Terminamos hoje o ciclo Dichterliebe com a décima sexta canção que se chama Die alten, bösen Lieder (As antigas canções zangadas). Lembramos que na anterior canção Robert Schumann exprimira o desejo do paraíso (físico ou etéreo).
Para poderem ouvir esta canção mantenho hoje a escolha de Fischer-Dieskau em Salzburgo (1956) que podem ouvir aqui (a partir do minuto 2:50 ).
O poema em alemão
Die alten, bösen Lieder,
die Träume bös' und arg,
die laßt uns jetzt begraben,
holt einen großen Sarg.
Hinein leg' ich gar manches,
doch sag' ich noch nicht was.
Der Sarg muß sein noch größer,
wie's Heidelberger Faß.
Und holt eine Totenbahre,
von Bretter fest und dick;
auch muß sie sein noch länger,
als wie zu Mainz die Brück'.
Und holt mir auch zwölf Riesen,
die müssen noch stärker sein
als wie der starke Christoph
im Dom zu Köln am Rhein.
Die sollen den Sarg forttragen,
und senken in's Meer hinab;
denn solchem großen Sarge
gebührt ein großes Grab.
Wißt ihr warum der Sarg wohl
so groß und schwer mag sein?
Ich senkt' auch meine Liebe
Und meinen Schmerz hinein.
O poema em português numa tradução minha a partir de uma versão em inglês:
As canções antigas e zangadas
os sonhos zangados e maus
vamos agora enterrá-los
num grande caixão.
Nele colocarei muitas coisas
embora não diga ainda quais
O caixão deve ser maior
que o tonel de Heidelberg
E buscar um ataúde de morte
e pranchas firmes e grossas
devem ser ainda mais fortes
que a ponte de Mainz
Devemos levar o caixão até ao longe
Devem ser ainda mais fortes
que o poderoso St. Christopher
na Catedral de Colónia no Reno
Eles devem levar o caixão ao longe
e afundá-lo no mar
pois tal caixão
merece um grande túmulo
Como poderia o caixão
ser tão grande e pesado ?
Porque como ele afundei o meu amor
e a minha dor.
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