Esta obra de Brahms Op.77 foi composta em 1877/1878 para o seu grande amigo e grande violinista Joseph Joachim a quem a composição foi dedicada. Não foi um processo fácil e apesar de ter tido em Joachim um grande consultor (que efectuou ou propôs multiplas alterações) a obra não reuniu grandes consensos.
Na verdade logo na estreia o maestro Hans von Bülow declarou que a obra não era para violino mas "contra o violino". O grande violinista espanhol Pablo de Sarrasate recusou-se a tocar a obra não porque a considerasse intocável mas porque tinha ciúmes do solo de oboé no segundo andamento. Outro grande violinista e compositor Henryk Wieniawski considerou a obra intocável.
Não obstante Brahms continuou após a estreia da obra que teve lugar em Leipzig a 1 de Janeiro de 1879 (solista Joseph Joachim como não podia deixar de ser) a fazer correcções à mesma. Embora esta demorasse a impor-se e seja sem dúvida uma das peças mais difíceis do reportório violinistico é hoje uma das mais interpretadas e apreciadas.
O Concerto tem 3 andamentos numa disposição perfeitamente clássica.
O primeiro andamento (Allegro non troppo) em Ré Maior é o andamento mais longo ocupando em termos de duração quase metade do tempo total do concerto. Um começo relativamente sombrio do andamento revela pouco da relativa exuberância que se segue. A cadência final não foi escrita por Brahms. Actualmente a mais frequentemente utilizada é a escrita pelo próprio Joseph Joachim. Oiçam nestas três partes (Parte 1, Parte 2, Parte 3) Isaac Stern interpretar esta obra de forma magistral.
O segundo andamento (Adagio) em Fá Maior é o andamento onde como dissemos existe o solo de Oboé que tanto desagradou a Sarrasate. Trata-se efectivamente de um belíssimo adágio onde o Oboé (e outros instrumentos de sopro) mas sobretudo o Oboé não só têm um papel importante na exposição da melodia como também se entregam a diálogos surpreendentes com o instrumento solista. Na verdade quase se pode dizer que temos neste andamento um Duplo Concerto para Oboé e Violino ! Oiçam aqui Henryk Szeryng a interpretar de forma excelente este andamento.
O terceiro andamento (Allegro giocoso, ma non troppo vivace - Poco più presto) em Ré Maior está escrito na forma de rondó (de forma um tanto simplificada isto significa que existe um tema que é repetido em várias ocasiões) e tem um clara influência cigana. Oiçam aqui Gil Shaham a interpretar este andamento.
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