Depois de durante uma semana termos falado dos Concertos de Brandenburgo voltamos hoje ao barroco françês e em particular a um compositor que infelizmente é pouco conhecido: François Couperin.
VIDA
François Couperin nasceu em Paris a 10 de Novembro de 1668. Era membro de uma familia de músicos com bastante talento. François Couperin é muitas vezes apelidado Couperin O Grande para o distinguir dos restantes membros da familia em particular o seu tio Louis Couperin (c. 1626-1661) e do seu primo Armand-Louis Couperin (25 Fevereiro 1727 - 2 de Fevereiro de 1789).
Couperin foi ensinado pelo Pai que morreu quando tinha apenas 10 anos e também por Jacques Thomelin. Foi compositor da corte a partir de 1717 reconhendo desde sempre a influência de Corelli.
É autor de uma das obras mais relevantes na arte de tocar cravo (e de certa forma o piano) tendo influenciado fortemente Bach que adoptou por exemplo a utilização do polegar proposta por Couperin.
As suas peças para Piano possuem muitas vezes títulos bastante evocativos (por exemplo Reveille Matin) o que levou Richard Strauss a orquestrar alguns deles.
Ravel escreveu uma peça de homenagem ao compositor que será possivelmente responsável por uma parte considerável do reconhecimento da sua obra intitulada "Le Tombeau de Couperin". Podem ouvir aqui uma parte desta sentida homenagem.
Couperin morreu em Paris em 1733.
OBRA
Podemos dividir a obra de Couperin em três grandes tipos. A música sacra da qual podemos destacar as "Leçons de Ténèbres". Podem aqui ouvir uma gravação da terceira lição.
A música de camera em que podemos destacar a homenagem a Lully ou a homenagem a Corelli ou ainda os Concertos Reais.
Mas é sem dúvida na música para Cravo que Couperin realiza de forma mais completa o seu génio. É dificil encontrar nestas pequenas obras uma que se destaque. Escolhemos para ilustrar esta biografia duas peças tocadas pelo grande pianista russo Grigory Sokolov. O primeiro destes temas chama-se "Soeur Monique".
O segundo exemplo "Les Maillotins" é para mim interessante porque demonstra que esta peça pode ser interpretada num piano (embora obviamente tenha sido escrita para um instrumento com caracteristicas completamente diversas). Não é a mesma coisa claro. Transforma-se numa peça diferente mas não deixa por isso de ser notável e sobretudo capaz de nos transmitir emoção.
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