Lembro-me que não gostava de Jazz. Ou melhor achava que não gostava. Na verdade precisava de um blog chamado "Diz que não gosta de Jazz?". Mas na altura não havia Internet. Mas (já) havia o Hot Clube e os amigos. No meu caso a minha introdução ao Jazz não poderia ter sido melhor.
Bernardo Moreira e o seu primo Francisco passaram literalmente horas a tentar convencer-nos que Jazz é que era. Passávamos os minutos do recreio no Liceu Francês ou nos intervalos para almoço (claro que quando não havia bola) em discussões metafísicas sobre a primazia da música exacta (que eu defendia) o rock e pop que também tinha os seus defensores e o Jazz por quem o Francisco e o Bernardo lutavam. E tanto falaram que acabaram por me contagiar ... Desconfio que não tive o mesmo sucesso com a música clássica. Certamente falta de mérito meu.
E vem isto a propósito dos 60 anos do Hot Clube fundado por Luís Villas-Boas que provavelmente terá desempenhado o papel dos meus amigos para muitos dos apreciadores de Jazz em Portugal. Recomendo claro está uma visita e só para que fiquemos todos em sintonia musical e porque este blog é um blog plural com uma definição de "clássica" ampla, deixo-vos neste post com uma das minhas preferidas: John Coltrane em My Favorite Thing (Baden-Baden 1961), aqui.
Tenho pena de não ter podido recomendar o concerto comemorativo no S. Jorge porque foi hoje às 22:00. Fica para a próxima e a promessa de um pouco mais de atenção ao Jazz "clássico". Com esta, homens e mulheres do Jazz, podem bater-me, mas previno-vos que como leram já tive bons professores ...
"Liceu Françês". É mesmo este o nome? Ou será Liceu Francês?
ResponderEliminarDesculpai o erro ortográfico. É como diz apenas Francês sem cedilha. Bem diziam os meus professores que a ortografia não era o meu forte.
ResponderEliminarEu sempre gostei de Jazz, nomeadamente do mais moderno e técnico.
ResponderEliminarTive a mesma dosagem de Jazz e de Clássica na juventude (responsabilidade dos meus pais), mas prevaleceu a primeira, tanto na minha colecção de cds como a nível de concertos que assisto.
Pelos vistos teve um excelente professor. Já tive a oportunidade de ver concertos do quinteto (ou sexteto, não me lembro ao certo) dos irmãos Moreira (imagino que se esteja a referir ao contrabaixista) e de outros valores do jazz português (Carlos Bica, Nélson Cascais, Carlos Barretto). Estamos bem servidos cá por Portugal, tanto a nível de músicos como de festivais.