A tradução original do poema é de Eduardo Gabarra que poderão encontrar aqui. Fizemos ligeiras alterações à tradução que apontamos em azul. A ilustração é da grande voz Lotte Lehmann. Também são dela as principais indicações que damos quanto a esta canção provenientes do livro "Eightheen Song Cycles - Studies in Their Interpretation". Não deixem também de ler o artigo sobre este conjunto de canções aqui.
Esta canção seria digna de um filme de terror. Durante largo tempo um pássaro negro - uma gralha - circula à nossa volta. Tomamos isso como um presságio que por um lado consideramos libertador por outro não nos deixa de assustar.
Oiçam aqui Dietrich Fischer-Dieskau numa sublime interpretação desta canção.
A Gralha
Uma gralha esteve comigo
desde a saída da cidade;
até hoje paira
sobre minha cabeça.
Gralha, estranha ave,
porque não me deixas ?
Por acaso pensas
que em breve serei cadáver?
Bem, não muito mais adiante
me levará essa jornada.
Gralha, deixa-me enfim ver
a fidelidade até a morte.