terça-feira, 3 de junho de 2008

Schubert - O quinteto "A Truta" D. 667 em Lá Maior

Hoje de manhã, como aperitivo propus que ouvissem um quarteto fabuloso interpretar o inicio deste quinteto . Agora vamos falar deste quinteto em maior detalhe.

Esta peça em Lá Maior foi composta quando Schubert tinha apenas 22 anos embora tenha sido publicada em 1829 - um ano após a sua morte.

A peça é composta à volta de um conjunto de variações de um Lied anterior de Schubert Op.32 (D.550) e é formada por cinco andamentos. Tal como em muitas das obras de Schubert podemos criticar uma composição pouco perfeita , como uma espécie de esquisso. A esta obra em particular é frequentemente apontado o facto de existir uma fraca coesão entre andamentos e de serem frequentes longas repetições de material temático com pouca ou nenhuma transformação. A composição do quinteto é pouco usual pela presença do contrabaixo tendo permitido a Schubert a exploração de outras sonoridades.

1º Andamento (Allegro vivace) : Este andamento está escrito na forma de sonata. A explicação sobre o significado deste termo está prometida para um destes dias.

2º Andamento (Andante) : Este andamento está construído com base em diálogos entre instrumentos que por várias vezes parecem estar a terminar mas que depois recomeçam transmitindo algum humor (pela repetição do fim anunciado ... )

3º Andamento (Scherzo - Presto) : Este andamento é rápido como o nome indica transmitindo um grande vigor a que se junta um melancólico trio para balancear o andamento.

4º Andamento (Andantino - Allegretto) : Este andamento é baseado em variações sobre a canção de que falámos no início deste post. Cada um dos instrumentos toca a melodia a seu tempo.

5º Andamento (Allegro giusto) : Semelhante na construção ao segundo andamento mas por vezes considerado excessivamente repetitivo (em alguns casos os interpretes optam mesmo por não fazer as repetições marcadas pelo compositor).

Fiquem agora com as partes todas do documentário e da interpretação de que vos falei hoje de manhã.

Dos Factos às Lendas

Hoje tenho uma recomendação diferente na forma da arte da imagem em movimento e peço desculpa, essencialmente para os que vivem na zona de Lisboa. Na verdade gostaria de vos dar a conhecer o ciclo de cinema "Da Lenda aos Factos" cuja concepção repousa num conjunto de filmes baseados em histórias reais mas que pelo transcenderam essa dimensão pela natureza poética da obra cinematográfica, pela interpretação dos actores, pela adaptação da história ou por uma mistura desses vários vectores.

O ciclo inicia-se já no próximo dia 4 de Junho às 21:30 com a exibição do filme My Darling Clementine de John Ford com Henry Fonda entre outros. O preço dos bilhetes é convidativo (€2,5) por isso se quiserem um serão bem passado e sem dúvida diferente façam uma visita à Cinemateca Portuguesa. A sessão será apresentada por João Benard da Costa.

Schubert - A música de câmara

Schubert nas palavras de Liszt foi o músico mais poeta de sempre. Este facto nota-se sem dúvida na obra lírica do compositor mas também na música de câmara, forma a que pessoalmente sou muito mais sensível.

Assim hoje proponho-vos que oiçam o quinteto para piano, violino, viola, violoncelo e contrabaixo: A Truta em Lá Maior.

Hoje porque tenho pouco tempo deixo-vos apenas com a sugestão do documentário fantástico que documenta os ensaios e a interpretação desta peça por um quinteto - nem vou dizer de luxo acho que não seria suficiente - Itzhak Perlman, Daniel Barenboim, Jacqueline Du Pré, Zubin Mehta and Pinchas Zukerman. Vejam a primeira parte aqui.

Oportunidades na Amazon