sábado, 21 de abril de 2012

Gymnopédies de Erik Satie

Injustamente proclama-se que começou aqui a música de elevador. Injusto porque embora seja verdade que Satie compôs obras que ele considerava como "musica de ambiente" estas peças não faziam parte desse conjunto.

Injusto numa dimensão oposta para outros compositores que já antes haviam composto obras para funcionarem com música ambiental (uma delas aliás está na nossa Lista das 100 obras de Música Clássica - Taffelmusik de Telemann).

Compostas e editadas em 1888 - a primeira e a terceira já que aparentemente a terceira apenas foi editada cerca de sete anos mais tarde - estas obras não tendo para mim a dimensão emocional das Gnossiennes de que falaremos de seguida não deixam de ser obras notáveis e muito mais do que simples música ambiente sem desprimor para esta ultima porque em doses reduzidas também há espaço para ela no Mundo ...

Estas obras foram orquestradas por Debussy quase imediatamente de forma que é possível que conheçam também a versão orquestral (a primeira e terceira já que Debussy considerava a segunda inadequada para esse fim).

Quanto ao nome destas peças embora se tenham tentado encontrar várias explicações o mais provável é Satie ter escolhido o nome apenas pelo seu toque de exotismo. Na altura da edição as partituras incluíam um poema do seu amigo, companheiro e poeta Contamine de Latour em que este termo é utilizado. Porém não é claro se o poema precedeu a composição ou vice-versa.


Tendo em conta o carácter de Satie e o seu gosto pela sonoridade das palavras inclinamo-nos para uma explicação simplesmente "fonética". Estas peças pela simplicidade que demonstram foram na verdade uma verdadeira revolução na escrita para piano solo. As Gnossiennes de que falaremos de seguida exploram e expandem estas ideias.

Gymnopédie nº 1 - Interpretação de Aldo Ciccolini
Gymnopédie nº2 - Interpretação de Maria Aloupi
Gymnopédie nº 3 - Interpretação de Aldo Ciccolini

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