Como os mais atentos poderão ter reparado, nas minhas recomendações para o fim de semana tinha falado do Concerto da Orquestra Gulbenkian dirigida pela maestrina Joana Carneiro.
O programa era atractivo com uma peça contemporânea dum compositor português Filipe Pires (1934-) intitulada Playing Ludwig e de que, para variar no que diz respeito a música do nosso tempo até gostei bastante seguido de um dos concertos de piano que prefiro: O Quarto concerto para Piano e Orquestra de Beethoven (Op. 58) . Gostei bastante da parte Orquestral mas do pianista Jean-Bernard Pommier nem por isso. Este pianista tem um currículo inatacável mas não vos sei explicar porquê não me encheu as medidas. Talvez não estivesse virado para Beethoven ontem (é praticamente uma impossibilidade mas ... ). Entendamo-nos, não foi mau, de todo. Foi até bastante bom, talvez fosse apenas uma questão de expectativa, estava à espera de mais.
A segunda parte posso dizer-vos que valeu o Concerto todo. Para mim foi uma das melhores interpretações que ouvi da Orquestra Gulbenkian um Pássaro de Fogo soberbamente dirigido e interpretado. Foi uma meia-hora que me pareceu que tinha passado em 10 min. tal a intensidade dramática que a Orquestra conseguiu transmitir: Absolutamente fantástico. Perguntamo-nos às vezes o que faz um maestro? Para que serve? Serve para fazer com que uma Orquestra se transcenda e consiga transmitir o que ouvi ontem ... Fiquem aqui com o próprio Stravinsky dirigindo o seu Pássaro de Fogo ...