Edward Elgar - Concerto para Violino

O concerto para violino de Elgar também está na nossa lista de 20 concertos preferidos e ainda não tem nenhum voto, o que é uma injustiça dado ser uma obra profundamente romântica embora tardia (foi composta entre 1905 e 1910) e que merece a vossa atenção!

Elgar ele próprio sendo um violinista tinha começado a sua carreira precisamente com peças para violino e orgão mas nunca tinha ousado escrever um concerto para violino até ler uma entrevista do grande violinista Kreisler em que este elogiava muito Elgar e dizia desejar que este escrevesse alguma coisa para violino.

Elgar então escreveu um concerto em que a parte de solista é provavelmente o mais exaustivo compendio de técnica virtuosa de violino. O concerto dura entre 45 e 55 minutos dependendo do tempo escolhido pelo maestro o que é bastante longo para um concerto que opta pela forma clássica de três andamentos.

O concerto foi estreado pelo próprio Kreisler (e o concerto foi-lhe dedicado) com a direcção de Elgar em Londres a 10 de Dezembro de 1910 tendo sido um sucesso estrondoso, um dos ultimos grande sucessos do compositor.

Elgar apreciava bastante enigmas e também neste concerto deixou-nos uma: Pode efectivamente ler-se na página do titulo "Aqui está encerrada el alma de ....." de quem está a alma prisioneira continua-se sem se saber. O que não se pode deixar de ouvir no entanto é precisamente o enorme pulsar emocional da obra.

Elgar tinha dito do seu concerto "É bom. Demasiado emocional mas gosto dele" e é bem verdade. É uma obra que podemos colocar entre Adrian Jack (Radio 3 britânica) coloca entre Brahms pela expressividade da orquestra e Beethoven pelo lirismo cantado pelo violino solista.

Como dissemos os três andamentos são dispostos numa forma clássica, com o primeiro destes andamentos na forma de Sonata.

1. Allegro
2. Andante
3. Allegro molto

Para além da beleza de qualquer um destes andamentos o "Andante" dizia Elgar que gostaria de ver gravado no túmulo. O terceiro andamento contem como principal originalidade uma cadenza final em que o solista recorda os temas do concerto mas contrariamente ao que é normal com acompanhamento de orquestra (excepto numa pequena parte).

Tentei encontrar uma versão por Yehudi Menuhin mas não tendo encontrado aqui fica Nigel Kennedy (temos de nos libertar da imagem para quem não gosta da não convencionalidade) porque este concerto não está nada mal interpretado ! Se encontrarem a versão de Heifetz apesar ser ainda a "mono" não percam. Entretanto oiçam aqui e vejam se não merece o vosso voto !

primeiro movimento (primeira parte)
primeiro movimento (segunda parte)
segundo movimento (primeira parte)
segundo movimento (segunda parte)
terceiro movimento (primeira parte)
terceiro movimento (segunda parte)