Não queria deixar passar este dia de Portugal sem pelo menos publicar uma música portuguesa. Ontem ouvi várias de vários compositores portugueses deste século e alguns do século XX.
Hoje, este ano, só poderia voltar a falar-vos de Sassetti. Ou melhor ainda de deixar que Sassetti e a sua música falem por ele. Sem nenhuma ordem em particular que não seja a ordem das emoções, a ordem que resolvi seguir à medida que ia percorrendo no You Tube os vários vídeos que ia encontrando e que de link em link me recordavam outras composições, outras emoções.
Se alguma coisa este post deve demonstrar à exaustão, além da incrível versatilidade de Sassetti tão óbvia pelos vários géneros abordados, é a sua capacidade absoluta de resistir ao fenómeno das capelinhas tão tipicamente português.
Também por isso foi (É) grande ! E agora o ensaio de uma homenagem em forma de sequência de links comentados.
A Palavra (com os Da Waesel). A caminho da essência verifico a cadência da matéria que se mostra ... Nos Sonhos dos Outros e Reflexos (Bernardo Sassetti ao Piano). Com o tempo tudo pode passar, pode? Avec le Temps (com Carlos do Carmo) - Uma interpretação fabulosa, única, mesmo considerando a referência - Leo Ferré. Mas nem tudo se vai, nem tudo. Na Lisboa que Amanhece (com Carlos do Carmo, arranjo de Sassetti da música de Sérgio Godinho), como no Bolero de Ravel (com Pedro Burmester e Mário Laginha no concerto Três Pianos) tudo pode ser um crescendo. Nos filmes Tema Principal do Filme Alice (Bernardo Sassetti ao Piano), The Raven King (do Filme Second Life) na nossa memória não podendo ser na vida.
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
domingo, 10 de junho de 2012
Corelli - 12 Concerti Grossi (Op. 6)
Imagem retirada daqui. Página inicial da edição original de 1714 |
Como o nome indica esta obra agrupa 12 concertos que curiosamente são de géneros diferentes. Na verdade os oito primeiros são "concerti da chiesa" enquanto os quatro últimos são "concerti da camara".
Contrariamente ao que se possa pensar (e é um erro comum) a expressão "concerti da chiesa" não indica que estes se destinavam a uma utilização litúrgica embora fossem na verdade interpretados em igrejas destinavam-se ao entretenimento e não à liturgia. A diferença entre os dois tipos de concertos provém mais da sua forma, dado que o primeiro era tipicamente construído com base em andamentos de carácter contrastante (andamento rápido sucedido de andamento lento) enquanto os segundos - os concerti da camara eram construídos na base de "suites" compostas pela maior ou menor estilização de danças da corte normalmente precedidas de uma introdução (Prelúdio).
O conjunto destes concertos inclui o famoso "fatto per la notte de natale" o número oito da sequência mas nós vamos mostrar-vos todos. Este conjunto foi na época e durante muito tempo considerado a mais influente obra musical publicada. É difícil hoje entender isso mas esta obra está na base do trabalho de Vivaldi e de Bach que se inspiraram nestas formas para a levarem à perfeição do final do barroco mas sem este fundamento não existiria o pináculo.
Concerto Nº1 em Ré Maior
I. Largo - Allegro - Largo - Allegro
II. Largo
III. Allegro
IV. Allegro
Philharmonia Baroque Orchestra dirigida por Nicholas McGegan.
Concerto Nº2 em Fá Maior
I. Vivace, allegro, adagio
II. Allegro
III. Grave, andante largo
IV. Allegro
Europa Galante dirigida por Fabio Biondi
Concerto Nº3 em Dó Menor
I. Largo - Allegro
II. Grave - Vivace
III. Allegro
Slovak Chamber Orchestra dirigida por Bohdan Warchal
Concerto Nº 4 em Ré Maior (Concerto em Ré Maior - Segunda Parte)
I. Adagio – Allegro
II. Adagio
III. Vivace
IV. Allegro – Giga: Presto
Chiara Banchini e o Ensemble 415 com a direcção de Jesper Christensen (dir.)
Notem o detalhe deste concerto apesar de ser um concerti di chiesa conter um andamento, o ultimo, em que aparece uma dança. Faço-vos notar isto porque embora se distingam os dois tipos de concertos que referi essas duas formas não eram estanques, representam experiências de forma nem sempre totalmente explicitas.
Concerto Nº 5 em Si Bemol Maior
I. Adagio-Allegro;
II. Adagio;
III. Fugue;
IV. Largo-Allegro
Para este concerto seleccionei uma gravação muito antiga, de 1952, que segundo o poster no You Tube é a primeira gravação completa deste opus 6. A Orquestra foi criada explicitamente para festejar o tri-centenário do nascimento de Corelli e é dirigida por Dean Eckertsen.
Concerto Nº6 em Fá Maior (Concerto Nº 6 em Fá Maior - Segunda Parte)
I. Adagio
II. Allegro
III. Largo
IV. Vivace
V. Allegro
Mantive a escolha anterior no que diz respeito à interpretação. Escolha é um pouco forte dado que na verdade não encontrei outra interpretação satisfatória esta sendo a melhor mesmo considerando o som "mono" e apenas um dos canais (o esquerdo).
Concerto Nº7 em Ré Maior
I. Vivace - Allegro – Adagio
II. Allegro
III. Adagio
IV. Vivace
V. Allegro
Fabio Biondi dirige o ensemble Europa Galante
Concerto Nº 8 em Sol Menor (Concerto Nº8 Op. 6 em Sol Menor - Parte 2)
I. Vivace – Grave
II. Allegro
III. Adagio – Allegro – Adagio
IV. Vivace
V. Allegro
VI. Pastorale: Largo
Para este concerto escolhi uma gravação do The Brandenburg Consort dirigido por Roy Goodman.
De longe o concerto desta série mais vezes interpretado, este concerto é conhecido pelo seu sub-titulo "fatto per la notte di natale" sendo regularmente interpretado nessa ocasião em todo o mundo. Aliás não só nessa ocasião. É uma peça extraordinária e uma das razões (individualmente a principal) pelas quais este conjunto se encontra na nossa lista de 100 obras. Não há muito mais que possamos dizer quando ouvimos o ultimo andamento, a Pastoral.
Concerto Nº 9 em Fá Maior
I. Preludio: Largo
II. Allemanda: Allegro
III. Corrente: Vivace
IV. Gavotta: Allegro
V. Adagio
VI. Minuetto: Vivace
Southwest German Chamber Orchestra dirigida por Paul Angerer
Com este concerto Corelli abandona a forma Concerti di Chiesa passando a utilizar a forma Concerti de Camara. Notem o nome das danças estilizadas que dão origem aos andamentos II, III, IV e VI. Notem também no entanto que grosso-modo se mantém a alternancia entre andamentos rápidos e lentos e que existem alguns casos em que mesmo dentro da suite o andamento não opta por nenhum tipo de dança, isto para além da introdução (prelúdio) típico desta forma de suite. Na primeira ocorrência de cada um dos tipos de dança coloquei um link para o nosso dicionário de termos musicais (ainda muito incompleto confesso) mas que no diz respeito aos tipos de danças barroco está relativamente bem (prometo-vos a Allemande, o Minuetto e a Corrente para breve).
Concerto Nº 10 em Dó Maior
I. Preludio: Largo
II. Allemanda: Allegro
III. Adagio
IV. Corrente: Vivace
V. Giga: Presto
VI. Minuetto: Vivace
Fabio Biondi dirige o ensemble Europa Galante
Concerto Nº 11 em Si Bemol Maior
I. Preludio: Largo
II. Allemanda: Allegro
III. Adagio
IV. Largo
V. Sarabanda: Largo
VI. Giga: Vivace
Fabio Biondi dirige o ensemble Europa Galante
Concerto Nº 12 em Fá Maior
I. Preludio: Adagio
II. Allegro
III. Adagio
IV. Sarabanda: Vivace
V. Giga: Allegro
Fabio Biondi dirige o ensemble Europa Galante
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