Neste post vamos abordar a vida e discografia de Guilhermina Suggia a mais brilhante violoncelista portuguesa de sempre. Este post é a primeira parte deste especial dada a extensão do mesmo.
Guilhermina Suggia foi sem duvida uma das mais brilhantes violoncelistas da sua geração e provavelmente a primeira mulher a conseguir um estatuto de solista neste instrumento. Na época não era tarefa fácil, muito menos em Portugal onde o estatuto da mulher estava longe de ser um de igualdade. Nesse ponto o papel do pai de e de toda a família incluindo a irmã deve ser realçado dado que suportaram e tornaram possível o sonho de Guilhermina Suggia contra todas os estigmas da época que incluí o facto do Violoncelo ser considerado pouco adequado para as mulheres com argumentos que iam da suposta masculinidade do instrumento até à falta de decoro da posição em que se toca o instrumento. Na verdade no principio do século XX acreditem ou não as mulheres eram aconselhadas a colocar as pernas de forma diferente (um pouco como no montar a cavalo).
Porém o génio de Guilhermina Suggia supera em importância todos estes triunfos. Na verdade devemos celebrar muito para além da libertadora, a extraordinária música. É esse o sentido deste post.
Guilhermina Suggia nasceu a 27 de Junho de 1885 no Porto. O seu pai Augusto Jorge de Menim Suggia era Violoncelista profissional, no real Teatro São Carlos professor no conservatório de Lisboa e mais tarde no conservatório do Porto. Guilhermina tinha uma irmã três anos mais velha - Virgínia - notável pianista. O pai de Guilhermina foi naturalmente o seu primeiro professor sendo rapidamente notório o talento de Guilhermina que com a sua irmã rapidamente se tornaram conhecidas no ciclos culturais do Porto.
Em 1896 Guilhermina e a sua irmã estreiam-se no Teatro Gil Vicente no Porto num programa que incluía um andante de Haydn e variações. Depois disso vários outros concertos se seguiram impulsionados pela existência na cidade do Porto de uma forte promoção cultural liderada pelo violinista e maestro Bernardo Valentim Moreira de Sá.
É neste ambiente de efervescência cultural que com o Orfeão Portuense trás à Invicta cidade do Porto os maiores músicos de então que Pablo Casals (sim um dos outros nomes que estavam a votação) é contratado pelo casino de Espinho. O pai de Guilhermina arranja então maneira da menina prodígio então com 13 anos tocar para o já conceituado violoncelista então com 22 anos. Pablo Casals reconheceu de imediato o potencial da jovem tendo-lhe dado várias lições. Não se conhece exactamente o que Casals terá ensinado nessas aulas embora seja provável que tenha mostrado a Suggia as suites para Violoncelo de Bach e que a tenha confrontado com a forma francesa de tocar o Violoncelo mais "livre" do que a escola alemã com a qual Suggia estava habituada.
Em 1901 Guilhermina Suggia passa a fazer parte do Quarteto Moreira de Sá juntamente com o Violinista Bernardo Valentim Moreira de Sá o fundador do quarteto e impulsionador da vida cultural portuense e de quem já falamos, o violinista Henrique Carneira e o violetista Benjamin Gouveia. Este quarteto viria a dar mais de 50 concertos e esteve na base do sucesso de Guilhermina não só pelo que aprendeu mas também pelo facto de terem sido os sucessos destes concertos que levaram o grupo a ser convidado a tocar no Palácio das Necessidades para a Raínha Dona Amélia.
No fim desse concerto a Raínha terá perguntado à jovem Suggia qual o seu maior desejo ao que Guilhermina respondeu "estudar o violoncelo o melhor possível".
O 2º parágrafo está incompleto...e logo na parte que iria ser mais engraçada...
ResponderEliminarTem razão Pianoman, estava cheio de sono e carreguei sem querer em publicar ... Vou já corrigir.
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