Dizia eu no email (apenas ligeiramente adaptado, depois de mais uns dias de reflexão):
A Páscoa terá para alguns de vós um significado religioso. Para outros não e não há nisso nenhum mal. Porque a Páscoa tem o valor universal da redenção, da nossa capacidade de renascer, de corrigir os erros e avançar, de ultrapassar os obstáculos, de afastar as pedras do caminho uma a uma mas certamente não de qualquer maneira. Com respeito pelas bermas e por todos os que connosco partilham essa estrada. Para alguns as pedras que afastamos, um obstáculo que removemos pode ser um que inadvertidamente lhes colocámos. Com (o meu caso) ou sem fé em Deus, podemos e devemos sempre ter fé em nós, nos homens e na sua capacidade de se transcenderem.
Desta forma não queria de vos desejar a todos uma Santa Páscoa, vivam-na intensamente junto dos que vos são queridos ! Quando estava a escrever estas breves linhas lembrei-me claro de Drummond de Andrade e sendo embora um poema conhecido (muito conhecido mesmo) não deixa por isso de fazer sentido (mesmo sabendo que esta é uma interpretação livre, muito livre mesmo) do poema . Fiquem bem !
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade
Abraços e beijinhos a quem de direito, abreijos para os mais gulosos (substituível por um doce :-)) .
No email não incluí música (que vergonha :-)) mas claro que a recomendação também muito pouco original só poderia mesmo ser Bach. Apontem o vosso browser para aqui e tenham os minutos de paz interior que a música vos pode proporcionar.