Esta sonata (Opus 57) em Fá menor foi composta em 1804-1805 sendo na altura da sua composição e estreia (1807) uma autêntica revolução na composição para piano. Na verdade esta peça levava os instrumentos da época de Beethoven aos limites (alguns consideravam mesmo para além dos seus limites). O nome pela qual é referida não foi escolhido por Beethoven mas pelo editor da partitura. Porém aparentemente Beethoven aprovou a designação razão pela qual esta se mantém nos nossos dias.
É uma peça apaixonada de fortes alternâncias entre passagens calmas e outras de violentos acordes. Os três andamentos da Sonata seguem a forma "clássica" (rápido-lento-rápido). Como de costume nestes casos escolhemos três interpretes diferentes para cada um dos andamentos para vos dar a conhecer ou relembrar grandes instrumentistas. Desta vez escolhemos Gilels, Arrau e Rubinstein.
O primeiro andamento (Allegro Assai) é composto com base em dois temas que se entrecruzam com grandes variações de dinâmica, registo e andamento. Para vos ilustrar este andamento escolhemos mais uma gravação de 1957 do grande pianista Russo Emil Gilels (1916-1985). Podem ouvir este primeiro andamento aqui.
O segundo andamento (Andante con moto - attacca) começa com um tema em acordes sendo repetido por três variações cada vez mais agudas e mais complexas. Este andamento termina de forma bastante misteriosa. Já falamos de Claudio Arrau - que escolhi para vos mostrar o segundo andamento - aqui. Podem ouvir o segundo andamento aqui.
O terceiro andamento (Allegro ma non troppo - Presto) é composto por um tema que é repetido até à coda que contém um tema completamente novo. Para este terceiro andamento escolhemos uma interpretação de Artur Rubinstein. Podem ouvir o terceiro andamento aqui.