Tínhamos deixado Glenn Gould imediatamente após o seu primeiro concerto nos Estados Unidos e a sua primeira gravação neste post.
Na sequência desse concerto e dessa gravação Glenn Gould iria nos nove anos seguintes seguir uma carreira normal de pianista virtuoso até em 1964 retirar-se dessa forma de expressão. Veremos daqui a pouco porquê.
Merecem especiais destaques o regresso ao Massey Hall - Toronto (1956), os dois concertos no Carnegie Hall (1957 e 1959), a tournée na Europa em especial a parte que se desenrolou na Rússia em Moscovo e Leninegrado (1957) - foi dos primeiros ocidentais a fazê-lo depois de se ter iniciado a guerra fria - os seus concertos em Israel, as suas apresentações com os maestros Herbert von Karajan, Josef Krips e Boyd Neel - no festival de Salzburgo onde viria várias vezes nesses nove anos.
Claro que é também referência o famoso concerto com Bernstein de que já falamos aqui e que demonstra bem a forma muito própria como Gould via a sua arte, sem compromissos, com uma interpretação própria das intenções do autor, sem submissão aos canons estabelecidos mas sempre com seriedade.
Merece finalmente referência a primeira apresentação no Canadá do Concerto de Schoenberg (1960). O seu ultimo concerto (recital) ao vivo foi a 10 de Abril de 1964 no Wilshire Ebell Theatre em Los Angeles.
Glenn Gould no auge da sua carreira decidiu suspender as actuações ao vivo. Infelizmente estamos em desacordo profundo no que diz respeito às razões pelas quais terminou a sua carreira enquanto solista e interprete ao vivo. Ele achava que a experiência de audição ideal era na gravação. Pensava que o público ao vivo e o aplauso eram formas pouco fiáveis e que conduziriam rapidamente à descaracterização da arte.