sexta-feira, 22 de maio de 2009

Faleceu João Bénard da Costa

Quem segue este blog desde quase o seu inicio sabe que apreciava imenso a forma como João Bénard da Costa escrevia sobre música. Sabem-no porque publiquei por exemplo este texto de uma das suas crónicas no Público, precisamente sobre o falecimento de uma grande figura do canto, Teresa Stich Randall.

E porque modestamente este blog tem precisamente o mesmo objectivo de educar o gosto permito-me, salvaguardadas as devidas distâncias de mérito, reproduzir como homenagem uma parte do obituário que o Publico publica hoje sobre um dos seus mais distintos cronistas. Diz-se no Público:

Educar o gosto
Talvez só um crente possa criar êxtase, e foi assim que João Bénard da Costa escreveu sobre o tudo e tanto que sabia em permanente jogo omnívoro — não como um crítico, que sempre disse não ser —, mas como quem amava a arte porque amava a vida. Queria ser arrebatado, saber e deixar de saber.

Acreditava em dar “testemunho do que vai durar contra o que parece que está para durar”. Acreditava em convencer “quem eu quero que goste tanto como eu gosto” e “se possível, goste como eu gosto”. E parecia-lhe perda de tempo escrever sobre o que convictamente não gostava — “o mundo do audiovidual” ou “a arte para o público”, Orozco ou Rivera, cinema inglês género Stephen Frears ou o eixo contemporâneo Hong Kong-Taiwan.


E sabem o quanto gostava de Mozart e de música e quantos poderá ter levado a ouvir com mais atenção os belos sons de uma voz única. Voltando assim ao artigo sobre Teresa Stich Randall , numa reexposição do tema, dizia o título muito apropriadamente: Faleceu-me Teresa Stich Randall. Digo-vos eu agora parafraseando: Morreu-nos João Bénard da Costa.

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