domingo, 28 de novembro de 2010

Concerto de Homenagem ao Maestro António Vitorino d´Almeida

Infelizmente não pude lá estar mas gostava muito se algum dos leitores deste blog (ou vários - ainda melhor) nos contassem como foi ... Por agora fiquem com a Sinfonia nº 1 - Op. 21 (cuja designação completa me escuso de publicar aqui :-) um doce a quem adivinhar :-)) pela Orquestra sinfónica Búlgara numa edição da Numérica dirigida pelo próprio maestro.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Concerto de Homenagem a António Victorino d´Almeida - 27 de Novembro às 21h

Como já vos contei neste blog uma das pessoas a quem devo o meu gosto pela música (toda a música e não apenas a clássica) foi o maestro António Vitorino d´Almeida. Não que já o tenha conhecido pessoalmente mas através da televisão foi um dos comunicadores que mais que marcou na minha juventude.

Soubemos agora que está programado um concerto de Homenagem aquele que para além do grande comunicador que já referimos é também certamente um dos mais significativos compositores e maestros portugueses de sempre. Poderia provavelmente ter atingido a mesma dimensão enquanto interprete mas muito cedo preferiu essas outras formas de expressão - não deixa por isso de ser igualmente um pianista de eleição.

Assim porque como vos digo sempre, ao vivo é outra coisa e porque as homenagens devem ser prestadas em vida não só recomendo como vos urjo que estejam presentes no Auditório da Universidade Nova (Campus de Campolide) no dia 27 de Novembro pelas 21h para este merecido Concerto que será interpretado pela Orquestra Metropolitana de Lisboa dirigida pelo maestro Alberto Roque. Fazem parte do programa duas obras do maestro e uma de sua filha Anne Victorino de Almeida. A entrada é livre.

domingo, 21 de novembro de 2010

Mais recomendações para Aveiro

Como nos referiu a nossa leitora Moura Aveirense em Aveiro integrado nos Festivais de Outono vai haver muita  música até ao dia 24 de Novembro (data da nossa recomendação). Podem consulta a lista completa aqui. desta forma se estiverem na zona de Aveiro não deixem de ir porque como digo ao vivo é mesmo diferente. A propósito terminei ontem de ler o Terceiro Capítulo do livro de Axel Ross que aborda precisamente esse tema ... muito mas muito interessante, para hoje prometo-vos a sinopse do Segundo Capitulo não menos interessante.

sábado, 20 de novembro de 2010

Recomendações para o fim de semana ( 2010 - #46) - 20 e 21 de Novembro

Começando as nossas recomendações como sempre pelo sul teremos no Algarve integrado no IV Festival de Órgão de Faro teremos um recital de orgão por Edite Rocha  na Igreja do Carmo (Faro). Será no Sábado às 21:30h.

Em Lisboa mais precisamente em Oeiras no Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria teremos os solistas da OCCO e António Victorino D'Almeida dirigidos por Nikolay Lalov que interpretarão a obra de Chopin "Trio para piano, violino e violoncelo em Sol menor Op. 8".

Também pela OCCO e no dia seguinte (Domingo 21) agora às 17 teremos um recital de Canto (Cláudia Pereira Pinto) e Piano (João Vale) no Palácio dos Aciprestes. O programa inclui obras de F. Lopes-Graça, C. Azevedo, F. Lapa e A. Vasques Dias.

Continuando em Lisboa o Coro de Câmara da Universidade de Lisboa integrado no ciclo "Música em São Roque" organizado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa num concerto intitulado "Despontar do Barroco". Será no Sábado às 21:30h. Programa inteiramente dedicado à obra de João Lourenço Rebelo.

Ainda em Lisboa teremos um concerto pela Orquestra "Os Violinhos" na Igreja de Santa Catarina (Paulista) num concerto intitulado "Ode a Santa Cecília" e dedicado à padroeira dos músicos. No programa um reportório inteiramente composto por obras do período barroco. Será no Domingo às 18h. A entrada é livre.

Aproximadamente à mesma hora (na realidade uma hora mais cedo - às 17h) teremos um concerto intitulado  "O Meu Primeiro Concerto" com a Orquestra Metropolitana de Lisboa dirigida por Michael Zilm na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa. No programa a Sinfonia n.º 3 em Mi bemol maior, Op. 55, Eroica" de Beethoven.

Um pouco mais a Norte em Montemor-o-Novo na Igreja da  Misericórdia teremos o Doppio Ensemble no Sábado às 21:30. Este duo constituído por Evandra Gonçalves (violino) e Ana Queirós (piano) interpretarão obras de Jean-Marie Leclair, Robert Schumann, Jean-François Lézé, Olivier Messiaen e Astor Piazzolla.

Em Coimbra integrado no Festival de Música de Coimbra 2010 teremos um concerto de Órgão e Canto na Igreja de Santa Cruz (Coimbra) pelo Ensemble Cum Jubilo será no Domingo às 16h sendo interpretadas obras de Frescobaldi e Clérambault.

Em Aveiro integrado nos Festivais de Outono - Aveiro 2010 teremos um recital de Violoncelo e Piano intitulado "Página Esquecida: Música Portuguesa para Violoncelo e Piano" por Luísa Tender e Bruno Borralhinho . Será no Museu de Aveiro no dia 25 às 21:30 (atenção que não é no fim de semana, no entanto como até lá não haverão mais recomendações fica já aqui por antecipação). Adequadamente este concerto está muito em linha com a sequência de posts que estamos a fazer sobre compositores portugueses dado que serão interpretadas obras de Joly Braga Santos, António Victorino d'Almeida, Fernando Lopes-Graça, Luis de Freitas Branco e Nuno Figueiredo

Por fim na Invicta cidade do Porto teremos a Orquestra Sinfónica do Porto e António Rosado dirigida por Pedro Neves na Casa da Música do Porto num concerto intitulado "O Código de Mozart". Será no Sábado (hoje) às 18h - dentro de duas horas - por isso ainda estão a tempo. No programa a estreia de uma obra do jovem compositor Daniel Martinho, Mozart e Bontempo (Concerto para Piano nº 3).

domingo, 14 de novembro de 2010

Luís de Freitas Branco (1890 - 1955)

Dedicamos esta biografia não só a memória de um dos maiores compositores portugueses de todos os tempos mas também como lembrança a todos aqueles que perante a crise actual defendem soluções autoritárias. Lembrem-se que são essas soluções que limitam o talento, que centralizam, que promovem a visão de que a solução vem de um estado omnipresente e todo poderoso. São essas pseudo-soluções que nos conduziram ao estado de subserviência e de incapacidade de encontrar soluções por nós próprios, de nos revoltarmos mas não "contra" mas sim a favor de alguma coisa, de enfim fazer pelo nosso país. Sabem porque razão quando estão fora revelam os portugueses todo o seu talento? Porque tal como as crianças fora da casa dos pais já não esperam a protecção do seu messias. Desculpem-me esta introdução : Luís de Freitas Branco merecerá agora toda a nossa atenção mas não creio que se importasse ou desdenhasse este preâmbulo.

Esta biografia (comentada) foi baseada em vários textos de que vos recomendamos uma leitura atenta. Do site da Academia de Música de Santa Cecília o texto do professor Henrique da Luz Fernandes, da Base de Dados de Compositores Portugueses do Movimento Patrimonial da Música Portuguesa além da nossa habitual fonte (Grove Music Online). Para uma curta biografia como sempre um excelente começo na Naxos.

Luís de Freitas Branco nasceu em Lisboa a 12 de Outubro de 1890. Nascido numa família aristocrática e intelectual desde cedo demonstrou grande interesse e capacidades musicais tendo iniciado os seus estudos em Portugal com Tomás Borba e Augusto Machado. Aos 14 anos compõe aquela que foi a sua primeira composição e que ainda hoje é frequentemente interpretada. Podem ouvir por exemplo João Merino no concerto final da Master Class de Tom Krause no teatro São carlos (Set. 2010) acompanhado ao piano por Nicholas Mcnair. Há também desta canção entre outras  um registo gravado pela soprano Filomena Amaro acompanhada ao piano  por Gabriela Canavilhas.

Estuda também Orgão com o músico belga Desiré Pâque então residente em Lisboa que lhe introduz as teorias musicais de Vincent d´Indy. Será talvez esta uma das razões das raízes mais francófonas da sua música. Com apenas 17 anos termina a 1ª Sonata para Violino e Piano de que vos proponho o primeiro andamento interpretado por Tibor Varga (violino) e  Roberto Szidon (Piano) - lindissima melodia esta a do primeiro andamento.

Com 18 anos Luís de Freitas Branco compõe vários poemas Sinfónicos baseados em autores portugueses ligação entre poesia e música que continuaria sempre ao longo da sua vida com vários autores portugueses e franceses (por exemplo Baudelaire ou Mallarmé). A titulo de exemplo oiçam Solemnia Verba (1950-51) uma das suas ultimas obras baseado num poema homónimo de Antero de Quental.

Disse ao meu coração olha por quantos 
caminhos vãos andamos! Considera
agora, desta altura fria e austera, 
Os ermos que regaram os nossos prantos

Aliás Luís de Freitas Branco - permitam-me a interpretação pessoal - numa linha impressionista sempre manteve uma preocupação quase programática em grande parte da sua música. No meu entender esta característica é bem visível no elevado número de brilhantes poemas sinfónicos que escreveu ao longo da sua carreira.

Paraísos Artificiais (1910)
Tentações de S. Frei Gil  (1911)
Vathek (1913)
Viriato (1916)

Esta ligação à poesia ou à literatura fez-se tanto na forma de poemas sinfónicos como na forma de canções das quais podemos destacar os Madrigais Camonianos (1930-1943) . Estes Madrigais estão disponíveis numa gravação da Numérica pelo Coro Gulbenkian (referência : PS 5010).

Mas de volta à ordem cronológica em 1910 sai pela primeira vez de Portugal na companhia de seu tio para uma visita a Berlim onde é aceite como aluno por Humperdinck mas as aulas não o satisfazem completamente. Ainda nesse ano casa-se com D. Stella de Ávila e Sousa (reza a lenda que a superstição o levou a não esperar pelo final do ano por este ser bissexto). Vai viver uns anos para a Madeira voltando a Lisboa em 1913. Embora de família abastadas passa então por algumas dificuldades económicas que o levam a iniciar uma carreira de critico e escritor - para nossa felicidade dado que como veremos lhe devemos a esse respeito algumas obras notáveis.

Em 1918 nomeado para a comissão de reforma do Conservatório propõe a reestruturação completa do curso criando as bases para uma geração de novos compositores que não deixarão de reconhecer em Luís de Freitas Branco um dos seus mentores: Lopes Graça e Joly Braga Santos terão sido os mais notáveis. Em 1918 termina os dez preludios para Piano que dedica a Vianna da Motta. Proponho-vos o Preludio nº 1 por Tatiana Pavlova. Existe também uma gravação por António Rosado da Numérica Ref.: NUM 1143 - Desculpem mas o site da Numérica não dá para colocar um link directo, tem de ser pela referência).

Quando Vianna da Mota é nomeado director do Conservatório escolhe Luís de Freitas Branco para sub-director cargo que viria a desempenhar até 1930 quando abandonou o cargo por este lhe roubar demasiado tempo, não lhe deixando assim disponibilidade para compôr. Desempenharia funções lectivas até 1939 altura em que não resistiu as purgas no conservatório então já dirigido por Ivo Cruz em substituição de Vianna da Motta. Luís de Freitas Branco além de notável compositor foi também um professor e mentor extraordinário tendo deixado no conservatório como já referimos um notável trabalho de base além da sua natureza e carácter ter sido fonte de inspiração e motivação para mais do que um. A este respeito nada melhor do que relembrar as palavras do próprio Joly Braga Santos:

"Ao significado da sua obra notabilíssima, da sua personalidade fecunda e dominadora, há a juntar a verdadeira paixão que possuía pela Juventude, o entusiasmo com que via os novos triunfar, a sua luta diária, durante cinquenta anos, pelo renovamento, pela europeízação da cultura portuguesa, e ainda a generosidade do seu grande coração, sempre disposto a ajudar os que começavam e vivendo com o mesmo entusiasmo as obras dos próprios discípulos, que pretendia sempre colocar à frente das suas."

Em 1924 termina a 1ª Sinfonia que dedica precisamente a seu filho nascido dois anos antes a 10 de Janeiro de 1922. Em 1926 termina a segunda sinfonia desta vez dedicada à sua irmã Maria e em 1926 a Segunda Suite Alentejana (a Primeira Suite Alentejana datava de 1919). Em 1928 termina a Segunda Sonata para Violino e Piano e em 1929 funda a revista "Arte Musical" que viria a dirigir até esta ser fechada 20 anos depois.

Em 1943 termina a sua Terceira Sinfonia dedicada ao seu aluno Pedro do Prado que até 1951 por dirigir os serviços de música da Emissora Nacional lhe garantiu e nos proporcionou excelentes programas radiofónicos. Nessa data Luís de Freitas Branco for também exonerado da referida emissora por razões politicas.

Em 1948 participa na criação da Juventude Musical Portuguesa de quem será o primeiro presidente da mesa da Assembleia Geral e em 1952 termina a sua Quarta Sinfonia que dedica a Joly Braga Santos seu discípulo.

Faleceu a 27 de Janeiro de 1956 em Lisboa após um ataque cardíaco ocorrido uns dias antes. No ultimo ano de sua vida trabalhou no 1º acto da Voz da Terra - uma ópera , um dos sonhos que nunca concretizaria tendo também planeado o regresso à Emissora Nacional para um programa que se deveria intitular "O Gosto pela Música" . Este programa haveria de ver o dia a partir de 1956 sendo liderado pelo seu filho João de Freitas Branco, programa que haveria de durar 29 anos e de que falamos aqui.

Poderiamos ainda falar das suas inumeras canções populares ou da música sacra e também do seu trabalho enquanto autor de vários livros muitos dos quais utilizados no Conservatório Nacional (e um que me encheu de curiosidade - A Personalidade de Beethoven) mas prefiro terminar com música. Para isso nada como o Concerto para Violino e Orquestra uma obra de 1916.

sábado, 13 de novembro de 2010

Recomendações para o fim de semana ( 2010 - Semana #45) - 13 e 14 Novembro

Em primeiro lugar e porque já não o faziamos há muito queria recomendar-vos a Agenda do Sapo Cultura porque não só encontrarão lá algumas destas sugestões como também terão outras certamente tão deliciosas quanto as que aqui destaco. Claro que para nós a área da música clássica tem um especial atractivo mas ...

Claro que vos recordo também o Coro Vox Maris em Óbidos de que já vos havíamos falado aqui.

Começando pelo Algarve teremos no Centro Cultural de Lagos um concerto integrado no All Algarve 2010 (desculpem-me mas recuso-me a utilizar a designação oficial que considero absolutamente ridicula) pela Orquestra do Algarve dirigida por Osvaldo Ferreira, concerto que celebra o "550.º Aniversário da Morte do Infante D. Henrique". Será no Sábado às 21:30. O concerto inclui a estreia absoluta da Suite Descobertas de Armando Mota na primeira parte e a 5ª de Beethoven na segunda parte. Chamo a vossa atenção que em algumas agendas este concerto é dado como tendo lugar no Casino de Vilamoura, informação essa que no entanto não coincide com o site Oficial da Orquestra do Algarve ou com o site do All Algarve 2010.

No dia 14 a Orquestra do Algarve repete no Teatro Municipal de Faro a Suite das Descobertas às 21:30. A segunda parte no entanto será desta vez constituída pelo 5º Concerto para Piano de Beethoven sendo solista Christian Leotta.

Na zona de Lisboa mais precisamente no Monte Estoril teremos hoje Sábado dia 13 de Novembro um recital intitulado "Romantismo Russo" pelos Solistas da OCCO e Federico Lovato (Piano) no Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria. Será às 18h. O programa é composto por obras de Arensky - "Trio de piano em Ré menor Op. 32" e de Rachmaninoff - "Trio Elegíaco em Ré menor Op. 9".

Em Almada no Teatro Municipal de Almada (Novo)  teremos a Orquestra "Músicos do Tejo" dirigida por Marcos Magalhães num concerto intitulado "As Árias de Luísa Todi". Será no Sábado às 21:30. Será solista a soprano Joana Seara acompanhada no cravo por Marcos Magalhães (que como vimos também dirige a Orquestra). Para quem gostar do concerto - ou para quem não puder ir mas quiser ouvir as árias cantadas por Luísa Todi existe sempre a solução de comprar o disco, aqui (embora ao vivo seja outra coisa como sempre vos digo).

Para a família recomenda-se no Domingo pelas 11:30 no Castelo de São Jorge o "O Polegarzinho" pela Companhia de Ópera do Castelo e o Coro Infantil da C.ª de Ópera do Castelo. Serão solistas a soprano Catarina Molder e o barítono Jorge Martins acompanhados por Francisco Sassetti ao piano. Direcção de Nuno Barroso.

Continuando em Lisboa e integrado no ciclo Música em São Roque temos nestes próximos dias vários concertos. No Sábado às 21:30 teremos na Igreja de São Roque a "Sonata para órgão e Missa Grande" de Marcos Portugal  (1762-1830) pelo Coro de Câmara de Lisboa dirigido por Teresita Gutierrez Marques. Também neste caso se não puderem de todo estar presentes há a opção do disco editado o ano passado e que podem adquirir aqui. No Domingo teremos "Música sacra dos séculos XV e XVI" pelo Coral Vértice na Igreja do Instituto de S. Pedro de Alcântara pelas 17h. O programa inclui obras de Josquim Desprez e  Giovanni Pierluigi da Palestrina entre outros compositores. Coro dirigido por Sérgio Fontão. Ainda inserido neste festival e agora no Espaço Santa Casa teremos no dia 17 (já fora do fim de semana mas estou certo que me perdoaram esta pequena liberdade poética) pelas 18h um recital de Cravo por Jenny Silvestre. O programa inclui obras de Bach, Couperin e Carrapatoso entre outros compositores.

Ainda em Lisboa e também no dia 17 - fora do fim de semana portanto - teremos um recital de piano a quatro mãos no Instituto Franco-Português (IFP) por Luís Duarte e Lígia Madeira intitulado "Porto - Paris ...um imaginário a quatro mãos". Um concerto Antena 2 (transmitido em directo) com um programa constituído por obras de músicos franceses - Debusssy e Ravel (detalhe do programa aqui ). Será às 19h entrada livre.

Agora na minha cidade Natal (e é tão raramente que consigo falar-vos de eventos nesta cidade que não posso deixar de manifestar a minha alegria) teremos integrado no Festival de Música de Coimbra 2010 um recital de piano por Young-Choon Park no conservatório de música de Coimbra. Também é fora do fim de semana mais precisamente na Terça-Feira dia 16 de Novembro às 21:30. O programa inclui obras de Mozart, Beethoven e Chopin.

Passando agora para Aveiro integrado no "Festivais de Outono - Aveiro 2010" teremos um recital de piano por Ratimir Martinovic no Museu de Aveiro. Será na Segunda-Feira às 21:30 com obras de Mozart, Ravel, Debussy, Chopin, J.S. Bach e Sibelius.

Também em Aveiro mas na Terça-feira às 21:30 na Igreja das Carmelitas  teremos um recital de Canto e Alaúde e Tiorba por Isabel Nogueira (Soprano) e Tiago Matias (Alaúde e Tiorba). Entrada Livre.

Integrado no ciclo "A Música da Energia - Concertos EDP/ON" teremos na Igreja de São Gonçalo em Amarante a Orquestra do Norte dirigida por Vladimir Kiradjiev. Será hoje Sábado às 22h. Será solista Bokyuung Hong (Violoncelo) sendo interpretadas obras de Haydn (segundo concerto para violoncelo) e Sibelius (sinfonia nº 2).

Na invicta Cidade do Porto teremos a Orquestra Sinfónica do Porto num concerto intitulado "O Despertar do Concerto" dirigida por Laurence Cumming. Será na Casa da Música do Porto hoje pelas 18h. Serão interpretadas obras de Handel, Vivaldi e Bach.

Por fim em Vila do Conde no Teatro Municipal de Vila do Conde teremos a Orquestra Filarmonia das Beiras  dirigida por António Vassalo Lourenço numa interpretação da "A Flauta Mágica" hoje Sábado às 21:30. O concerto conta com a participação dos alunos da classe de ópera do XII curso Internacional de Música Vocal - 2010.

domingo, 7 de novembro de 2010

Barbeiro de Sevilha (Rossini) - Sexta Parte

Podem ler as restantes partes desta história nos seguintes posts:


Os dois amantes tentam então fugir pela escada que no entanto desapareceu. Entram então Basílio acompanhado pelo notário. Basílio é comprado e aceita que o contrato de casamento seja assinado entre Rosina e o Conde. quando Bartolo enfim chega já é demasiado tarde. Bartolo acaba por resignar-se com a oferta do Conde Almaviva de manter o dote e a fortuna de Rosina em nome do seu cuidado na sua educação. Com este fim feliz chega-se então ao grande final.

sábado, 6 de novembro de 2010

Recomendações para o fim de semana (2010 - #44) - 6 e 7 Novembro de 2010

Começamos as recomendações para este fim de semana pela cidade de Ponta delgada onde no Coliseu Micaelense teremos o "O Barbeiro de Sevilha" pela Compañia Estúdio Lírico de Madrid será no Sábado às 21:30.

Em Évora integrado no VI Ciclo de Concertos “Música do Inverno” teremos no Convento dos Remédios um recital com Sandra Medeiros (soprano), Francisco Sassetti (piano), Rogério Medeiros (violoncelo). Será no Sábado às 18h.

Agora na zona de Lisboa teremos no dia 6 (Sábado) às 21h na Igreja de S. Roque a Orquestra Sinfónica Juvenil com o Coro do Instituto Gregoriano de Lisboa dirigidos por Christopher Bochmann. Será interpretada a Missa Nelson de Haydn. Serão solistas Elsa Cortez (Soprano) Larissa Savchenko (Contralto),  João Queirós (Tenor) e Armando Possante (Barítono).

Ainda na zona de Lisboa teremos no dia 6 às 17h no Grande Auditório da Escola Superior de Música a
Orquestra Sinfónica da ESML dirigida por Vasco Pearce de Azevedo. O programa é constituído pelo Entreacto nº 3 de Rosamunde (1823) de Schubert o Concerto para Violino e Orquestra nº 5 em Lá M KV 219 (1775) de Mozart e a Sinfonia nº 5 em Sib M D 485 (1816) também de Schubert. Uma mistura portanto de clássico e romântico (embora a 5ª sinfonia de Schubert seja bastante Haydiana e Mozartiana ...) . Será solista Tamila Kharambura no concerto para violino de Mozart. Este programa repete no dia 7 de Novembro (Domingo) às 16h no Teatro Municipal de Almada (Novo).

Ainda na zona de Lisboa mais precisamente na belíssima Igreja de Carcavelos no Domingo 7 de Novembro, às 16h não se esqueçam do Coro Vox Maris como vos falava aqui.

Sempre em Lisboa (este fim de semana a dificuldade da escolha é grande) no Teatro Nacional de São Carlos poderão ouvir "Contar Uma Ópera: Cavalleria Rusticana". Sábado e Domingo às 16h. A ópera será contada por Beatriz Batarda, com interpretação de Orquestra Sinfónica Portuguesa e Coro do Teatro Nacional de São Carlos dirigidos por Martin André.

Continuando por Lisboa teremos a Orquestra de Camara de Cascais e Oeiras dirigida por Kermit Poling e acompanhada por Sequeira Costa num concerto intitulado "Homenagem a Chopin". Será no Sábado às 18h no Auditório Municipal Ruy de Carvalho (Carnaxide) e a entrada é livre. No programa obras de Chopin (claro) e Mozart.

Um pouco mais a Norte na Ericeira (Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva) teremos o quarteto Carlos Damas (violino), José Teixeira (violino), Valentin Petrov (viola), Jian Hong (violoncelo) e Anna Tomasik (piano) . Será no Sábado dia 6 às 22h com um programa constituído por obras de Maurice Ravel e César Franck.

No Cartaxo teremos os Solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa no Centro Cultural Município do Cartaxo num concerto intitulado "Concertos para Oboé e Cordas". Será no Sábado dia 6 de Novembro às 21:30. Serão solistas Sally Dean (oboé), Elena Komissarova (violino), Andrej Ratnikov (viola), Vladimir Kouznetsov (contrabaixo) e Marcos Magalhães (cravo). No programa obras de Handel, Telemann e Haydn.

Em Aveiro no Teatro Aveirense teremos um "Concerto Promenade" pelos alunos do Alunos do Conservatório de Música e Aveiro. Será no Domingo 7 de Novembro às 11h.

Na invicta cidade do Porto teremos também no Domingo dia 7 de Novembro ao meio-dia na Casa da Música do Porto a Orquestra Sinfónica do Porto dirigida por Yves Abel num concerto intitulado "Histórias de Encantar" . No programa obras de Ravel.

No Sábado dia 6 às 21:30 também na Invicta cidade do Porto teremos uma interpretação de "Nabucco" de Giuseppe Verdi pela Orquestra do Norte dirigida por José Ferreira Lobo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Listen to This - Capitulo 1 - Crossing the border from Classical to Pop

Obviamente não vos vou (até por questões de direitos de autor) traduzir o livro todo ... vou apenas capitulo a capitulo dar-vos uma ideia da linha principal de raciocínio seguida. Vou neste momento já no capitulo 3 da leitura (escrever estes posts exige um pouco de distanciamento temporal) e pelo que li digo-vos desde já que é absolutamente um livro a ler. Notem ainda que ainda que este post seja inspirado no livro as palavras e interpretação são minhas e podem ser sujeitas a outras leituras.

Como vos referi o autor começa o capitulo com uma frase que imediatamente capta a nossa atenção:"Eu odeio a música clássica: Não a música em si, mas o nome. Congela uma forma de arte viva num parque temático do passado". Na verdade o autor começa por referir que a forma elitista e pretensamente superior como é tratada a música clássica leva-a a ser considerada como uma forma de arte imutável (porque perfeita) e logo morta, quando deverá ser tudo menos isso.

Considera em seguida que em boa verdade este é já um caso de uma morte anunciada de forma permanente porque já há 20, 30, 40, 50 ou mesmo mais tempo se anunciava o seu declínio citando a esse respeito Charles Rosen que afirma: "A morte da música clássica é talvez a sua mais antiga tradição".

De seguida Alex Ross descreve a sua infância e a forma como apenas ouvia música clássica, pelo discos dos seus pais. Fala em particular de uma interpretação da 3ª de Beethoven dirigida por Bernstein e que continha um guia de audição. Nesse guia Bernstein falava de uma nota especifica um Dó Sustenido como sendo uma autentica "punhalada" (stab). Diz o autor que não se pode pensar na terceira com um suspiro dizendo "ah isto é civilização". Não as músicas devem ser ouvidas independentemente do seu género pelo que nos inspiram e nesse particular a terceira é tão revolucionária como um rap.

Alex Ross diz-nos que descobriu o "pop" bastante tarde, no liceu onde se apercebeu que mais ninguém gostava de música clássica. Explica-nos então que talvez por isso vê esse tipo de música com uma maturidade diferente, ao passo que para ele a música clássica é sempre uma remanescência da força da adolescência. Em todo o caso recusa-se a aceitar que um qualquer tipo seja superior a um outro ou que um seja uma música para a alma enquanto outra é para a mente. Depende da alma e da mente do destinatário.

Explica-nos então que o gosto por música do passado é relativamente recente - como sabem os leitores deste blog começou talvez no fim do barroco com Bach tendo atingido padrões mais ou menos semelhantes aos actuais no inicio do século XX (embora nessa altura ainda estivessem vivos e logo a produzir muitos dos músicos que hoje englobamos na categoria "clássicos"). Como se lembram compositores como Mendelssohn e Mahler por exemplo tiveram nesse particular especial relevância ao "descobrirem" obras de Bach por exemplo entre muitas outras. Não é que essas obras não fossem conhecidas antes. Eram-no, mas apenas nos ciclos "académicos". Considerava-se então que não interessariam os "gostos modernos". Lembra-vos alguma coisa? Alex ross identifica mesmo um livro em particular uma Biografia de Bach por Johann Nikolaus Forkel que pode representar na perfeição o incio desse movimento.

Em paralelo (e por consequência) com esse gosto pelo passado o autor refere que aos poucos os locais de concerto e os próprios concertos foram-se tornando uma espécie de locais de culto, cada vez mais formais sacralizando os compositores, banindo a improvisação e a espontaneidade. Contrariamente ao que acontecia os ouvintes foram gradualmente banindo o novo preferindo o antigo e formalizando a audição e criando um código de comportamento contido próprio à "grandeza" e à reverência devida "a grande música" e aos grandes compositores. Em consequência os próprios compositores no inicio apreciaram esta mudança de comportamento. Assim em vez de ruidoso o público poderia em silêncio apreciar as subtilezas escondidas nas suas composições. Claro que isto esconde um perigo ou um problema se quisermos. É que se escrevemos composições que requerem esse nível de atenção e de conhecimento estamos obviamente a tornar mais difícil a sua apreciação ao ponto em que a música de hoje é possivelmente um tratado formal de composição: Erudito mas pouco amável. Ou seja os compositores foram ganhando um público mais atento mas ao mesmo tempo foram deixando de ter a sua preferência porque a formalização da audiência os levava a preferir o passado e porque eles próprios se foram afastando tornando cada vez mais subtis e difíceis as suas composições começando literalmente a escrever para eles próprios e para um circulo de iluminados ...

Defende ainda Alex Ross que os vários tipos de música passam por vários estágios, vários ciclos, toda a música se tornando clássica no seu "fim". Não é por acaso que hoje falamos de Rock Clássico ou de Jazz Clássico. Imagina ainda um amante do Pop que por acaso se tenta converter à música clássica começando por comprar um disco e depois indo a um concerto onde esbarra com o convencionalismo do traje até às idiossincrasias da sala de concerto e sobretudo à falta de alma e de paixão que observa por todo o lado. Dos músicos ao publico que dorme ou se preocupa apenas com o respeito absoluto dos protocolos.

De certa forma este blog quando foi iniciado foi precisamente para tentar facilitar a "conversão". Não porque achemos que a música clássica é superior a qualquer outra forma mas porque achamos que merece ser ouvida. Mas como diz Alex Ross não o merece por ser passado. Merece-o por ser precisamente presente e poder ser reinventada a cada interpretação.

No segundo capitulo do livro iremos falar do significado intrínseco da melodia na música por isso mantenham-se atentos.

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