia do estilo do compositor ouçam aqui pela Orquestra Sinfónica de Bamberg sob a direcção de Claudio Scimone o terceiro andamento da sua segunda sinfonia.
Pensamos que pela sua vida e pelas causas que subscreveu : A Paz, o Liberalismo (por oposição ao Absolutismo), a Carta Constitucional, o Patriotismo a preocupação pela educação e pela cultura Bomtempo é sem dúvida o compositor certo para evocar este dia de Portugal.
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