Deve estar a esta hora a acabar o concerto que Bobby McFerrin está a dar na Casa da Música do Porto. Imitando descaradamente a Jonasnuts começo por referir que sou um fã incondicional, admito pois que a minha opinião esteja enviesada.
O concerto que ouvi ontem foi certamente um dos melhores da minha vida e ouvi alguns que me ficaram na alma. Não faço infelizmente uma lista e não tendo blog para registo (até agora) não posso garantir uma ordenação rigorosa. Porém está entre os melhores, disso não tenho dúvida.
Bobby McFerrin começou com três canções fantásticas em que demonstrou toda a sua capacidade enquanto interprete vocal. Ele utiliza as suas cordas vocais verdadeiramente como um instrumento. Os presentes poderão ter reparado a forma metódica como coloca o microfone em diferentes posições consoante o tipo de som que pretende, o controlo absoluto da voz, a gama dinâmica fabulosa desde os "baixos profundos" como ele disse mais tarde quando juntou vários espectadores no palco num coro improvisado até aos agudos mais incríveis sempre afinadissimo sempre com uma batida sensacional sempre sozinho. Mas não parecia. Dizia com o meu filho que parecia estarmos a ouvir uma orquestra inteira, por vezes acreditavamos ouvir duas notas em simultâneo. Diz-nos a física que tal é impossível. É ?
Depois veio o único instrumento em palco sem ser a voz. Uma Guitarra e Pedro Joia. E no fim dessa extraordinária junção da guitarra com a voz começou uma outra forma de magia que só iria terminar com a ultima nota da ultima canção.
Começou a magia com o Avé Maria de Gounod (explicação para a Jonasnuts : Esta composição é composta por dois temas - O que Bobby canta de Bach -um prelúdio de Bach e o que nós cantamos de Gounod) e depois ... depois foi ouvir o Coliseu inteiro ... de arrepiar. Espero que alguém tenha gravado e que um dia nos presenteiem com este espectáculo.
A partir daí não consigo descrever com rigor tudo o que se passou mas essencialmente Bobby McFerrin fez o que quis com o publico do Coliseu. Esteve na plateia, improvisou com espectadores da plateia (sorte deles), teve um coro no palco, improvisou com eles, brincou com a música como só o podem fazer os verdadeiros génios.
Pena como diz Jonasnuts que a sala não seja a ideal para este tipo de espectáculo. Uma Aula Magna maior mais intimista seria (ainda) melhor.
McFerrin está ao nível daqueles que nos tocam bem fundo ... Como ele só Elis, Brel, Vinicius, Piaf que não tive o privilégio de ouvir cantar ao vivo ou de António Carlos Jobin ... que esse sim tive a sorte de ouvir.
A única música que precisa de embalagem é a música de plástico.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Bobby McFerrin
Não, ainda não vou contar o que se passou no Coliseu de Lisboa. Há leitores do Norte que me pediram para não estragar a supresa. Apenas vos vou dizer duas coisas:
1) Afinem as gargantas
2) Nada de hesitações
PS: No blog Jonasnuts um dos que costumo ler regularmente e que claro recomenda-se, pergunta-se se fico surpreendido ao ver um Coliseu inteiro cantar o Avé Maria de Gounod ... Não, surpreendido não fico (agora). Fico emocionado ... Fiquei de boca aberta a primeira vez que vi e ouvi :-)
PPS: Isto estraga um pouco a surpresa, mas esta era prevísivel ...
1) Afinem as gargantas
2) Nada de hesitações
PS: No blog Jonasnuts um dos que costumo ler regularmente e que claro recomenda-se, pergunta-se se fico surpreendido ao ver um Coliseu inteiro cantar o Avé Maria de Gounod ... Não, surpreendido não fico (agora). Fico emocionado ... Fiquei de boca aberta a primeira vez que vi e ouvi :-)
PPS: Isto estraga um pouco a surpresa, mas esta era prevísivel ...
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