quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Um aniversário, Beethoven e Bernstein

Há cerca de uma semana tinha resolvido que ontem seria o meu ultimo post sobre Mozart. Voltaremos a este compositor para uma espécie de revisão da matéria dada mas hoje vamos começar com Beethoven.

E vamos começar precisamente hoje porque Beethoven é o compositor "preciso" por excelência. E é precisamente hoje porque é hoje o dia de aniversário do meu amigo Miguel ele também fã incondicional de Beethoven.

É a ele que dedico este post, com dois pequenos presentes virtuais. Um texto de Bernstein explicando "precisamente" (e o Miguel como matemático apreciará a definição de música precisa) a razão pela qual prefere Beethoven ... e também o primeiro andamento da sonata em Lá Maior Opus 47 , também chamada de Kreutzer.

Diz Bernstein no seu livro " Muitos, muitos compositores têm conseguido escrever temas espantosos ou fugas muito respeitáveis. Alguns compositores podem orquestrar a escala de Dó Maior deixando-nos, como resultado, uma obra prima ou conseguem as notas de forma que uma inovação harmónica seja obtida. Mas isto é apenas poeira - nada se comparando com esse mágico ingrediente procurado por todos eles: O inexplicável talento para saber qual é a nota mais indicada. Beethoven tinha este condão, a tal ponto que deixa todos os outros para trás, a coxear. Quando ele realmente o conseguiu como na Marcha fúnebre da Eroica - ele criou uma entidade que sempre me pareceu ter sido previamente escrita no Céu e que depois lhe foi simplesmente ditada. [...] Beethoven quebrou todas as regras e compôs obras cuja exactidão é capaz de nos tirar o fôlego. Exactidão - eis a palavra! Quando se sente que qualquer nota que sucede a uma ultima é a única nota possível que deve exactamente ouvir-se nesse instante em relação a esse preciso contexto então há todas as probabilidades de estarmos a ouvir Beethoven." [...]
O nosso homem tem com ele o que há de melhor, algo que vem do Céu, o poder de fazer-nos sentir no final: Há qualquer coisa certa neste mundo. [...] Qualquer coisa em que podemos confiar e que nunca nos deixará desamparados.

Bom agora a sonata tocada por um fabuloso violinista Nathan Milstein ... Feliz aniversário Miguel e fica bem com mais um pouco de Beethoven (são apenas 10:30 :-))

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Mozart - Concerto para Flauta Nº 1 K. 313

Não seria justo privar os fãs de Mozart deste concerto embora cada vez nos apeteça mais passar para o próximo compositor. Porém na verdade não se pode falar de Mozart sem vos dar a conhecer este concerto.

Tanto mais que encontramos no You Tube uma magnifica interpretação de um flautista Jean-Pierre Rampal de que já falamos aqui.

Este concerto, como seria de esperar é escrito na forma "clássica" (lento-rápido-lento - Hei-de repetir isto tantas vezes que irão concerteza fixar a fórmula) em três andamentos:

Allegro maestoso
Adagio ma non troppo
Rondo: Tempo di Menuetto

A peça foi escrita em 1778 encomendada pelo flautista Holandês Ferdinand De Jean.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Oscar e a Sra. Côr de Rosa

Lamento mas hoje não consigo escrever sobre música. Acabei de vir do teatro D. Maria II onde assisti à peça Oscar e a Sra. Côr de Rosa. É uma peça demasiado intensa para conseguir agora falar-vos de outras emoções que não sejam as que acabei de sentir.

Não vos vou contar a história. Aliás a bem dizer a história é simples. Trata-se da história de um menino de 10 anos que vai morrer com cancro e que encontra numa voluntária a sua amiga e confidente. Uma extraordinária (absolutamente inspiradora) lição de vida e de certa forma de fé. Digo de certa forma porque a peça está escrita de modo a não impor nenhum dogma. Tudo o que se passa é susceptível de uma interpretação simplesmente espiritual, não forçosamente religiosa.

No que diz respeito à interpretação da actriz Lídia Franco (a peça é um longo monólogo em que finge ser Oscar e imita as várias personagens que com ele interagem) não há palavras. Não há mesmo ...

Poucas vezes farei uma recomendação tão enfática como esta: Não percam. Absolutamente não percam! Como em alguns produtos coloco o seguinte aviso: Atenção! Esta peça pode mudar a sua vida.

Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa
Sala Estúdio
17 de Jan a 30 de Mar 2008
3ª a SÁB. 21H45 DOM. 16H15

Segundo a actriz numa entrevista que consta do dossier de apoio que podem também encontrar no site do D. Maria II esta peça fará uma tournée pelo país pelo que os que nos lêem fora de Lisboa não desesperem. Esta peça também já conheceu edições no Brasil pelo que os nossos leitores brasileiros também encontrarão concerteza o livro editado (confesso que não sei qual a editora no país irmão, se alguém souber que diga para colocar aqui essa informação adicional, assim como representações da peça no Brasil).

Depois da carreira no Teatro Nacional, o espectáculo fará digressão pelo país.
Foi, desde início, uma preocupação minha. Precisava de um texto que não oferecesse
grandes dificuldades de montagem, que pudesse ser feito em qualquer lado. Este monólogo,
que tem uma cenografia muito simples, vai-me permitir fazer "tournée" - que era
reclamação que eu ouvia há muito tempo. As pessoas queixavam-se de não me poderem
vir ver a Lisboa, por razões várias. Vamos levar o teatro de encontro ao público.
(Lídia Franco)

Quem preferir pode adquirir o livro ...

Oscar e a Sra. Cor de Rosa
ERIC-EMMANUEL SCHMITT
Editor: AMBAR
ISBN: 9789724308166
Ano de Edição/ Reimpressão: 2007
(dados retirados do site Weboom)


Do site do Teatro D. Maria II retirei ainda estas informações complementares:

"Óscar e a Sra Cor-de-Rosa" é um hino à vida e ao ser humano. Mostra-nos a amizade total entre uma criança com leucemia e a Senhora cor-de-rosa (voluntária na área da pediatria do Hospital), que todos os dias o visita. Entre os dois estabelece-se um jogo: "Cada dia equivale a dez anos". Deste modo o menino passa a ter a sensação de que avança no tempo e de que aproveita a vida nas suas diferentes idades. Ele morre com mais de cem anos, ou seja, daí a alguns dias, com uma vida plena de emoções e alegrias. Nessa "longa" vida que o menino passa a ter, ele reinventa o Mundo sob a maravilhosa cor de fantasia, desafiando a morte com um olhar divertido sobre o Universo dos adultos e das outras crianças doentes que o rodeiam no Hospital. Desta vida maravilhosa ficou o testemunho através de cartas que o menino escrevia todos os dias a Deus.

encenação MARCIA HAUFRECHT
assistência de encenação SÓNIA NEVES
cenário | figurinos ANA VAZ
desenho de luz JOSÉ CARLOS NASCIMENTO
voz | elocução MARIA JOÃO SERRÃO
COM
LÍDIA FRANCO

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Mozart - Concerto para Clarinete K. 622

Esta composição é considerada uma das obras primas de Mozart. Escrita em 1791 para o Clarinetista Anton Stadler foi a ultima obra orquestral composta por Mozart (cerca de 6 meses antes da sua morte). O concerto segue a forma tradicional (andamento rápido - andamento lento - andamento rápido): Allegro, Adagio, Rondo: Allegro.

De notar que este concerto foi originalmente escrito para um Clarinete especial que o próprio Stadler teria inventado e que permitia tocar notas mais graves do que um clarinete normal (segundo a enciclopédia Grove Music). Durante muito tempo este facto não era conhecido dado que na altura o editor resolveu publicar uma versão com essas notas transpostas para a gama dos Clarinetes normais.

Recentemente vários estudiosos recuperaram a versão original construindo instrumentos especificos para a execução desta peça incluindo David Shifrin e a Mostly Mozart Orchestra de que vos propomos o segundo andamento que é de uma beleza insuperável. Aliás diga-se que esta composição, no que diz respeito a instrumentos de sopro, é das minhas preferidas e segundo várias sondagens uma das peças mais apreciadas não só de Mozart mas de todos os compositores clássicos.

Transmite uma paz absoluta ... Fiquem bem com Mozart.

Segundo Andamento - Adagio (David Shifrin e a Mostly Mozart Orchestra)

Aniversário de Mozart foi ontem.

Já foi ontem mas sinceramente não tive tempo de escrever nada que me agradasse. Ficou assim para hoje o post de celebração. Mozart faria hoje 252 anos mas a sua música continua actual como sempre. Nas palavras do blog nosso amigo Eine kleine Nachtmusik

Fuiste mortal como el que más, pero en tu sangre había algo de Icor, o es decir, música. Por ello sigues entre nosotros y te seguimos festejando!

Zum Geburtstag viel Glück,
liebe Mozart!

Audição dos Violinhos em Queluz - 27.01.2007

Para quem não pode ir ver e a título de convite para uma futura ocasião aqui fica um vídeo de um dos artistas que durante cerca de uma hora nos entreteram com a sua música. Selecção concretizada a partir de um critério puramente "parental" como foi explicado em anterior post.
A peça tocada é o terceiro andamento do 23º concerto para violino e orquestra de Viotti, compositor e violinista Italiano do período clássico que terá influênciado Beethoven (neste caso ouvirão uma adaptação para Violino e Piano).

Viotti escreveu 29 concertos para violino que dizem as más linguas - todos muito semelhantes. Viotti era no entanto um instrumentista notável e as suas peças contêm secções tecnicamente bastante dificeis. Neste caso poderão certamente ouvir alguns desacertos, próprios de uma audição de uma escola e alguns sons exteriores ao concerto assim como algumas passagens em frente da "camara" do realizador pelas quais peço desde já desculpa.

Aliás o pior mesmo do filme é a qualidade do mesmo tanto em imagem como em som. Tenho mesmo de comprar camera de video (bom isto agora está mesmo parecido com um "verdadeiro" blog, descansem que as notas pessoais ficarão por aqui).


domingo, 27 de janeiro de 2008

Mozart - Exsultate, jubilate, K. 165 e Ave verum corpus, K. 618

Continuando hoje as obras de Mozart - Animem-se os fãs de Beethoven estamos perto de começar a falar da obra deste compositor - hoje vamos falar de duas composições de música sacra absolutamente fantásticas e de natureza muito diferente. Na verdade hoje ainda farei um segundo post para vos falar um pouco do concerto a que fui assistir em Queluz mas aí admito será na qualidade de pai babado ...

Exsultate, jubilate, K. 165

Este motet é dividido em três partes Allegro, Andante, Allegro tendo sido escrito para o castrati Venanzio Rauzzini. Hoje em dia é cantado normalmente por uma soprano. Neste caso tentando de certa forma esconjurar o meu desgosto por não a poder ir ver à Gulbenkian escolhi Cecilia Bartoli na interpretação que podem ouvir e ver aqui.

Ave verum corpus, K. 618

A outra das obras de Mozart de que vamos falar hoje tem um carácter muito mais introspectivo do que a anterior. Composto apenas seis meses antes da sua morte foi escrito para Anton Stoll um amigo comum de Mozart e Haydn responsável musical na paróquia de Baden perto de Viena. Para ilustrar esta composição escolhemos uma interpretação do Coro de Rapazes de Viena que poderão ver aqui.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Mozart - Sinfonia "Jupiter" - K 551

Como prometido o post deste Sábado é sobre a ultima Sinfonia de Mozart a K. 551 também chamada Júpiter. Não se sabe ao certo se esta terá sido alguma vez interpretada durante a vida do Compositor. Foi composta em 1788 sendo a ultima de um sequência de três concebidas num curtíssimo espaço de tempo (mais concretamente no Verão desse ano).

Esta sinfonia em Dó Maior é composta por 4 andamentos como era tradicional no período clássico (incluindo um minueto como terceiro andamento).

Allegro vivace
Andante cantabile
Menuetto: Allegretto - Trio
Molto allegro

Para ilustrar esta sinfonia tinha a alternativa entre repetir Karl Bohm e mostrar-vos uma outra orquestra (a English Chamber Orchestra) conduzida por Jeffrey Tate. Pela qualidade da regência provavelmente escolheria o primeiro mas tendo em conta que o meu objectivo também é dar-vos a conhecer interpretes, compositores e maestros que eventualmente não conheçam vamos optar pelo último.

Chamamos em especial a vossa atenção para o ultimo andamento desta composição que segundo alguns musicólogos representam o culminar das capacidades de orquestração de Mozart.

Allegro Vivace - Primeiro Andamento (Primeira Parte)
Allegro Vivace - Primeiro Andamento (Segunda Parte)
Andante - Segundo Andamento
Menuetto: Allegretto - Trio - Terceiro Andamento
Molto allegro - Quarto Andamento

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

De volta a Mozart - Sinfonia Praga - K 504

Depois das recomendações de ontem hoje voltamos a Mozart. E voltamos para falar das suas sinfonias. Neste tipo de obras há duas composições que me agradam particularmente. A Sinfonia K. 504 também chamada "Praga" dado que embora tenha sido estreada em Viena foi na realidade composta pensando em Praga e no povo da Boémia (de certa forma este nome é uma homenagem à cidade onde Mozart foi melhor recebido) e a Sinfonia K. 551 "Júpiter" em particular o ultimo andamento. Iremos hoje falar da primeira guardando a segunda para amanhã.

A Sinfonia "Praga" em Ré Maior foi composta em 1786 sendo constituída por três andamentos.

1. Adagio—Allegro (Ré Maior)
2. Andante (Sol Maior)
3. Presto (Ré Maior)

O Primeiro andamento adopta a forma de sonata sendo precedido por um adágio que serve de introdução. No segundo andamento em Sol Maior Mozart também opta por uma forma de sonata. No andamento final (Presto) Mozart retorna ao Ré Maior.

Para ilustrar esta sinfonia escolhemos uma interpretação do grande Maestro Alemão Karl Bohm.

Início do primeiro andamento
Fim do primeiro andamento (Allegro)
Segundo andamento
Terceiro andamento

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Recomendações da Quinta 24 de Janeiro de 2008

Bem hoje só mesmo tecnicamente é que ainda é Quinta-Feira. Estou a começar isto às 23:45 por isso já só devo terminar na Sexta-Feira de madrugada. Enfim a verdadeira tradição será blogar a estas horas menos próprias (mais adequadas para dormir), ou será precisamente o contrário ?

Vamos começar pelo Algarve onde poderá ouvir Josué Nunes num recital de guitarra na Igreja da Misericórdia (Tavira), Sábado dia 26-01-2008 às 18h00. Não tenho informação sobre preços ou programa mas admito que seja entrada livre. Como de costume se por acaso alguém souber diga.

Para a zona de Lisboa temos duas recomendações. No Sábado não percam na Gulbenkian a oportunidade de ouvirem e verem a maestrina Joana Carneiro a dirigir a Orquestra Gulbenkian. Com o atractivo adicional de serem interpretadas obras de jovens compositores portugueses. As entradas são livres sujeitas à lotação da sala (terá de levantar um ingresso na bilheteira pelo que percebi mas será melhor confirmar). O programa completo do concerto no Sábado às 19h no grande auditório inclui Arnold Schönberg (Sinfonia de Câmara Nº 1, op.9), Carlos Miguel Marques (Peça para Eça / Narrativa para Orquestra), Sílvia Mendonça (Pictures of Green) e Nuno Miguel Henriques (Um sonho em que nada vejo... para orquestra).

Ainda na zona de Lisboa poderão ouvir os Violinhos em recital no Palácio de Queluz na lindissima sala do Trono no Domingo pelas 15h. Trata-se de um recital pelo que poderão neste caso ouvir interpretações individuais acompanhadas ao piano. A não perder para quem gosta de violino e para quem gosta de observar o bom trabalho de ensino que se faz. Obviamente estarei lá :-) . Eventualmente conseguirei postar aqui o programa amanhã Sexta-Feira. A entrada é livre.

Mais para o Norte, em Alcains para ser exacto, recomendamos a partir do texto de um dos nossos blogs de referência a inauguração do FOLEFEST 2008. Diz-se no blog FOLEFEST:

É já no próximo dia 26 de Janeiro, pelas 16 horas, que vamos inaugurar a programação do FOLEFEST 2008, com uma dupla apresentação, em Alcains, no Museu do Canteiro. Trata-se do "A Natureza das Paisagens - viagem ao interior", fotografias de Pedro Martins (ao alto, uma das fotos em exposição) e a outra, "Os Mundos do Acordeão", na sua edição de 2007, pelos fotógrafos Rúben Borralho e José Miguel Jacinto.

Estão todos convidados para assistir a esta inauguração que será precedida de um concerto no qual o acordeão tem uma palavra importante.

Portanto já sabem, se vivem na zona saiam do sofá e não deixem de experimentar.

Finalmente no Porto continuamos com sugestões de actuações dos mais jovens e assim sugerimos uma manhã de Domingo diferente. Poderá ouvir o Coro Infantil Círculo Portuense de Ópera com direcção de Palmira Troufa na Casa da Música do Porto às 12h00. Entrada: €5,00. Reservas: 220120220.

Por hoje é tudo que o sono já aperta ...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Mozart - Concerto para dois pianos - K. 365

Dos muitos concertos que Mozart escreveu para piano um deles é não para um mas para dois pianos. Desta vez o critério para falarmos deste concerto é essencialmente baseado no facto destes concertos serem relativamente raros.

Confesso que acabei por ficar completamente convencido que esta seria uma excelente escolha quando descobri que no You Tube havia uma interpretação destes concerto por dois pianistas fabulosos: Keith Jarret e Chick Corea.

O Concerto está organizado segundo a tradicional sequência de andamentos : Rápido-Lento-Rápido:

1. Allegro
2. Andante
3. Rondo: Allegro

O concerto nº 10 em Mi menor foi composto em 1779 mesmo antes de Mozart deixar Salzburgo para ir para Viena. Foi escrito para ser tocado por Mozart e a sua irmã mais velha "Nannerl". Se por natureza um concerto para dois pianos se diferencia de um concerto para um único instrumento pelo facto de existir um diálogo entre os dois solistas, neste caso particular este diálogo é sem duvida reforçado pelo facto de ter sido composto com esta intenção específica. Como que uma última e longa conversa antes da separação.

Fiquem agora com o primeiro andamento pelos dois magníficos pianistas que referi Notem que vêem de outras áreas como alguns de vocês talvez saibam mas não deixam os seus créditos por mão alheias. é uma interpretação diferente das habituais mas este concerto também é ele mesmo diferente !

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Mozart - Concertos para Piano - K. 491

Ontem ao referir a obra de Mozart no que diz respeito aos concertos para Piano não nos lembramos de referir porventura o mais importante: É que se no que diz respeito aos concertos para Violino Mozart "limitou-se" a tornar perfeito o modelo barroco no caso do piano Mozart inventou uma nova forma musical.

Tendo ontem gasto o meu "Ás" fico hoje com o problema da escolha de novo em aberto. Vou procurar refúgio não no gosto pessoal mas no saber dos especialistas que consideram a minha escolha de hoje, o Concerto para Piano nº 24 (K. 491) uma das obras primas de Mozart.

Deixo-vos assim hoje com um extracto de um notável pianista Wilhelm Kempff.

Actualização (15.04.2009): Tinha deixado, porque entretanto este vídeo foi retirado do You Tube por violação de utilização.

André Previn em vez de Kempff ... ficaram a perder um bocadito mas não muito.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Mozart e os Concertos para Piano

Se no caso dos concertos para violino a obra de Mozart se concentra em cinco concertos escritos todos praticamente no mesmo ano no caso do Piano os seus concertos espalharam-se ao longo de toda a sua carreira de compositor.

São exactamente 27 concertos o que nos deixa obviamente embaraço da escolha de saber por onde começar. Não havendo melhor critério vou como sempre iniciar este percurso pelo meu concerto preferido.

O Concerto Nº 21 em dó maior é composto por três andamentos

1. Allegro maestoso
2. Andante in F major
3. Allegro vivace assai

Para ilustrar esta maravilha vou vos deixar com o segundo andamento interpretado por Daniel Barenboim e a Filarmónica de Berlim.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Mozart - Música Sacra - O Requiem (K. 626)

Esta é uma das obras mais discutidas e analisadas de Mozart. Por várias razões todas elas válidas. Em primeiríssimo lugar pela sua indiscutível qualidade. Em segundo lugar por ter sido a ultima obra do compositor e finalmente pelo interminável debate sobre quem a terá terminado e em que medida essa finalização teria sido "ditada" ou instruída por Mozart.

Isto sem falar claro do facto desta obra ter sido encomendada em segredo (um segredo mal guardado mas não obstante um segredo) e de existirem muitos historiadores que consideram que Mozart estaria ciente da sua morte eminente. O Requiem seria assim para ele e não para a esposa do conde Walsegg-Stuppach que terá encomendado a obra. No entanto segundo a enciclopédia Grove Music esta interpretação é pouco plausível tendo em conta algumas cartas existentes datando do período de composição do Requiem que pelo seu tom não fundamentam esta teoria.

O que é bom de compreender é que o Requiem é infelizmente na sua essência uma obra inacabada. Dizemos infelizmente porque o que se conhece e é originalmente de Mozart fazia prever uma obra absolutamente notável. O Requiem está dividido em 14 ou 15 andamentos (a diferença situa-se no ultimo Comunhão que por vez é dividido em dois). A verde colocamos o que é certamente e totalmente de Mozart, em vários tons de laranja o que sendo de Mozart em parte está incompleto (faltam vozes ou faltam compassos) e a vermelho o que foi completado a seguir à morte de Mozart sem que exista certeza do que realmente Mozart tenha feito (esta história vamos contá-la num post à parte ... ).
  • Introitus (Requiem aeternam)
  • Kyrie (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
  • Sequence
    • Dies irae (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
    • Tuba mirum (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
    • Rex tremendae (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
    • Recordare (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
    • Confutatis (apenas as partes vocais e o baixo continuo)
    • Lacrimosa (apenas os oito primeiros compassos)
  • Offertory
    • Domine Jesu Christe (apenas as partes vocais e o baixo continuo e algumas partes instrumentais mais relevantes)
    • Hostias (apenas as partes vocais e o baixo continuo e algumas partes instrumentais mais relevantes)
  • Sanctus (Composto por Sussmayr sem aparentes indicações de Mozart)
  • Benedictus (Composto por Sussmayr sem aparentes indicações de Mozart)
  • Agnus Dei (Composto por Sussmayr mas aqui existem razões que levam a crer que existiam esboços de Mozart.
  • Communion (Lux aeterna) - Reutilização de materiais ajustados por Sussmayr. Pode ou não ter sido indicado por Mozart.
Agora que estamos conscientes do grau de finalização desta composição podemos ouvir em primeiro lugar o que sabemos ser de Mozart.

Para que possam escolher a vossa interpretação preferida escolhi quatro versões diferentes, todas elas conduzidas por maestros excepcionais (admito que há batota num deles porque as solistas são ... bem vão ver ... ). A minha preferida é a segunda pese a minha absoluta paixão por Bernstein neste caso tenho de dar o braço a torcer.

Primeira versão : Direcção de Claudio Abbado (1999) . Interpretação em memória de Karajan na Catedral de Salzburgo com a Filarmonica de Berlim e o Coro da Rádio da Suécia.



Segunda versão: Direcção de Georg Solti com a Filarmónica de Viena e coro de Viena. Catedral de S. Estevão a 5 de dezembro de 1991 por ocasião do 200º aniversário do falecimento do compositor. Os solistas eram Arleen Auger (Soprano), Cecilia Bartoli (Mezo), Vinson (Cole Tenor)
Rene Pape (Bass).



A terceira versão também com a Filarmonica de Viena mas agora dirigida por Karl Bohm e com outros solistas.



Finalmente a quarta versão , infelizmente para que a comparação fosse real teria de ser da mesma parte mas não encontrei ... por isso aqui fica um pouco do Dies Irae conduzido por Bernstein.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Mozart - A música Sacra (K 427)

Esta missa em Dó menor é considerada uma principais composições de Mozart e é sem duvida a sua missa mais vezes executada. Composta ente 1782 e 1783 esta missa contrariamente a praticamente todos os trabalhos de Mozart deste género não foi encomendada ou seja Mozart escreveu-a para seu próprio prazer.

A missa segue como é claro a estrutura normal sendo que no entanto algumas partes estão incompletas. Concretamente falta todo o Agnus Dei e o Credo está incompleto. Não obstante como disse é uma das obras mais executadas de Mozart.

Para ilustrar esta magnifica obra escolhemos uma interpretação do Laudamus Te com o coro e orquestra da Rádio Bávara dirigida por Leonard Bernstein. A solista é Frederica von Stade.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Mozart - A música Sacra

Também neste género Mozart concebeu algumas das obras de arte mais belas da história da música.

Começamos esta parte da viagem pela Missa em Dó Maior (K. 317) também chamada de Missa da Coroação por ter sido utilizada na coroação do imperador Leopold II da Aústria em Agosto de 1791.

Como muitas das missas de Mozart esta é uma "missa breve" (por oposição às missas solenes). A estrutura da missa é a seguinte:

1. Kyrie
2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Benedictus
6. Agnus Dei

Para ilustrar esta obra escolhemos uma interpretação do coro de rapazes de Viena e a orquestra sinfónica da rádio de Viena num concerto realizado em 2006 por ocasião da celebração do aniversário de Mozart.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Recomendações da Quinta outra vez à Quinta !

Voltamos a conseguir fazer as recomendações no dia em que é suposto. Já está perto de se tornar uma tradição.

Começamos pelo sul do país no Algarve onde poderá ouvir a Orquestra do Algarve que acompanha Arthur Ornée (Violino) na Igreja do Carmo (Tavira) dia 18 (sexta-Feira) às 21:30. Programa composto por obras de Cláudio Carneiro, Mozart e Schubert.

Em Lisboa como estamos a falar de Mozart não poderíamos deixar de falar da interpretação da Missa da Coroação pelo coro do Instituto Gregoriano de Lisboa. É no Sábado dia 19 às 21:30 na Sé Patriarcal. No orgão estará António Esteireiro. Direcção: Armando Possante.

No Porto mais ou menos à hora de Almoço - uma boa maneira de começar o fim de semana (isto é às 12h) na Casa da Música poderão ouvir um recital de piano pelo jovem pianista Pedro Pereira.

Finalmente tudo ao norte, em Vila Real o Quarteto em Si actuará no Teatro de Vila Real às 16h também no dia 19 Sábado. Pela descrição do programa e do modo de actuar do o grupo será sem dúvida um concerto diferente.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Beethoven e Schubert na Gulbenkian

Bem eu avisei que hoje ia ser uma surpresa. O que eu não sabia era que ia ser uma surpresa mesmo para mim ...

Pois foi. À ultima da hora decidi ir ver o concerto na Gulbenkian com Orquestra de Câmara da Europa dirigida por Douglas Boyd. Comprei os lugares pela net e lá fui ouvir Beethoven (Concerto para Violino, em Ré menor, op.61) e pensava eu a violinista ELISABETH BATIASHVILI. Por doença (muito adoecem os músicos - tendo a acreditar que há epidemias especificas na profissão) substituíram a solista por VALERIY SOKOLOV. Não me queixo da qualidade do interprete (que é excelente) mas por azar já o tinha ouvido exactamente na mesma interpretação o ano passado. Só mudou a orquestra e o maestro. Apesar disso gostei. Embora esta não seja uma das minhas peças preferidas o terceiro andamento é uma daquelas melodias que nos ficam na cabeça. Senão, cumprindo a tradição de vos mostrar o que ouvi ao vivo, embora em outras interpretações oiçam uma interpretação fabulosa de Mutter (para quem está habituado a vê-la agora vai ter uma surpresa ao ver uma menina de 20 anitos mais coisa menos coisa) com a Filarmónica de Berlim fabulosamente dirigida por Karajan.



A segunda parte foi preenchida com a 9ª Sinfonia de Schubert. Mais uma vez um compositor e uma obra que também não são daquelas que à partida me deixam extasiado. Devo no entanto confessar que gostei muito. Fará certamente com que oiça com mais atenção a obra sinfónica deste compositor. Também encontrei no You Tube uma excelente interpretação da Filarmónica de Viena dirigida por Karl Bohm.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Mozart - Quarto Concerto para Violino K. 218

Como prometido hoje iremos abordar o quarto concerto para violino de Mozart terminando assim o ciclo dos cinco concertos para Violino solo compostos durante o ano de 1775.

Esta obra K.218 tem tal como as restantes quatro uma estrutura clássica em três andamentos (rápido-lento-rápido):

1. Allegro-Sonata Form
2. Andante cantabile
3. Rondeau (Andante grazioso - Allegro ma non troppo)

Vamos também aproveitar esta oportunidade para vos introduzir dois grandes violinistas ambos franceses (não a minha costela francesa não tem nada a ver com esta escolha - não sou dos que canto cocorico a todas as ocasiões), mas neste caso estas interpretações que seleccionei são mesmo as melhores disponíveis e ainda por cima são de instrumentistas já desaparecidos, um deles em circunstâncias trágicas como iremos mais tarde ver.

Em primeiro lugar gostava que ouvissem o primeiro andamento interpretado por Christian Ferras (1933-1972). A pedido do poster do video no You Tube não é possível embeber o vídeo no post por isso terão de clicar aqui para ver o dito.

Para o segundo e terceiro andamentos propomos a interpretação de Zino Francescatti (1902-1991).

Segundo Andamento


Terceiro Andamento


Pessoalmente tenho de vos confessar que esta é uma das peças de Mozart de que mais gosto ... Para amanhã ainda não sei se vamos continuar com a música instrumental ou se vamos voltar ao canto ... Será uma surpresa até para mim !

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Mozart - Segundo Concerto para Violino K. 211

Depois dos ímpares passamos aos pares ... 3,5,1 e agora o 2. Não vale a pena começarem a procurar aqui qualquer código porque não há nenhum. Garanto-vos, tal como posso já adiantar que amanhã vamos ouvir o quarto concerto.

Para ilustrar este segundo concerto que claro também segue a forma clássica de três andamentos rápido-lento-rápido escolhemos um dos grandes violinistas da actualidade Maxim Vengerov. Vengerov é um daqueles para quem hesitamos se devemos ainda utilizar a palavra jovem (tem 32 anos). Podem saber mais sobre este violinista no seu site oficial.

Como dissemos o segundo concerto K. 211 em Ré Maior (a propósito como nos relembra a Wikipedia o nosso senhor K. faria hoje anos Ludwig Ritter von Köchel nasceu a 14 de Janeiro de 1800) tem três andamentos:
  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Rondeau, Allegro
Os restantes dois andamentos deste concerto também podem ser encontrados no You Tube por este mesmo interprete aqui (segundo) e aqui (terceiro).

Espectáculo gravado nas BBC Proms 2006 no Royal Albert Hall em Londres.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Mozart - Primeiro Concerto para Violino - K. 207

Depois de ontem termos ouvido o quinto concerto para violino de Mozart hoje só poderíamos falar do primeiro. De vez em quando sabem bem uns pulos!

Este concerto segue a forma tradicional um andamento rápido, seguido de um andamento lento para se terminar de novo com um andamento rápido.
  1. Allegro Moderato
  2. Adagio
  3. Presto
A interpretação que escolhemos hoje é de um violinista alemão Ulf Hoelscher com uma pequena orquestra que tem a particularidade de ser constituída unicamente por mulheres. Pode saber mais sobre este violinista consultando o seu site oficial aqui.



Os dois restantes andamentos deste magnifico concerto podem também ser encontrados no You Tube. O segundo andamento aqui e o terceiro aqui.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Os concertos para Violino de Mozart

O concerto de que vos mostramos ontem uma interpretação de Giles Apap é um dos cinco concertos para Violino que Mozart compôs. Existem dois outros concertos originalmente atribuídos a Mozart K. 268 e K. 271a que se pensa hoje não terem sido escritos por ele (pelo menos na totalidade).

Estes cinco concertos (o de ontem é o terceiro) foram todos escritos em 1775 e constituem o único período em que Mozart se interessou por este género. Uma explicação possível é que este tipo de composição era aquele em que Mozart sentia que menos poderia inovar tendo por isso preferido concentrar-se em outros tipos de composições. Na realidade o movimento clássico pouco tinha modificado o estilo concertante aperfeiçoado por Vivaldi.

Uma outra explicação possível, defendida pelos mais fieis Mozartianos passe a expressão é que o quinto concerto é de tal forma perfeito que Mozart considerou que não havia mais nada que pudesse melhorar ou inventar.

Já que estamos a falar desse quinto concerto é desse que hoje vos iremos mostrar um extracto tocado por uma outra jovem violinista holandesa Janine Jansen (podem consultar o seu site oficial aqui ).

Este concerto tem uma estrutura tradicional em três andamentos:
  1. Allegro Aperto - Adagio - Allegro Aperto
  2. Adagio
  3. Rondo - Tempo di Minuetto
O terceiro andamento contém passagens de "música turca" pelo que este concerto é por vezes chamado de "Turco".

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Concertos para Violino e uma antecipação

Hoje vamos começar a falar dos concertos para violino de Mozart. Vamos iniciar por vos mostrar um violinista françês Giles Apap que se caracteriza ... bem vão ver no vídeo.



Fiquem hoje também com uma sugestão de um dos nossos blogs da vizinhança que nos recomenda uma forma diferente de ouvir o Kyrie da Grande Missa em Dó Menor. Visitem o Flautista aqui.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

As recomendações de Quinta-Feira (à quinta mais uma vez :-))

Parece que estamos a conseguir embora por pouco mais de 50 minutos manter a tradição de fazer este post quinta-feira à noite.

Começando pelo Alentejo em Almodôvar na Igreja Matriz de Santo Ildefonso no dia 12 (Sábado) às 21h00. Integrado no 4º Festival Terras sem Sombra - Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo. Poderão ouvir: Oriente e Ocidente: As Devoções Populares na Música Judaica, Árabe e Cristã» - Ensemble Hispânia Entrada: Entrada Livre
Reservas/Informações: 284320918.

Em Lisboa volto a sugerir-vos teatro, vejam este post de ontem. Quanto à música a minha sugestão vai para Cascais onde poderão ouvir a OCCO no dia 12 (Sábado) às 18h no Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria «Serenata de Guitarra» pelos Solistas da OCCO, Ricardo Mendes e Francesco Luciani.

No Porto no Domingo (dia 13) às 12h. Recital de órgão de Jonathan Ayerst na Casa da Música do Porto. A entrada é livre. Reservas/Informações: 220120220

Hoje inauguramos as recomendações para os Açores. Assim às 21:30 de Sábado (dia 12)
«Concerto no Salão Nobre» no Teatro Micaelense - Centro Cultural e de Congressos. Entrada: EUR 7,50. Reservas/Informações : 296308340 / 296308350

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Mozart - Mais uma obra de piano solo e uma explicação

Hoje vamos continuar com as obras de Mozart para piano solo. Desta vez vamos falar da outra peça que Mozart escreveu numa tonalidade menor no caso Dó.

Esta peça é a K.457 também em três andamentos:

I. Molto allegro
II. Adagio
III. Allegro assai

Esta peça foi publicada juntamente com uma Fantasia também em Dó menor (K.475). Embora não se saiba ao certo se Mozart pretendia que isto fosse assim as duas peças são muitas vezes incluídas em conjunto em programas de concertos, sendo a fantasia pela sua natureza menos "formal" tocada antes da Sonata como uma espécie de introdução.

Para a sua interpretação escolhemos um pianista que embora não seja um especialista de Mozart não deixa de ter aqui uma belíssima interpretação: Aldo Ciccolini um grande pianista francês de ascendência Italiana e professor exímio de toda uma geração de novos pianistas entre os quais Artur Pizzaro que pudemos ver recentemente entre nós.



Quanto à explicação prometida para os números e letras com que às vezes vos procuramos confundir. São simplesmente referências para as obras. Estas referências foram compiladas por musicólogos diferentes, no caso de Mozart por Ludwig von Köchel . Assim K.210 significa que se trata da obra nº210 da lista de Köchel. Nada de muito complicado. Poderão perguntar mas então porque razão também temos por vezes a designação "Opus". Por exemplo neste caso "Opus 11" é o que poderia estar escrito num programa de concerto. Este nome/número diz respeito à data de publicação , neste caso Opus 11 refere-se às duas obras K457 e K475 que foram publicadas em conjunto.

Já agora a titulo de curiosidade este catálogo foi revisto várias vezes mas uma delas por uma pessoa que não esperávamos ver nesta função: Albert Einstein !

A primeira proposta da Semana - É teatro!


Uma das peças que marcou muito a minha adolescência foi sem dúvida "En Attendant Godot". Agora proponho-vos: GODOT NOS INFERNOS
no Instituto Franco-Portugais de 11 de Janeiro a 10 de Fevereiro. Sextas e Sábados 21h30 (dia 18 de Janeiro não há espectáculo) e Domingos 17h00 ( apenas dias 20 de Janeiro e 10 de Fevereiro). Preço: 6,50 euros (Desconto de Pin Cultura, Maiores de 65 anos, estudantes, profissionais do teatro e grupos +10: 5,50euros). Informações e reservas:966419650 \ hipocritas@gmail.com

Texto, Adaptação e Encenação: Alexandre Borges

O texto é baseado em: "Huis Clos" de Jean-Paul Sartre e "À Espera de Godot" de Samuel Beckett
Elenco: Ana Chambel l Filipa Pais de Sousa l Manuel Barbosa l Miguel Pires Ramos l Selma Totta l Sara Totta l Sheila Totta l Sofia Ribeiro l Ricardo Lérias
Cenografia: Filipa Ribeiro da Silva

Uma peça em que intervêm como actor um dos bloguistas da nossa vizinhança. Para saberem muito mais sobre a peça, os ensaios, a impaciência da estreia não hesitem e apontem o vosso browser para Aqui. Vale a pena a visita e ficarão, como eu, com vontade de ir ver a peça.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Mozart - Obras para piano solo - K.310

Hoje apeteceu-me, talvez devido ao adiantado da hora mudar um pouco de registo. Por outro lado já não ouvimos piano solo há muito tempo. Assim e porque também ainda não tinha coberto esta parte das obras de Mozart vamos hoje ouvir uma das suas peças para piano.

Trata-se da K.310 em Lá menor composta em Paris no verão de 1778. É uma peça em três andamentos:


  1. Allegro maestoso
  2. Andante cantabile con espressione
  3. Presto

Os extractos que vos vou mostrar introduzem-nos também dois pianistas de eleição. O primeiro andamento é tocado por Walter Klien (1928-1991), pianista austriaco, um dos grandes especialistas de Mozart nomeadamente em parceria com o violinista Grumiaux (de quem já falamos aqui), especialmente admirado pela clareza e articulação das suas interpretações.

Fazemos depois um salto para o Presto (terceiro andamento) para vos mostrar a interpretação de Claudio Arrau (1903-1991), pianista chileno curiosamente falecido no mesmo ano que Klien. Neste caso não podemos embeber o video como costumamos fazer mas podem ver este magnifico pianista aqui.

PS: A propósito do título deste post: Para amanhã fica prometida uma explicação sobre o significado dos misteriosos números (K. ou BWV quando estamos a falar de Bach ... acho que nunca vos falei disso e está na hora ... ).

PS2: Obviamente num formato digital pode parecer esquisito fazerem-se PS´s ... (bem se o Sócrates andar por aí ainda me fecha o Blog por pensar que isto é algum tipo de crítica :-)), mas dizia pode parecer esquisito, afinal bastaria escrever no local pretendido e já está. Porém neste caso estes são mesmo "Post Scriptums" passe a liberdade poética do plural no Latim que não sei se é formado desta forma ... são mesmo comentários de que me lembrei depois e que penso ficam bem melhor assim. Na verdade também me permitem fazer a piada anterior o que é sempre um valor acrescentado! (ou talvez não :-))

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Mozart - Música de Câmara - K.304

Retomando o percurso nas obras de Mozart hoje vamos falar de uma das sonatas para Violino e Piano. Escolhemos a K.304 na interpretação de uma das jovens violinistas da nova geração (temos de ter cuidado com estas expressões porque se desactualizam depressa :-)) Hilary Han e da também jovem pianista Natalie Zhu.

Trata-se de uma obra na forma de Sonata em dois andamentos de um tom globalmente triste e reservado (foi uma obra composta em Paris logo a seguir à morte da sua mãe).

domingo, 6 de janeiro de 2008

Perigo! Deutsche Grammophon com loja Online

Perigo? Claro que sim, para as nossas carteiras :-) ... Acabei de descobrir o site desta editora ... Bem o que vos posso dizer? Eu sei que alguns de vós não gostam de música em formato electrónico, mas não deixem de dar uma vista de olhos na lista de cerca de 600 álbuns "out of print" que agora estão disponíveis para Download (e note-se a 320 Kbps).

Eu por mim acabei de descobrir mais um local da net que tenho de evitar para bem da minha carteira ... Para que a obra do diabo fique completa, aqui fica o link para a tentação ...

Visitem o site da Deutsche aqui !

PS: Por exemplo acabei de descobrir a integral das sinfonias de Beethoven com Bernstein e a Filarmónica de Viena ... como é que vou resistir eu que não as tenho todas com o meu maestro preferido ? ... Para o nosso aniversariante de ontem este também é um local perigoso ... quem sabe se não vai aqui encontrar a trigésima oitava versão do D. Giovanni ???

Mozart K522 - Uma bincadeira músical

Em 14 de Junho de 1787 Mozart deu entrada no seu catálogo de trabalhos uma obra que intitulou Eine musikalischer Spaß (uma piada ou brincadeira musical). Desconhece-se a razão exacta pela qual Mozart publicou esta obra. Poderá ter sido como critica aos maus compositores, como critica aos maus interpretes ou simplesmente como uma brincadeira, uma anedota que serviria para os músicos se rirem a bom rir, entre eles, porque só eles e apenas eles entenderiam a mesma. Uma espécie de anedota codificada na linguagem musical.

Confesso que infelizmente não sei o suficiente de música para perceber realmente a brincadeira. Isto é, eu entendo que Mozart fez uma obra em que utilizou uma espécie de estética inversa utilizando todos as más "técnicas" de composição de que se lembrou mas fico-me por aqui na compreensão. 1 valor numa escala de um a vinte :-) ...

Desta forma este texto de hoje é para os nossos amigos leitores que saibam mais de música do que nós. Fica o pedido e o desafio para nos explicarem (se quiserem e conseguirem) esta anedota ... please, please, please :-) :-).

Podem encontrar algumas pistas na Wikipedia no artigo relativo a esta composição sendo que nesse mesmo artigo encontram também o link para as partituras que estão aqui .

sábado, 5 de janeiro de 2008

Um Aniversário e algum humor ...

Hoje antes do post "normal" do dia queríamos começar por dar os parabéns a um dos sites que utilizamos como referência : Opera e Demais interesses. O seu autor faz hoje 37 anos e segundo o que nos disse no seu blog acabou de adquirir a trigésima sétima versão de D. Giovanni. Uma razão excelente para lhe dar os parabéns e eventualmente procurar uma que não possua, mas não vai ser fácil ;-). Portanto Il Dissoluto Punito os meus sinceros parabéns pelo trigésimo sétimo D. Giovanni e pelo trigésimo sétimo aniversário. Que continuemos assim pelo menos até aos 100.

Em jeito de prenda de aniversário encontrei por acaso um livrito publicado pela Gradiva e distribuído pelo Público, há já uns tempos - não sei precisar quando, chamado "O Especialista instantâneo em Música" de Peter Gammond que é de chorar de tanto rir. O livro é um "guia" cómico de como uma pessoa pode conseguir fingir que sabe de música aplicando umas quantas regras simples. Tem umas 70 páginas e lê-se num par de horas, isto se conseguir parar de rir ...

Só para terem uma ideia do tom do livro oiçam o que ele tem a dizer dos cantores e da Ópera:

"O verdadeiro problema dos cantores é a sua personalidade dividida. Se se limitarem a cantar, está tudo bem. Mas, por causa da monstruosa convenção chamada Ópera, quase todos os cantores são também chamados a representar. e nós sabemos como são os actores.

Os cantores têm de viver com a sensação de não conseguirem ser actores e compensam-na portando-se como jogadores de ténis. Há uma batalha eterna entre cantores e maestros - uma batalha pela supremacia absoluta; e só um empresário ou um produtor discográfico conseguem controlar a situação , acenando com o livro de cheques".


sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Mozart - As peças de música de câmara

Hoje vamos começar a falar das peças de música de câmara de Mozart. A primeira peça que vos quero mostrar é um Divertimento para ser mais preciso o K136 (primeiro andamento). Embora seja apresentado como um quarteto estas obras são quase como pequenas obras sinfónicas.

Deixo-vos com uma interpretação conduzida pelo Maestro Yehudi Menuhin (normalmente violinista mas neste caso na direcção da orquestra).

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Cosi Fan Tutte

Prosseguindo numa ordem quase cronológica hoje falaremos de Cosi Fan Tutte. Esta ópera foi composta por Mozart após os sucessos das Bodas de Figaro e Don Giovanni. Durante muito tempo esta ópera foi considerada "menor", uma corrida louca de 24 horas, opinião em grande parte motivada por um libretto aparentemente superficial.

No século XX no entanto esta composição foi atraindo mais atenção e hoje em dia é quase tantas vezes colocada em cena com as restantes obras primas de Mozart.

Trata-se de uma ópera em dois actos sendo que a ária que vamos escolher para a ilustrar também é cantada por uma senhora de que a bem dizer temos falado muito ultimamente: Teresa Stich-Randall (de que falamos por exemplo aqui). Neste caso trata-se de um duo de verdadeiro luxo pois que em cena está uma outra Teresa, não menos brilhante: Teresa Berganza.

As recomendações de Quinta (ainda à quinta)

Post actualizado hoje Sábado (texto a laranja - Em resumo em Évora e em Setúbal as entradas são livres). Atenção que em Évora é necessário no entanto levantar bilhetes vejam as regras no site indicado. Em Setúbal não sei.

Bem desta vez ainda é quinta-feira. Só por alguns minutos mas ainda é quinta :-) assim hoje estas recomendações chamam-se As recomendações de Quinta (ainda à quinta).

De resto como vos disse estava tudo a guardar-se para este fim de semana por isso oferta diversificada é o que não falta. Assim sendo o meu critério foi escolher aqueles concertos que provavelmente mais precisarão desta forma de promoção.

A primeira recomendação vai para Setúbal onde terá lugar o Concerto de Reis do C.R.S. (6 de Janeiro) no Fórum Municipal Luísa Todi pelas 17 Horas. Não tenho informação quanto ao valor dos bilhetes ou se a entrada é livre. Se alguém de Setubal estiver a ler isto por favor esclareça este ponto. Está esclarecido. O pianoman conforme podem ler no comentário esclareceu: A entrada é livre.

Terá a participação de várias classes do Conservatório, nomeadamente as de Iniciação Musical, de Coro, Ensemble de Guitarras, o Ensemble de Saxofones, o Ensemble de Metais, a Orquestra de Violinos Paganinus, Violoncelos e a Orquestra de Cordas.

No que diz respeito mais directamente à Classe de Piano, será interpretado o Concerto em Lá Maior de Carlos Seixas pelas alunas Inês Oliveira, Marta Torres e Linda Joaquimovna Almeida com a recém-criada Orquestra de Cordas do C.R.S.

Para o Porto sugerimos no dia 5 um programa um pouco diferente do habitual. Terão assim a oportunidade de ouvir Frode Haltli - recital de acordeão na Casa da Música do Porto às 12h. Entrada: EUR 5,00 Reservas: 220120220.

Ainda na região do Porto no mesmo dia 5 mas às 21:30 teremos o «Concerto de Ano Novo» - Orquestra Sinfónica de Jovens de St. Maria da Feira no Cine-Teatro António Lamoso Entrada: EUR 5,00 Reservas: 256370887. Esta mesma orquestra também se apresenta no dia seguinte (6 de Janeiro) às 16h em Bragança no Teatro Municipal.

Agora a sul em Évora teremos o «Concerto de Ano Novo» pela Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Évora - Luís Rufo dirige no Teatro Garcia de Resende dia 6 às 18h.
Um leitor teve a gentileza de nos informar (esta informação não estava no post inicial) que este concerto tem entrada gratuita e que serão executadas obras de Corelli, Vivaldi, L. Mozart e Hook. Poderão obter mais informações em www.eborae-musica.org. Reservas: 266703112.

Finalmente em Faro «Concerto de Reis» - Orquestra do Algarve e Elisabete Matos no
Teatro Municipal de Faro dia 6 de Janeiro às 21h30. Entrada: EUR 25,00 /EUR 20,00
Reservas: 289888110

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Don Giovanni - "Non me dir" por Teresa Stich-Randall

Esta ópera foi encomendada para a cidade de Praga em consequência do enorme sucesso das Bodas de Figaro de que já falámos. É uma ópera que se baseia na história de Don Juan sendo o libretto de Lorenzo da Ponte. Estreou-se em Praga no Teatro Nacional a 29 de Outubro de 1787.

Para ilutrar esta ópera em dois actos escolhemos uma aria do segundo acto "Non mi dir" cantada por uma das minhas vozes preferidas. Teresa Stich-Randall no papel de Dona Anna.



Se quiserem podem comparar com Edita Gruberova, também muito bom mas pessoalmente prefiro a interpretação da Teresa. Esta ultima no entanto tem a vantagem de um som em melhor estado e sobretudo dos sub-titulos em françês que nos permitem acompanhar o que está a ser dito ... A minha sugestão depois de verem esta versão voltem a ouvir a primeira.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A primeira mensagem do Ano

Hoje os fãs de Mozart que me perdoem mas tenho de interromper a série que estou a dedicar a este compositor. E tenho de o fazer porque neste dia, dia mundial da paz, não posso deixar de vos deixar um extracto da Nona Sinfonia de Beethoven dirigida por Bernstein e com uma explicação prévia do próprio Bernstein. Claro que a parte escolhida para o dia de hoje só poderia ser o magnifico final ...



Poderia é certo ter escolhido o ultimo minueto composto por Mozart que encerra o mesmo conceito de amizade fraternal e paz (e que conhecem decerto por ser actualmente o hino austriaco) mas eu já confessei a minha fraqueza por Beethoven.

Hoje vou fazer uma segunda transgressão ao incluir neste post de primeiro dia de ano uma canção e um artista que ... bem vão entender sem mais palavras como diz Bernstein na sua introdução a Beethoven . "Quand on a que L´Amour" de e por Jacques Brel.

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