terça-feira, 17 de abril de 2012

Dia Mundial da Voz : The Day After

Ontem (quero dizer segunda-feira para os que me lêem no dia correcto isto é na Terça) foi o Dia Mundial da Voz. Não sou grande fã dos dias mundiais a não ser pelo pretexto que nos dão de falar de coisas que doutra forma nos esquecemos ou fazemos por esquecer. E no que diz respeito à voz nada mais apropriado do que falar; a homenagem fica feita quase só por aí, por aquilo que cada um de nós faz com esse instrumento maravilhoso capaz de transmitir tantas emoções.



Não só pelo que a voz diz pelas palavras mas também pelo que transmite pelo seu tom por aquela qualidade de carinho como reconhecemos na bem-amada ou naquela voz de comando que aceitamos de um líder natural, como se o timbre desmaterializasse as palavras. Como na voz das grandes cantoras e cantores que transformam canções banais em momentos inesquecíveis.

Hoje apetece-me voltar a falar neste blog de algumas dessas vozes, no feminino desta vez, apenas no feminino sem qualquer outra razão que não seja a saudade e talvez o facto de todas elas estarem numa determinada lista.

Sem qualquer ordem especial começamos por Ella continuamos para Elis para terminar na Callas, conseguem imaginar uma melhor trilogia para o Day After? As canções? Bem são daquelas que precisamente poderiam ser banais não fossem cantadas por quem são ...

Over the Rainbow por Ella Fitzgerald

When all the world is a hopeless jumble
 And the raindrops tumble all around 
Heaven opens a magic lane


E não é que o céu abre mesmo um caminho mágico através dos nossos ouvidos até à nossa alma?




Cais por Elis Regina


Para quem quer se soltar
invento o cais 
Invento mais que a solidão me dá 
Invento lua nova a clarear 
Invento o amor 
e sei a dor de me lançar 
Eu queria ser feliz 
Invento o mar 
Invento em mim o sonhador 
Para quem quer me seguir 
eu quero mais 
Tenho o caminho do que sempre quis 
E um saveiro pronto pra partir 
Invento o cais 
E sei a vez de me lançar


E como não nos encontrarmos, (re)encontrarmo-nos nesta canção?




Um bel di, vedremo pela Callas

E ninguém exprime melhor a dor da partida e nem sequer são necessárias palavras, mesmo não entendendo uma única palavra perceberíamos. A Voz é assim, a música é assim ...

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